O que você deve avaliar antes de decidir morar com namorado(a)

Antes de tomar este passo na relação de vocês, é importante ser franco com o outro e ter conversas difíceis sobre dinheiro, divisão de tarefas e vida a dois

Por Mavi Faria 6 jul 2025, 13h00
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ecidir sair da casa dos pais ou deixar de morar sozinha para dividir um teto com o namorado ou a namorada é um passo importante em um relacionamento — um dos mais significativos, na verdade, já que coloca vocês em um novo desafio e os convida a construir uma família a dois.

Entretanto, como saber que é o momento certo para dar esse passo ou que vocês estão prontos para isso? Bom, já adiantamos aqui que não tem como estabelecer um parâmetro único que sirva para todos os casais analisarem se estão prontos para isso ou não. Isso porque essa decisão é especial e a principal coisa que demonstra se vocês estão prontos para isso é, justamente, vocês!

Em cada casal, a decisão de ir morar junto pode surgir e se desenvolver de forma específica. Vocês podem conversar durante um tempo e perceber que essa mudança faz sentido, pode ser por conveniência quando um dos dois (ou os dois) estão precisando de um lugar para morar, pode ser pensando na questão financeira… Não existe uma regra.

Mesmo assim, existem algumas coisas que são importantes de avaliar antes de tomar este passo e nada melhor do que casais que já estão vivendo junto para compartilharem o aprendizado. Para a jornalista de 22 anos Lorraine Moreira, por exemplo, o mais importante é estabelecer o diálogo sincero e honesto entre vocês, já que essa experiência irá exigir conversas difíceis sobre dinheiro, divisão de tarefas domésticas, comportamentos do outro que nem sempre são fáceis de lidar e sobre limites, de ambas as partes.

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Ela conta à CAPRICHO que a decisão de morar junto com o namorado foi tomada há um ano, quando ele estava para sair do apartamento que dividia com um amigo e ela estava procurando um lugar para sair da casa dos pais. Na época, eles namoravam há quase dois anos e tiveram dúvidas sobre ser “o momento certo”, mas se dedicaram a conversar de forma clara desde o início.

“Tivemos muitas preocupações e conversamos sobre todas elas. A gente tinha medo de acelerar essa fase mais séria do relacionamento e receio de que as responsabilidades pudessem afetar nossa relação”. Pensando nisso, eles até fizeram um combinado entre eles: se morar junto, nessa idade e fase da vida, fosse ruim para o namoro, eles deixariam de morar juntos e voltariam depois de um tempo, quando tivessem ganhado mais maturidade para lidar juntos com as dificuldades que essa experiência exige.

Embora até agora esse acordo não tenha se tornado realidade, é importante ter em mente que pode ser que, agora, não dê certo por não ser o momento mais ideal — e isso não significa que vocês não deem certo como casal.

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Nestes doze meses, Lorraine conta que as diferenças dela e do namorado foram colocadas frente à frente diversas vezes, exigindo que eles exercitassem a empatia e o respeito pelo outro, ao mesmo que ficaram ainda mais íntimos ao se verem construindo uma família só deles. É por isso que ela é convicta ao defender a importância da conversa franca com o outro, desde antes de morar junto oficialmente, e a dedicação para “encontrar o equilíbrio morando juntos”.

“É importante ser sincero um com o outro antes de assinarem o contrato considerando o que é necessário pra cada um e como vocês pensam em lidar com essas diferenças. Principalmente se você nunca morou sozinho, será a sua primeira vez discutindo sobre sua casa com alguém que não foi criado dentro da sua família, e você estará menos preparado pra impor seus limites e respeitar o do outro”, afirma. 

Já para Marina Cordeiro, 31 anos, engenheira de produção, o ponto principal a ser discutido antes de morar junto é o financeiro, o que, para ela, “é o que mais vai ter impacto no dia a dia do casal que decide morar junto”. “É importante que cada um avalie se realmente consegue se manter e ajudar a manter uma casa. Os gastos são bem altos e ter esse alinhamento prévio é muito importante para que a convivência se torne tranquila”, afirma. 

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Ela e o namorado moram juntos há 7 meses, decisão que surgiu no ano passado, após cerca de quatro anos namorando e que os tem desafiado a se adaptar a novas rotinas e concessões. É natural que, quando moramos juntos com a pessoa, passamos a descobrir uma nova versão dela e a conhecer manias, jeitos e características que possivelmente não conhecíamos. Para Marina, o maior desafio é justamente esse, “entender que cada um tem um jeito e isso irá refletir em tudo: na forma como gosta de arrumar a casa, como gosta de passar as horas livres, se alimentar, rotina..”

É por isso que, para ela, é preciso que ambos os lados da relação estejam dispostos a “passar por esse processo” e entender que “adaptações são necessárias”, por mais difícil que seja assimilar as novas responsabilidades. “O exercício maior é entender que está tudo bem em ter essas diferenças e saber conversar para resolver possíveis situações em que as ideias e atitudes são diferentes. O maior benefício é ter a pessoas sempre por perto e conseguir aproveitar a companhia do outro em outros momentos que antes pela distância ou rotina era mais difícil”, conta.

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