
Preta Gil deixa um legado forte e acolhedor para a nossa juventude
Quando uma figura tão grandiosa e expressiva, como Preta Gil, se despede, fica a saudade, mas muita coisa para a gente se inspirar também
ma onda de homenagens tomou conta das redes sociais, após a notícia de que Preta Gil faleceu no último domingo (20), aos 50 anos, vítima do câncer. Nos posts de despedida, família, amigos e fãs exaltaram o legado importante que ela deixa para todos nós – principalmente para a nossa galera, que está se descobrindo e buscando a liberdade de ser quem é.
A jovem Flor Gil, que é sobrinha de Preta e foi capa da CAPRICHO em maio de 2025, disse em entrevista à repórter Sofia Duarte, que sua tia era sua maior inspiração desde pequena. “Eu sempre falava que queria ser ela quando crescer. Eu a via com microfones cheios de brilhos e com vestidos cantando em casamento, no Carnaval… E já imaginava um futuro na música, na vida de artista”, contou.
Com coragem e autenticidade, Preta não usou sua voz só para brilhar nos palcos e trios elétricos, mas também para defender causas ligadas à diversidade. Assumidamente pansexual e fora dos padrões estéticos impostos pela sociedade, ela contribuiu muito para a luta em prol do respeito e da diversidade.
Por isso, seu legado cultural, humano e cheio de amor fica como uma inspiração para pensar e lutar por questões muito importantes trazidas por Preta, como elencamos abaixo. Confira!
Celebrar corpos diversos
Em entrevista à CLAUDIA, durante um editorial da revista em 2022, Preta afirmou que “sabia que não era o padrão de beleza e que representava essa ruptura” – e, por isso, inclusive, que exigia, por exemplo, que não houvesse alteração nas fotos. “A gente normalizou por muito tempo um padrão de beleza que trouxe muitas mazelas e as revistas têm responsabilidade em transformar esse cenário”, defendeu. Em seu primeiro álbum, lançado em 2003, ela já defendia isso ao posar nua na capa, como um símbolo da liberdade.
E foram justamente posicionamentos como esses fizeram com que a cantora se tornasse uma inspiração para mulheres que, assim como ela, desejavam se libertar dos padrões, e serem livres e felizes.
Criar um mundo da música mais representativo
Nessa mesma entrevista à CLAUDIA, Preta também falou que a parte mais legal de fazer música era poder trocar com pessoas que admira, de gerações ou estilos diferentes. Ela via a “nova geração como um grande combustível para que a gente possa crescer e amadurecer como artista”.
Ao longo da sua trajetória, Preta Gil atuou também como empresária, produtora e agenciadora de outros artistas, dando luz para talentos que, muitas vezes, ficam marginalizados na sociedade. Ela foi a primeira madrinha do projeto Voz das Comunidades, que cobre o Complexo do Alemão e outras favelas, mobilizando outros artistas para ações sociais.
“Enquanto uns fingem que não estamos aqui, poucos me conheceram como artista que eu sou, ela foi uma que me deu oportunidade, nunca vou esquecer”, escreveu o rapper Oruam, nas redes sociais, em homenagem à cantora.
Honrar a própria sexualidade
Preta também nunca se intimidou ao falar sobre sua sexualidade, apesar de todo o preconceito. Além de falar abertamente sobre o tema e se posicionar, como quando foi a um seminário no Congresso Nacional, defendendo a criminalização da homofobia, em 2011, ela também incluía pessoas LGBTQIA+ em videoclipes e shows, mostrando a importância da representatividade.
“Sou negra, gordinha, bissexual. Fui orientada a ser o que eu quisesse ser na vida. Assim eu oriento meu filho e meus fãs”, afirmou a cantora em 2013, no Prêmio Rio Sem Preconceito.
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