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Os riscos da propagação do coronavírus em escolas e transportes públicos

Infectologista explica medidas de fechar escolas e até mesmo paralisar países inteiros para combater surto do SARS-COV-2.

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 00h28 - Publicado em 14 mar 2020, 10h00
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CAPRICHO/Divulgação

A pandemia de coronavírus, decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) na última quarta-feira, 11, já causou o fechamento de escolas e universidades em diversos lugares, e até mesmo a paralisação generalizada de países por inteiro. Durante o período de surto na China, essa medida de isolamento foi instaurada. Recentemente, França, Itália e alguns estados dos Estados Unidos fecharam escolas e estabelecimentos públicos como combate ao COVID-19. No Brasil, alguns estados já aderiram à paralisação, mesmo que o Presidente Jair Bolsonaro não tenha dado uma palavra de ordem suprema.

Mykola Sosiukin/Getty Images

O que acontece é que a propagação do vírus nesses ambientes fechados é muito mais intensa, até porque muitas medidas de seguranças estabelecidas pela OMS não podem ser aplicadas na prática. Colégios preocupam, porque crianças, apesar de não serem as principais vítimas do vírus, apenas se tiverem alguma doença respiratória crônica, são poderosos vetores de propagação do SARS-COV-2, principalmente para adultos em grupos de risco, como idosos maiores de 60 anos.

“O fechamento de escolas e faculdades, a proibição de reuniões com muitas pessoas, de eventos e congressos faz parte das estratégias para conter surtos e epidemias, quando a transmissibilidade é alta e o nível de acometidos muito grande”, pontua a infectologista Joana D’arc, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.

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O mesmo acontece com relação aos transportes públicos, apesar de a paralisação deles não ser uma medida ainda cogitável no Brasil. Em horários de pico, em que milhares de pessoas se locomovem, principalmente em cidades grades como São Paulo, usando ônibus, trens e metrôs, é simplesmente impossível respeitar a ordem de manter uma distância mínima de um metro das pessoas. A infectologista, contudo, garante que, nas escolas, o risco pode ser tão preocupante quanto: “a aglomeração é grande, a manutenção de uma distância mínima entre os estudantes é praticamente inviável, há compartilhamento de objetos pessoais com maior facilidade e, quando alguém apresenta sintomas com coriza e tosse, a contaminação do ambiente é mais fácil“, explica.

Outro grande vilão são os bebedouros escolares, aqueles em que os alunos bebem água diretamente do local. Mesmo que eles não encostem a boca, o risco de propagação do vírus existe. “Quando utilizados de forma inadequada, podem servir de fonte de transmissão, sim. Eles devem ser higienizados todos os dias, mas o ideal é que cada estudante tenha sua própria garrafinha“, aconselha a especialista, que reforça que os professores devem orientar os alunos sobre os cuidados mencionados, mas não induzi-los ao pânico. A conscientização deve ser feita de maneira responsável.

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Dor de cabeça, febre, dor no peito, tosse, pneumonia, coriza e dor de garganta são os principais sintomas do novo coronavírus. kanyakits/Getty Images

E você pensa que o celular, mesmo sendo um item pessoal, está livre de ser um vetor de transmissão? Muito pelo contrário! A maioria das pessoas usa o aparelho em transportes públicos e/ou com as mãos não higienizadas corretamente. “As pessoas lavam as mãos corretamente, porém passam o dia todo no celular e se esquecem de limpar ele, sem saber que ele é uma grande fonte de doenças também. A forma mais correta de higienizá-lo é com álcool isopropílico, que não danifica a tela do aparelho”, dá a dica Joana. O ideal é higienizar diariamente a tela e a capinha com um pano macio ou algodão umedecido com álcool isopropílico com concentração 70%.

A seguir, você encontra alguns dos cuidados principais que a infectologista dá para diminuir os riscos de transmissão em escolas e lugares públicos:

  • lave as mãos com frequência com água e sabão ou o uso de álcool gel;
  • evite tocar boca e nariz, principalmente com a mão suja;
  • tenha etiqueta respiratória e tussa no antebraço ou use um lenço descartável para tossir, tampando boca e nariz;
  • não compartilhe objetos pessoais, como talher, copos, garrafas, etc;
  • evite beijos, abraços e apertos de mãos;
  • sempre que possível, mantenha uma distância mínima entre as pessoas;
  • limpe com frequência superfícies como mesas, maçanetas, corrimão, tela de celular, notebook, etc.
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