Pedro Pascal está certo: ficar perto de amigos ajuda a aliviar a ansiedade
Segundo psicóloga, cultivar vínculos saudáveis é uma estratégia poderosa de cuidado com a saúde mental e o toque físico ajuda na regulação emocional

troca de carinho entre Pedro Pascal e a colega de elenco Vanessa Kirby, durante eventos de divulgação de ‘Quarteto Fantástico’, deu o que falar. Diante das suspeitas de um possível clima entre os dois, o ator esclareceu que os toques físicos entre amigos são uma forma de lembrar que não estão sozinhos, em momentos de exposição, como entrevistas.
Pascal já havia explicado, anteriormente, que a conexão com outras pessoas o ajuda a lidar com a ansiedade. “Quando começa a ficar muito crítico, eu preciso voltar ao que sempre foi um conforto para mim, que é o foca nas minhas relações, nas minhas amizades, as conversas e experiências em comum”, disse à Men’s Health.
A psicóloga Luciana Garcia explica que não é uma regra, mas é verdade que o toque físico pode ajudar, significativamente, algumas pessoas acometidas por crises de ansiedade a aliviar seu sofrimento. “Quando tocamos ou somos tocados por alguém de forma acolhedora — como um abraço, um aperto de mão ou um toque gentil no ombro, por exemplo — nosso corpo pode liberar ocitocina, um hormônio associado à sensação de vínculo, segurança e bem-estar“, afirma à CAPRICHO.
A especialista acrescenta que o toque também pode reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e ativar o sistema nervoso parassimpático, que é responsável por acalmar o corpo cujo sistema de luta e fuga foi ativado pelo estímulo causador da ansiedade.
“Essa resposta emocional é mais forte quando o toque vem de pessoas com quem temos vínculo afetivo, como amigos e familiares, o que ajuda a explicar a fala do ator Pedro Pascal sobre o conforto nas relações. Ocorre que as conexões humanas funcionam como fator de proteção contra o estresse e ajudam a manter a nossa saúde mental”, explica.
Como perceber que seu amigo está com ansiedade em público
Luciana diz que pessoas que estão ficando ansiosas (antes da crise em si), começam a dar pequenos sinais fisiológicos e comportamentais, como: mexer muito as mãos, estar com as pernas inquietas, roer as unhas, morder os lábios, fala mais rápida, apresentar gagueira, ou voz trêmula, ou ficam caladas demais.
“Essas pessoas parecem estar ‘desconectadas’, ficam com a respiração acelerada e podem ter o desejo de se retirarem do ambiente com certa ‘pressa’, ou reclamam de taquicardia, de dores no peito, de dor de cabeça ou de dor de barriga (estômago)”, descreve.
Percebeu isso e quer ajudar? A psicóloga dá dicas de como proceder
- Em primeiro lugar, fique por perto, sem forçar conversa e sem dizer o que está percebendo – apenas se coloque à disposição;
- Se sentir que é o momento, pergunte à pessoa que está em crise se está tudo bem;
- Se a pessoa te contar, apenas segure a mão dela e, se ela estiver à vontade, se ofereça para respirar com ela, profundamente pelo nariz e soltar pela boca;
- Se ofereça, ainda, para acompanhá-la até algum lugar mais calmo;
- Depois que a crise passar, se a amizade permitir, ofereça espaço para falar sobre o que aconteceu ou pergunte como você pode ajudar caso isso aconteça novamente.
E o que não fazer ao ajudar um(a) amigo(a) com ansiedade, segundo a psicóloga
- Nunca julgue o que a pessoa está sentindo ou desvalide (“não é nada”, “vai passar”, “não é para tanto”, “para de chilique”);
- Depois que a crise passar, não force conversas;
- Não fale sobre o que aconteceu com ninguém, com terceiros, a não ser que a pessoa te dê autorização para isso, ou te peça isso! Não quebre a confiança.
Luciana reforça que a simples presença de alguém de confiança pode ser reguladora, mas diz que é bom lembrar que isso não funciona para todas as pessoas, viu? “Algumas delas, durante crises de ansiedade, conseguem recobrar o estado de equilíbrio isolando-se num lugar quieto, por exemplo”, pontua. E completa: “Cada um tem uma forma de buscar o equilíbrio, e é muito importante conhecer a própria forma e a das pessoas próximas a você.”
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