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O que são pensamentos intrusivos e quando eles saem do controle?

Psicóloga explica o que os pensamentos intrusivos podem indicar e qual é a melhor forma de lidar com eles.

Por Juliana Morales 25 fev 2024, 10h00

Você está no terraço de um prédio alto, conversando com alguém, quando de repente pensa: “e se eu jogasse meu celular daqui de cima?”. Ou você está em um lugar silencioso, como uma biblioteca, e imagina como seria se soltasse um grito ali do nada. Essas ideias ‘malucas’ e repentinas são comuns e têm nome: pensamentos intrusivos.

Sem muita lógica, eles surgem nas nossas mentes como uma maneira do nosso cérebro de avaliar riscos e imaginar situações de perigo. Na maior parte dos casos, eles não resultam em ações reais e consequências mesmo – são pensamentos passageiros, que podem causar certo incômodo.

Samarah Perszel de Freitas, psicóloga, especialista em Neuropsicologia, e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), explica que os pensamentos intrusivos são comuns e acontecem com todo mundo. Eles se tornam preocupantes quando a frequência começa a aumentar muito, ou ele fica mais fixo na mente, causando sofrimentos e prejuízos emocionais para a pessoa.

“Quando os pensamentos intrusivos ficam recorrentes, eles podem virar obsessivos, dando a sensação de perda de controle, por exemplo. Aí é o momento de pedir ajuda”, alerta a especialista.

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O que os pensamentos intrusivos podem indicar?

Samarah destaca que os pensamentos intrusivos podem aparecer a partir do nosso padrão de funcionamento que não está tão saudável funcional em determinado momento. Pessoas que têm ansiedade, por exemplo, podem ficar mais suscetíveis a eles.

“Podemos usar os pensamentos intrusivos como um marcador do nosso estado emocional, sinalizando quando estamos inseguros ou mais ansiosos. Muitas pessoas acham que eles são negativos, mas eles podem ser aliados nesse sentido”, explica. “Quando vier um pensamento intrusivo, vale se perguntar para que ele apareceu. É só uma fantasia, algo até engraçado, ou ele quer me dizer algo?”, completa. 

É importante, segundo a psicóloga, não evitar ou fingir que o pensamento intrusivo não apareceu. Isso, na verdade, pode acabar gerando o efeito rebote e fortalecendo ele ainda mais. “O ideal é olhar para o que está na mente e acolher esses pensamentos, para depois entender por que ele surgiu”, aconselha. 

 

 

 

 

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