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Professora faz saudação nazista e campanha pró-Bolsonaro em sala de aula

Caso ocorreu no Colégio Sagrada Família, em Ponta Grossa, no Paraná; advogado de docente diz que ela não fez saudação nazista

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 15h29 - Publicado em 10 out 2022, 16h46
Prints de professora bolsonarista fazendo saudação nazista em sala de aula
Twitter/Fórum/Reprodução

Viralizou na internet o vídeo de uma professora fazendo um gesto de saudação nazista em sala de aula. Gravado por alunos, no útimo sábado (8), ele foi divulgado pela Revista Fórum. O caso ocorreu no Colégio Sagrada Família, em Ponta Grossa, no Paraná, e a professora de redação foi identificada pelo nome de Josette.

Na gravação, a docente, vestida com uma blusa estampada com a bandeira do Brasil e com adesivos pró-Bolsonaro colados nela, estende o braço, fazendo clara referência ao gesto que os nazistas faziam para saudar Adolf Hitler.

Em entrevista à Fórum, Irmã Edites, diretora da instituição, disse que tomou medidas internas para punir a professora, mas se recusou a dizer quais teriam sido essas medidas. “Não é a nossa metodologia e nem o nosso jeito de ser. Nós sempre procuramos ficar neutros e é esta a orientação que a escola passa aos alunos, pais e professores. A posição da escola é totalmente contrária ao que aconteceu”, pronunciou-se. Segundo a Folha de S. Paulo, a docente será demitida.

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O veículo de comunicação também entrou em contato com o advogado de Josette, Alexandre Jorge, que negou que sua cliente tenha feito uma saudação nazista.

Representantes do Museu do Holocausto no Brasil contrariaram a fala da diretora: “Para esses casos, não existe qualquer possibilidade de neutralidade. Apologia ao nazismo se compactua ou se repudia”, foi dito nas redes sociais.

 

Foi informado também que a Confederação Israelita do Brasil encaminhou o vídeo para o Ministério Público do Paraná, para a Procuradoria da República no Paraná e para o Conselho Nacional do Ministério Público.

Fazer apologia ao nazismo é crime previsto na Lei Nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. A pena varia de um a três ano de reclusão, mais multa. “Espera-se uma rigorosa apuração dos fatos e punição exemplar à referida profissional. O nazismo é um movimento que promove o ódio e a morte e executou o extermínio de 6 milhões de judeus e outras minorias, como ciganos e LGBTQIAP+, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele deve ser combatido de forma efetiva, conforme a legislação vigente”, posicionou-se a Confederação Israelita do Brasil.

Em entrevista anônima, concedida para o ICL Notícias, um professor de Ponta Grossa disse que vídeos polêmicos da professora já haviam circulado por grupos de WhatsApp de docentes da região. Em um deles, que você confere a seguir, a tal Josette é vista balançando na janela da escola uma bandeira do Brasil na véspera do º turno das Eleições 2022, fazendo campanha para Jair Bolsonaro dentro de sala de aula.

É interessante promover aqui uma reflexão: eleitores do atual presidente da República dizem votar no candidato porque são contra ideologias de gênero em sala de aula, por exemplo, pautando-se inclusive em fake news já desmentidas sobre a questão. Ou seja, em teoria, as escolas deveriam ser de alguma forma apartidárias, mas fazer campanha em prol de determinados candidatos está liberado?!

Além disso, o lema de Bolsonaro e sua turma é “Deus acima de todos”; e foi justamente com um adesivo com esse slogan colado no peito que Josette saudou, na sala de aula de um colégio cristão, um regime totalitário que matou cerca de 6 milhões de judeus durante o Holocausto.

Veja a repercussão do caso cas redes socias:

Deus acima de todos, né?

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