Pelo direito de não saber o que fazer da vida
De quem você gosta? Qual facul você quer fazer? Você não acha que precisa de um intercâmbio? O que você quer da vida, menina? Ahhh, são tantas perguntas!!!
Você já ouviu falar no termo teen angst? Em português, ele é conhecido como angústia jovem. No dia a dia, é aquela sensação de querer muito comer algo gostoso, não saber o que, pegar qualquer coisa no armário e depois se arrepender profundamente disso. Só que esse sentimento é desencadeado por outros motivos – e não necessariamente por comida. E nem sempre os hormônios são os grandes vilões!
Aliás, você já parou para pensar como culpamos os hormônios por todas as coisas que dão errado? É verdade que eles estão à mil na adolescência, mas eles não são os vilões de tudo. Nem sempre essa angústia que sentimos é ruim ou preocupante. É óbvio que ninguém quer sentir aquele aperto no coração e aquela sensação de incapacidade ao não ser correspondida pela pessoa de quem está a fim. Mas essa angústia responsável por essa desilusão (ou podemos simplesmente chamar de bad) é a mesma angustia que te dá aquele friozinho na barriga segundos antes de ser beijada pelo crush. E essa sensação é boa demais para ser apagada.
A gente se cobra em excesso, em todas as fases da vida. Isso, por um lado, é bom, porque faz a gente querer sempre superar nossos próprios limites. Mas também é ruim, principalmente naquela época em que estamos sendo cobradas por tudo e por todos: escola, formatura, faculdade, família, amigos, namorado, curso de idiomas, primeiro emprego…
Nesse período da vida, a tal da teen angst aumenta. Aumenta tanto que poderia ser calculada em dólar! Mas quer saber? É ok não saber o que fazer da vida, qual rumo tomar, qual faculdade fazer. É ok entrar em um curso e perceber só depois que não era bem aquilo que você queria. Deixe a angústia de lado e recomece. Nunca é tarde demais.
É ok não ter certeza se você quer ou não ficar com aquela pessoa, não saber o que está sentindo, querer muito uma coisa agora e, cinco minutos depois, pegar bode dela. Deixe a angústia de lado e respeite o que você está sentindo – não o que as outras pessoas querem que você sinta.
É ok sentir-se completamente perdida, sentindo um vazio dentro do peito, desejando muitas vezes algo que você nem sabe exatamente o que é. Deixe a angústia de lado, mas não deixe que ela domine quem você é.
Renato Russo diria que “somos tão jovens”. Will Traynor, “apenas viva”. Os Beatles, que “all you need is love”. Então, é hora de parar de se maltratar tanto e viver cada dia de uma vez. Para conquistar o mundo (ou, pelo menos, o seu mundo) é preciso vencer batalha por batalha. Não tenha medo de desistir, de errar, de não saber o que fazer, qual decisão tomar. É preciso se perder para se encontrar, e se perder é o que mais fazemos nessa vida.
Não dá para ignorar a angústia, mas dá para aprender a conviver com ela. Viva bem. Apenas viva. Se cobre menos e seja leve. Temos um trato?