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O que é a prática do ‘ghosting’ e por que algumas pessoas somem de vez

Aqui vai um lembrete: na maioria das vezes não é sobre você, mas sim, sobre o outro.

Por Bruna Nunes Atualizado em 29 out 2024, 18h45 - Publicado em 26 abr 2023, 18h41

Imagine o seguinte cenário: você tem uma relação alguém, vocês constroem um laço e, de repente, a outra pessoa some, não manda mais mensagens ou chega até a impedir qualquer tentativa de contato com você. Difícil, né? Mas tem sido mais comum do que imaginamos.

Essa atitude de sumir e se retirar da vida de alguém sem dar nenhuma explicação tem nome: ghosting. O termo em inglês tem uma relação direta com a palavra “ghost”, que é fantasma em inglês. Junto com o prefixo “ing”, ela se torna uma ação que, no português, podemos traduzir por “dar um perdido”, “dar um chá de sumiço”, por exemplo.

E faz sentido essa tradução, né? Porque a pessoa realmente some da sua vida, do seu dia a dia, se tornando praticamente um… fantasma. E apesar dessa postura ser obviamente um vacilo – afinal, né? que custa conversar? -, é mais frequente e normalizado e pode causar decepções, traumas e por aí vai.

Mas afinal, por que alguém faria algo tão cruel? Será que chamar de crueldade é exagero? Será que é falta de interesse mesmo ou irresponsabilidade essa ausência de diálogo sobre o que há entre duas pessoas?

Para entender melhor, nós da CAPRICHO , levamos alguns questionamentos a psicóloga e especialista em medicina comportamental, Carina Pirró (@terapia_no_insta), levantou alguns pontos para entendermos o que pode motivar este tipo de atitude e o que pode causar na vitima.

Por que as pessoas “somem” mesmo sabendo que é mancada?

Existem inúmeras motivações para tal atitude. Talvez nem seja 100% “por mal” porque podem ser traumas pessoais, como medo e dificuldade de assumir seus sentimentos e fragilidades, mas é preciso assumir que talvez a pessoa só seja vacilona mesmo. Até porque a pessoa pode acreditar que está fazendo o melhor para si.

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“De qualquer que seja o motivo, estamos lidando com uma forma de imaturidade emocional”, alerta a especialista. Ou seja: Não tem como saber exatamente o que pode levar alguém a romper algo desse jeito, mas podemos concluir que, sim, quando alguém some, é uma decisão voluntária. Parafraseando Carina: “Ninguém simplesmente esquece de ligar de volta num relacionamento, ou está tão ocupado que nunca mais te atende. A decisão de terminar a relação foi tomada.”

E ficam aqui os seguintes alertas:

  • Isso não acontece só com relacionamentos amorosos (namoro, ficantes, conversantes), pode acontecer com amizades também, por exemplo.
  • Tem um tipo de ghosting que é instável, a pessoa vive indo e vindo. Some e manda um “saudade, rs” para depois sumir de novo. Cuidado, hein?!

“Levei um ghosting. E agora?”

De acordo com a psicóloga, a melhor forma de lidar com isso é “respeitar” o que aconteceu. Então, não tente mais contato com a pessoa. Além disso, se cerque de pessoas que realmente se importam com você. Vamos combinar uma coisa? Uma pessoa que não quer estar na sua vida não merece seus esforços para ficar nela.

É importante lembrar disso, porque levar um ghosting pode gerar muitos traumas em alguém. A pessoa pode desenvolver baixa autoestima (ou piorar), ter crises de ansiedade e identidade, fora as coisas que não parecem tão graves, mas são doloridas que só, como o famoso coração partido.

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Lembre-se: esse comportamento não diz nada sobre você. Pare de procurar sua culpa nisso”, aconselha Carina, que frisa que não tem como ficar se culpando por uma decisão do outro.

“Sei que você busca uma explicação e eu vou te dar: essa pessoa não teve maturidade para ser justa com você e não se importou com seus sentimentos. Então, ela não é a pessoa certa para você ter um relacionamento feliz”, completa.

Também é importante refletir que caso alguém não queira mais participar da sua vida da mesma maneira de antes, nem sempre é um ghosting. Se a pessoa foi transparente com você desde o início, talvez tenha sido só falta de interesse e ou vontade de continuar com o que rolou entre vocês. O lance aqui é ter responsabilidade afetiva com quem você se relaciona.

Mas e você aí? Já deu ghosting em alguém? Ou pior: já levou ghosting de alguém? Mande sua historia para capricho@abril.com.br. Seu anonimato será garantido! 

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