O convite otimista que Felca faz a todo mundo após vídeo de denúncia viral
Em entrevista no Altas Horas, o youtuber contou por que acredita que seu vídeo teve esse alcance gigante e que todo mundo pode fazer a diferença

pós a repercussão gigantesca do vídeo, que furou a bolha e chegou até o Congresso, Felca foi um dos convidados do programa Altas Horas, que foi ao ar no sábado (16). O youtuber bateu um papo com Serginho Groisman sobre os efeitos do seu conteúdo para o debate público sobre a exposição de crianças na internet.
Apesar das denuncias feitas por ele revelar um cenário nefasto, e ter gerado ameaças e movimentos de difamação, Felca vê o alcance e o impacto do vídeo, que “ele pegou uma câmera e gravou do seu próprio quarto”, com esperança e faz um convite para quem também quer contribuir e fazer a diferença.
“Nesse momento está sendo meio nebuloso, difícil de cair a ficha [em relação a repercussão que teve], mas é um convite para todo mundo que está assistindo, vocês entenderem que vocês têm voz, existe um poder nas pessoas. Você vê algo que está errado, e falar, denunciar, na sua simplicidade. As pessoas ouvem, existem bondade no mundo“, afirma.
O tema denunciado por Felca não era uma novidade: muitos especialistas já falavam sobre ele, e casos como do Hytalo Santos e Kamylinha já tinham vindo à tona antes. Segundo o youtuber, o que faltava era uma mobilização mais numerosa mesmo – e isso foi capaz com a influência dele e a forma que decidiu fazer o conteúdo.
“O alcance não vem quando uma pessoa tem muita autoridade, mas vem quando a pessoa decide reunir informações importantes desde o cerne da questão. Então, reunir provas, pesquisar, denunciar”, diz. “Quando ela reúne informações em um vídeo que seja também fácil de consumir. Eu acho que é sobre o ímpeto de causar uma mudança”, completa.
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Segundo ele, o mais difícil em todo o processo foi reunir as informações sozinho. Ele ficou um ano trabalhando em cima da questão. “É um tema tão aversivo, que você não consegue ficar bem. Eu ficava com tanta agonia, tanto amargo. Pela minha saúde mental, eu precisei fazer isso devagar. E eu tô super realizado, muito satisfeito disso poder gerar alguma mudança”.
A denúncia de Felca que furou bolhas
Em seu vídeo, Felca aponta que Hytalo produz conteúdos sexualizando crianças e adolescentes, inclusive com o objetivo de atrair um público adulto com interesses “predatórios”.
Ele chamou o material de “nefasto” e classificou toda a situação como um verdadeiro “circo macabro”. Ele destacou, em especial, o caso de Kamylinha — que começou a participar da “turma” de Hytalo aos 12 anos — afirmando que a exposição excessiva resultava em aumento de engajamento para ele.
O influenciador ainda reforçou que o perfil de Hytalo cria um ambiente desconfortável e impróprio ao ambientar os menores em situações com consumo de álcool e insinuações de intimidade, criticando o uso da imagem delas como estratégia digital, feita para monetizar e gerar dinheiro
Em seus vídeos para o canal do YouTube, Hytalo mostra os menores se beijando, faz perguntas como “já pulou a cerca?”,” já pegou mais de quatro na balada?” e “já sentiu vontade de ficar com pai, mãe, primo ou tio de um amigo?”.
Em suas redes sociais, Hugo Motta, presidente da Câmara, disse que o vídeo “chocou e mobilizou milhões de brasileiros” e ainda prometeu transformar essa inquietação popular em ação legislativa. “Conte com a Câmara para avançar na defesa das crianças”.
Vários projetos já tramitam no Congresso visando a regulamentação da presença de menores de idade nas redes. Um dos principais é o PL 2628/2022, aprovado no Senado, e continua aguardando análise na Câmara.
Essa proposta determina que empresas de tecnologia com riscos potenciais a crianças e adolescentes devem cumprir um “dever de cuidado”, removendo imediatamente conteúdos considerados ofensivos e atuando com transparência em seus mecanismos de denúncia — sem necessidade de ordem judicial.
Outro foco pode ser a criação de mecanismos legais que responsabilizem criadores de conteúdo e plataformas, além de promover a educação digital dos usuários para coibir práticas abusivas de “adultização”.
Ou seja, ainda muita coisa vai rolar sobre o tema, viu? Acompanhe aqui na CAPRICHO que vamos continuar te explicando esse cenário complexo assim que tivermos novidades.
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