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O que é repertório cultural para redação do vestibular e como adquirir?

Ter um repertório cultural amplo é essencial para criar os argumentos que sustentam sua redação do vestibular

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 16h07 - Publicado em 6 mar 2024, 18h16

A maioria dos vestibulares exige que os candidatos escrevam um texto dissertativo-argumentativo, a partir de um tema proposto pela banca examinadora. O estudante deve, então, defender na sua redação um ponto de vista por meio de argumentos consistentes e exemplos e, em alguns casos como no Enem, apresentar uma proposta de intervenção para o problema em discussão.

Para construir argumentos fortes e bem embasados na redação do vestibular, o candidato deve aprimorar sua capacidade de relacionar acontecimentos atuais com fatos históricos, obras literárias e audiovisuais, pesquisas, ideias de figuras importantes. Essa base de conhecimento é o que é chamado de repertório cultural, como explica Daniela Cristina da Silva Garcia, mestra e doutoranda em linguística aplicada, e professora de redação no Aprova Total.

“Trata-se de informações externas que enriquecem e fundamentam os argumentos apresentados no texto, abrangendo fatos, citações, experiências pessoais ou exemplos históricos, culturais e sociais relevantes para a discussão em questão”, diz.

O que é repertório para redação?

Vamos pensar como exemplo a redação do Enem 2023, cujo tema foi os “desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Para abordar esta temática, o estudante poderia ter usado diferentes tipos de repertório, desde o filme “Que horas ela volta?”, que debate sobre as complexidades do trabalho doméstico, até citações da filósofa Silvia Federici, para quem o trabalho de cuidado é ponto central no debate sobre igualdade entre mulheres. Mas repertório não se limita apenas a livros e filmes considerados cultos, viu?

O candidato poderia ter citado em seu texto também o perfil da Anaterra Oliveira no TikTok. Por meio de entrevistas nas ruas, a jovem faz vídeos autoexplicativos sobre o privilégio masculino e a cultura misógina. Em um de seus vídeos, ela perguntou para homens e mulheres quanto tempo eles dedicam cuidando dos filhos. A diferença nas respostas dos dois gêneros foi discrepante, mostrando que mulheres ainda são as grandes encarregadas de cuidar da casa e dos filhos.

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Na hora de escolher um repertório, a professora Daniela aconselha que o estudante se certifique que aquele exemplo ou informação tem coerência e conexão com a linha de argumentação desenvolvida ao longo do texto. Ou seja, a pergunta que deve ser feita é a seguinte: o repertório escolhido contribui para sustentar e enriquecer minhas ideias ou só está sendo usado para encher as linhas e de forma desconexa? Avalie isso sempre!

Como adquirir repertório cultural?

Além das aulas, é importante que o estudante busque outras formas de conhecimento e adquirir repertório. Como? Lendo livros, apreciando músicas brasileiras, assistindo séries e filmes, escutando podcasts, acompanhando o noticiário, assistindo peças de teatro e indo a exposições de arte.

Daniela indica que, para enriquecer o repertório na redação, o vestibulando explore uma variedade de temas relevantes para a sociedade contemporânea – desde questões educacionais e sociais até tecnológicas e ambientais.

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Dentro de cada eixo temático, é recomendável pensar em dados, exemplos e fontes de informação que podem fortalecer a argumentação. Outra dica é treinar a estrutura do texto para conseguir contextualizar e integrar informações apresentadas no texto de uma forma clara e objetiva.

Ficou mais claro? Então, agora é mão na massa, estudante. É hora de ampliar seu repertório!

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