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O que é o movimento 4B, das sul-coreanas, que se espalha no TikTok mundial

Após vitória de Donald Trump, jovens americanas estão compartilhando informações sobre o movimento feminista sul-coreano nas redes sociais

Por Juliana Morales 23 nov 2024, 17h00
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os k-dramas, k-pop aos manhwas (mangás), a cultura sul-coreana se espalhou pelos continentes no que ficou conhecida como Hallyu, ou onda coreana. O prestígio do país asiático no entretenimento e na moda no Brasil e no mundo todo é inegável, mas ele não para aí. Cada vez mais, observamos a influência da galera da Coreia do Sul nas conexões sociais de outros países – prova disso é o Movimento 4B, que tem ganhado atenção de garotas de diversas nacionalidades nas redes sociais.

Criados pelas sul-coreanas, o movimento defende a escolha dessas mulheres de não se relacionarem mais com homens, como um ato político, diante do machismo que enfrentam no país. Para elas, não basta lutar contra o patriarcado, precisa exterminá-lo completamente.

O nome (4B) refere-se ao quatro princípios que regem o grupo e que começam com “bi” no idioma coreano. Em tradução livre para o português, podemos dizer que o termo significa “não”. São eles:

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  • Bisekseu: “não fazer sexo”
  • Bichulsan: “não engravidar”
  • Biyeonae: “não namorar”
  • Bihon: “não se casar”

Por que o movimento 4B nasceu?

Esse movimento surge em um contexto de uma sociedade extremamente machista. Para compreender um pouco desse cenário, basta olhar dados como o do levantamento da revista The Economist com 29 países, que colocou as mulheres da Coreia do Sul como aquelas que enfrentam a maior disparidade salarial.

Além disso, casos de crimes sexuais digitais recentes evidenciam a cultura generalizada de assédio sexual existente no país. Meios de comunicação nacionais relataram que imagens e vídeos deepfake sexualmente explícitos de mulheres sul-coreanas estão sendo frequentemente encontrados no  Telegram e em outras mídias sociais e isso é um problema crescente por lá.

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Os desafios do movimento 4B

Como explica artigo publicado no The Conversation, a ideia do Movimento 4B não é o isolamento feminino, mas sim “a rejeição dos caminhos de vida tradicionais na tentativa de criar novas formas de libertação das restrições patriarcais”. Elas querem um “futuro onde as mulheres possam viver nos seus próprios termos”. 

O artigo explica ainda que, apesar da sua crescente influência, o Movimento 4B enfrenta desafios significativos. Os princípios radicais provocaram reações adversas, com os críticos rotulando os participantes como egoístas ou antissociais. “Rejeitar os homens como forma de protesto contra as estruturas patriarcais e as normas conjugais tradicionais é por vezes (mal)interpretado como um favorecimento implícito do lesbianismo, dada a sua posição contra as relações heterossexuais”, explicou o texto.

Por que estão falando do Movimento 4B nas redes?

O Movimento 4B não é tão recente assim. Como explica a matéria da Teen Vogue sobre o tema, ele começou na Coreia do Sul em meados da década de 2010 – mesma época em que o movimento #MeToo começou nos EUA, e também em grupo feministas digitais e no Twitter.

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Acontece que, após a vitória de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, houve um aumento de interesse nos EUA pelo movimento 4B. Jovens americanas estão discutindo e compartilhando informações sobre o movimento feminista sul-coreano por meio do TikTok e do Instagram.

@artangelalexa

Replying to @B i’m glad we’re all here #4b #4bmovement #abortionisessentialhealthcare #abortionrights #womenshealth #womensafety #sprinklesprinkle #womensupportingwomen #womensempowerment #womensrightsarehumanrights #2024elections #fypageシ #foryoupage❤️❤️

♬ original sound – Alexa🪽

@urivygrows13

#4bmovement #election2024 #kamalaharris #femininomenon

♬ original sound – minh

E você, aqui no Brasil, já tinha escutado falar sobre o movimento 4B?

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