O que os jovens querem e esperam do mercado de trabalho
A Galera CAPRICHO rebateu alguns estereótipos sobre a Geração Z e contou o que é inegociável para eles em relação a trabalho

uito se fala sobre a Geração Z no mercado de trabalho. As análises, inclusive, são cercada de estereótipos e até preconceitos. E, na maioria das vezes, os jovens, que são o centro dessa discussão, não participam dela. Você já deve ter escutado, por exemplo, que a nova geração não quer ser chefe: mas será que eles não gostam de liderar mesmo ou só não aceitam a liderança como ela é hoje?
Esse é só um dos pontos de um amplo debate que a nossa galera precisa estar inclusa. Afinal, é previsto que a geração Z representará 27% da força de trabalho global até 2025 e se tornará a maior geração na força de trabalho até 2035. Por isso, no Dia do Trabalhador, comemorado neste 1º de maio, aproveitamos para perguntar à Galera CAPRICHO, que representa toda uma juventude diversa, sobre o que eles querem e esperam do ambiente de trabalho.
Qual o peso e importância da carreira e do trabalho para essa geração? O que é essencial para eles e o que eles não aceitam de jeito nenhum?
Um estudo da Udemy ouviu mais de 6.600 jovens em todo o mundo (incluindo o Brasil) para entender o que a Geração Z realmente quer no trabalho. Segundo os entrevistados, a flexibilidade e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, assim como a comunicação clara e transparência (ambos a 42%) são prioridade para a nossa galera. Esses fatores foram seguidos de perto por apoio ao desenvolvimento profissional e oportunidades significativas de avanço na carreira (40%).
A nossa Galera CAPRICHO confirmou estes pontos levantados na pesquisa e reforçou bastante a defesa de um trabalho flexível e que respeite o bem-estar e a vida pessoal – que, muitas vezes, faz com que os jovens sejam vistos como preguiçosos. Alana Eloi, de 15 anos, refuta essa ideia e diz que ela está muito relacionada com um aspecto social.
“Muitos de nós crescemos vendo o esgotamento de quem teve que lutar por estabilidade, deixando muita coisa pra trás, então queremos equilibrar a realização pessoal, lazer e sonhos com o retorno financeiro, deixando de aceitar péssimas condições que antes eram normalizadas. Acredito que a minha geração valoriza saúde mental e flexibilidade”, diz a jovem.
Isabella Iore, 18 anos, acredita que diferente de seu pais, avós, e das gerações anteriores, ela e seus amigos veem “o trabalho como parte da vida e não como a vida inteira”. “Mas não é como se o trabalho fosse irrelevante para gente, é que priorizamos qualidade de vida também”, explica. “Espero futuramente ter esse poder de escolha e trabalhar em um lugar onde eu possa crescer sem que eu tenha que abrir mão da minha saúde mental, dos meus gostos e dos meus valores como pessoa”, completa.
Eu jamais aceitaria um trabalho que me consuma por inteira, me deixando sempre exausta e me tirando a paz e o direito de aproveitar meus momentos de lazer com meus amigos e família, assim como deve ser. Devemos trabalhar para viver, não viver para trabalhar.
Lavínia Azanã, 15 anos
Isso não significa que o trabalho não é importante para a Geração Z
Dominique Molina, 16 anos, diz que, para ela, “trabalho significa esforço” e rebate a ideia de que os jovens não ligam para trilhar uma carreira. “Muitas pessoas falam que nossa geração não tem vontade de trabalhar, mas é o contrário: o peso e a importância da carreira é enorme para nós, jovens, que queremos ter uma vida confortável”, diz.
“Ter ideia de carreira e como irá passar grande parte da vida exercendo ela normalmente ocupa um grande espaço na mente dos adolescentes, na verdade”, reforça Sofia Vieira, 17 anos. “Particularmente, eu buscarei estabilidade financeira e algum nível de realização pessoal no meu trabalho. Acho que para a minha geração isso significa ter alguma estabilidade e não ser pego de surpresa ao longo do caminho”, completa a jovem.
O que queremos ser e como vamos nos manter no Brasil é uma aflição para a nossa geração hoje. Eu mesma já me fiz essas perguntas. No fim, acabamos nos desgastando com algo que ainda nem chegamos perto de começar.
Ana Paiva, 16 anos
Mas o trabalho tem que fazer sentido
Um estudo realizado pela consultoria australiana McCrindle mostrou que os jovens consideram extremamente ou muito importantes ao pensar sobre sua carreira ter propósito e significado em seu trabalho (72%), fazer um trabalho alinhado com seus valores essenciais (68%), encontrar um local de trabalho que seja uma comunidade de fortes conexões sociais (68%), e que o trabalho que eles fazem tenha um impacto positivo no mundo ao seu redor (64%).
Faz sentido. Giovanna Feliponi, 17 anos, vê o trabalho “como algo que quer mostrar ao mundo, não apenas como uma atividade pela qual recebe uma em troca, mas como uma vocação que posso contribuir para a sociedade. “Acredito que, além de atender às expectativas da sociedade e dos nossos pais, o trabalho deve proporcionar um sentido de pertencimento”, defende.
Heloísa Santana, 15 anos, concorda. Para ela, o trabalho precisa trazer liberdade e não ser um peso. “O mais importante é se sentir bem com o que escolheu. O que não vamos aceitar é escolher uma carreira só pra agradar os outros, como pais ou amigos. A decisão tem que ser nossa!”
Fazer o que eu amo é essencial. Nunca aceitaria ser desrespeitado e não ser valorizado como mereço.
Rhyan Reis, 14 anos
Na visão de Cassiane Porto, 17 anos, o trabalho é uma forma de ter remuneração e “algo que nos firma como adultos”, mas também pode ser um ambiente onde ela pode explorar minhas habilidades e criar conexões.
“Pra mim, o ideal é um ambiente acolhedor, que eu consiga ter meu espaço, onde possa expor minhas ideias e que valha o meu esforço. Não aceitaria de nenhuma maneira desigualdade salarial, jornadas de trabalhos muito longas e desvalorização do trabalho”, garante.
E você, leitor(a) da CH, o que espera do mercado de trabalho?