Oscar já passou, mas estes filmes vão te ajudar a estudar ao longo do ano

A categoria de Melhor Filme do Oscar reuniu obras com conteúdos importantes para o seu estudo; veja como aproveitar o repertório

Por Mavi Faria, Juliana Morales 3 mar 2025, 13h00
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edição deste Oscar 2025, que aconteceu no último domingo (2), foi histórica especialmente para os brasileiros. Entretanto, mesmo que a premiação já tenha passado, precisar te lembrar que ao menos os filmes indicados na categoria de Melhor Filme ainda estarão presentes nos seus estudos.

Isso porque, em especial entre essas obras, há narrativas emocionantes e históricas que, se não te explicam um período do tempo ou uma situação política, são perfeitas para usar como repertório na redação ou estudar História.

Ah, nem precisamos lembrar que, para conseguir traduzir o filme da melhor forma possível para o seu estudo, é importante que você os assista, certo? E para fazer isso, é bem fácil. Confira nesta matéria da CAPRICHO a indicação detalhada de onde assistir a cada um dos filmes.

Abaixo, reunimos os tópicos mais interessantes de cada um desses filmes indicados ao Oscar para que, depois de assisti-los, você consiga entender como adaptar e incluir este conteúdo nos seus estudos e repertórios especiais.

Ainda Estou Aqui

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, narra a trajetória de Eunice Paiva, sua mãe, vivida por Fernanda Torres.

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Mãe de cinco filhos, Eunice enfrenta o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, durante a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Ela se torna um dos principais nomes de luta pelos direitos indígenas e, também, pelo direito à memória e reconhecimento da violência provocada pelo estado naquele período.

Esta é uma obra que conta a história do Brasil e coloca luz ao que foi a ditadura militar, além de trazer reflexões importantes sobre memória individual e coletiva.

Um Completo Desconhecido

A biografia de Bob Dylan, estrelada por Timothée Chalamet, é um filme que entrega momentos históricos importantes da política ocidental, mais precisamente, dos Estados Unidos e suas guerras. O filme se passa entre 1961 e 1965, período em que o cantor chega em Nova York e conquista muito sucesso com a música folk. 

Por trás da trajetória do músico, acompanhamos momentos emblemáticos da história, como a segregação racial nos EUA, a Guerra Fria, a morte de John Kennedy, a luta de Martin Luther King, os protestos sociais, inclusive por meio da música, a favor dos direitos civis. O próprio músico chegou a cantar em um comício de Martin Luther King, momento que foi mostrado no filme.

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As próprias músicas de Bob Dylan também são fontes de análise e de inspiração para temas sobre luta por direitos civis e música como meio de protesto. Por isso, a obra é perfeita para ser vista com atenção e, depois, se voltar para pesquisas específicas sobre a época – pode ser muito mais fácil se lembrar de um acontecimento importante relacionando-o a alguma cena de Um Completo Desconhecido, por exemplo.

Além, é claro, de são uma ótima forma de mostrar na redação que você é um estudante que tem repertório cultural, é antenado – já que fica de olho nos filmes indicados ao Oscar – e é capaz de fazer a ligação entre uma obra da cultura pop com política e momentos históricos.

A Substância

Estrelado por Demi Moore e Margaret Qualley, A Substância não é um filme fácil de ser assistido justamente por se enquadrar no gênero terror e ter muitas cenas de sangue – a classificação indicativa é de 18 anos e ela deve ser respeitada, certo?

Apesar disso, é um ótimo filme para ter como repertório cultural se o tema da redação envolver padrões de beleza, expectativa social sobre as mulheres ou artistas na indústria cinematográfica. Isso porque o longa conta a história de Elizabeth, uma ex-atriz que apresenta um programa de exercícios matinal que é demitida no seu próprio aniversário por ser considerada velha e feia pela idade.

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Uma vez que a vida da personagem gira em torno da atenção que recebe do público e de sua carreira, ela se vê completamente perdida e disposta a qualquer coisa para ficar mais jovem e bonita. É neste momento que ela aceita participar de um experimento onde uma versão ‘melhor’ dela mesma irá sair, literalmente de dentro dela, e viverá uma vida normal.

A única regra é que Elizabeth e sua nova versão, chamada de Sue, não podem viver ao mesmo tempo e, por isso, intercalam 7 dias para cada. O interessante do filme é observar como, mesmo para Sue, inicialmente considerada perfeita, jovem e bela, a pressão social para se manter dentro dessas características a leva a aplicar a substância que a originou em primeiro lugar, criando um ‘monstro ElizaSue’.

O filme explora de forma gráfica e intensa os limites que uma mulher rompe para ser considerada bonita, como a aprovação social de sua beleza e juventude consegue impactar diretamente no quanto ela se acha bonita, legal e até merecedora desse amor e por aí vai. É dessa mesma problemática que nascem as cirurgias plásticas sem necessidade e perigosas e transtornos de imagem e alimentares, motivados pela busca incessante e impossível da perfeição visual.

Conclave

Embora seja um filme fictício, Conclave poderia facilmente ser uma biografia de um momento da história. Ele mostra em detalhes a artimanha política que acontece no Vaticano toda vez que um Papa morre: um Conclave, onde cardeais do mundo todo ficam em isolamento até que um novo Papa seja escolhido.

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O que pode parecer uma escolha simples se mostra uma disputa intensa de poder, com segredos dos Cardeais sendo desvendados, ideologias políticas se mostrando fundamentos importantes que baseiam a votação e até a corrupção do Vaticano sendo explorada.

No Conclave do filme, candidatos preferidos ao papado vão sendo descartados a medida que polêmicas são reveladas, como uma mulher com quem um Cardeal se relacionou no passado e teve um filho, outro Cardeal que tentou comprar o voto de outros com dinheiro e até a posição política frente às movimentações sociais.

Durante a reunião do Conclave, acontece um ataque terrorista na Itália e, enquanto um Cardeal é contra a abertura da Igreja, do respeito, do amor próximo e do acolhimento, outro tenta promover a paz e a calma. É um ótimo filme para usar em temas que envolvam política, suborno, Igreja e religião, além de ajudar no estudo sobre o envolvimento de Papas e momentos históricos importantes – o que pode ser uma ótima carta na manga.

Wicked

Wicked, dirigido por Jon M. Chu, não só trouxe o musical icônico da Broadway para as telonas, mas também reacendeu discussões profundas sobre aceitação, representatividade e o impacto da obra na comunidade LGBTQIA+.

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A narrativa, que reimagina o universo de O Mágico de Oz a partir das vivências de Elphaba (Cynthia Erivo), a futura Bruxa Má do Oeste, e Glinda (Ariana Grande), a futura Bruxa Boa do Sul, explora temas como empatia e os desafios de ser diferente em uma sociedade que privilegia a conformidade.

As personagens, com sua amizade improvável e poderosa, têm inspirado fãs a especularem sobre a possibilidade de um relacionamento romântico entre elas – uma ideia que não foi descartada pelo elenco.

Ao longo da trama, acompanhamos Elphaba conhecer o seu lugar no mundo e sua capacidade e força, seu relacionamento inesperado com Glinda que muda a vida das duas para sempre e a necessidade de Elphaba ir contra tudo o que acreditou ser verdade ao se deparar com a mentira de um sistema opressor.

Neste outro texto aqui, te contamos 8 lições que vão de amizade ao relacionamento interpessoal que aprendemos com Wicked e que podem ser muito úteis para você.

E aí, já assistiu todos da lista? O que achou das dicas?

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