Comportamento

Quando é a hora de parar de tentar salvar uma relação?

Seja com aquele namoro, aquele familiar ou com uma amizade, é importante entender os alertas e os seus próprios sentimentos antes de qualquer coisa

Por Mavi Faria 29 jun 2025, 13h00

Existem jeitos de sinalizar o que é importante sem machucar o outro - e a CAPRICHO te conta quais são. Freepik/Reprodução

ocê já sentiu que está em uma relação em que, por mais que você se esforce para que ela dê certo, nada parece funcionar? Nestes casos, é bem comum que você questione se chegou o momento de desistir desse relacionamento ou se ainda vale a pena o esforço de tentar mais uma vez — e não estamos falando só de amorosos, tá?

Toda relação é complexa, seja amorosa, familiar, seja entre amigos. Isso porque os seres humanos, por si só, já são muito complexos e lidar com as diferenças e com o jeito da outra pessoa quase nunca é uma tarefa fácil. Mas, que às vezes, se torna mais pesarosa e agoniante do que boa.

Uma coisa importante lembrarmos antes de refletir sobre essa decisão de desistir ou não da relação é lembrar que nenhum relacionamento, independente do tipo, configuração e quantidade de pessoas envolvida, é responsabilidade de um só lado. Em outras palavras, nada de se culpar se uma relação não está dando certo: cada pessoa envolvida precisa se dedicar, já que um relacionamento é uma construção entre duas ou mais pessoas.

Agora, quando estamos pensando em uma relação que está te dando dúvidas sobre continuar se esforçando ou não, é preciso se fazer uma pergunta bem simples mas que vai direcionar tudo: você quer estar nessa relação? Em entrevista à CAPRICHO, a psicóloga Júlia Saia Fernandes explica que é muito comum focarmos nossos questionamentos em uma relação na outra pessoa — será que ela me ama? Será que ela gosta da minha companhia? Será que sou suficiente? —, quando, na verdade, devemos olhar para nós mesmos e o que estamos sentindo.

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“Especialmente quando se é mulher, somos ensinadas a sermos o objeto da relação — aquela que agrada, que espera, que tenta — e não o sujeito, aquela que escolhe, que define, que sente. Então, inverter essa lógica é um primeiro passo importante: eu quero estar aqui? Eu estou feliz? Ou estou só tentando caber num espaço que não é mais meu?”, afirma.

Só depois de se fazer estes questionamentos que pode ficar mais claro responder a pergunta inicial de se é hora de desistir de uma relação, o que, em nenhum caso, é algo fácil de se fazer, mas Júlia lembra que se o relacionamento estiver sendo mantido por costume, por medo ou se ele não te faz bem, é importante romper este laço.

Mas, CH, como sei que minha relação está em uma situação em que precisa colocar um ponto final?

Embora a psicóloga não acredite que seja possível elencar sinais para você observar justamente porque cada relação é única e funciona de uma maneira específica, ela pontua alguns alertas que podem te levar a refletir mais a fundo sobre aquele namoro, aquele familiar ou aquela amizade:

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Quando o diálogo se torna sempre um campo de batalha;
Quando você não se sente ouvida, valorizada, respeitada;
Quando o esforço para manter a relação parte quase sempre só de você;
Quando, ao imaginar um futuro com essa pessoa, o que você sente é mais angústia do que alegria;
Quando, por mais que exista afeto, você percebe que a relação te impede de crescer, de respirar, de ser quem é.

Se você percebe que estas coisas estão sendo uma constante nessa relação, talvez seja o momento de voltar à pergunta “será que eu quero esse relacionamento ainda?”, entender à fundo os seus sentimentos, tentar dialogar com a outra pessoa suas ressalvas, caso você ache que vale a pena, e, se for preciso, romper o laço entre vocês.

“Às vezes, ser a pessoa a tomar a atitude de terminar uma relação, é um ato de coragem, amor-próprio e também de respeito pelo outro (ainda que isso não seja tão claro assim) . Terminar uma relação pode doer, mas permanecer em algo que já não faz sentido também machuca — só que em silêncio”, explica a psicóloga, que ressalva: “Antes de se perguntar será que ele(a) ainda quer?, tente se perguntar: eu ainda quero? E escute com atenção a resposta”.

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