O ‘meio termo entre os gêneros’ é o que mais define Lorde
Em entrevista à Rolling Stone norte-americana, a cantora revelou ter se permitido a expandir o próprio gênero e a encontrar conforto na fluidez.

om lançamento previsto para o dia 27 de junho, o novo álbum de Lorde, Virgin, já se provou um projeto de reflexão, reconstrução e renascimento da própria cantora. Além de abordar o término de um relacionamento de longa data, muito discutido no single What Was That, o novo projeto também aborda a recuperação de um transtorno alimentar e a redefinição de como ela vê a própria identidade de gênero.
Em entrevista para a Rolling Stone norte-americana, Lorde revelou que, no processo de “se permitir a ocupar mais espaço”, em recuperação ao transtorno alimentar, ela se permitiu expandir a própria sexualidade. “Meu gênero se tornou muito mais expansivo quando dei mais espaço ao meu corpo”, explica.
A partir da escolha das peças de roupa, que se tornaram mais masculinas, não só os fãs da cantora, como também amigos perceberam a mudança. Ela conta que a própria Chappell Roan a questionou “então, você é não-binário agora?”, ao que Lorde respondeu: “Sou mulher, exceto pelos dias em que sou homem”.
A definição encontrada pela cantora, presente na faixa que abre Virgin e explora mais o seu renascimento, é o que mais chega perto do que Lorde define como “estar no meio termo em termos de gênero”. Embora ainda se considere uma mulher cis e tenha mantido os pronomes Ela/Dela, a fluidez do gênero é o que mais a representa.
Enquanto escrevia a faixa Man of the Year, por exemplo, Lorde conta que ao tentar se imaginar de uma forma que fosse “totalmente representativa com o gênero que se sentia naquele momento”, se enxergou com jeans masculino, vestindo uma corrente de ouro e fita adesiva no peito. Este último item, para ela, lhe garantia “crueza”, e “não como uma solução permanente” – algo que a permita fluir entre os gêneros.