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Não existe amanhã se o foco do hoje não for a natureza e a justiça social

"É quase orgânico sentir que tem uma pulsão de morte em atividade", diz Marina Silva, Deputada Federal por São Paulo, em entrevista à coluna "Ecos da Terra"

Por Isabella Otto 13 out 2022, 13h46

Nunca tive partidos ou políticos preferidos, mas um nome sempre me chamou a atenção, desde a minha primeira eleição: Marina Silva. Aqui em casa todo mundo sabe que, se tenho a oportunidade de votar na Marina, vou votar, porque, em primeiro lugar, acredito em suas propostas de governo e confio em todo o trabalho já feito por ela; em segundo, por sua história de vida. Marina não é só uma mulher na política – o que já é um feito e tanto! Ela é uma mulher amazônida, que foi alfabetizada aos 16 anos de idade e, regida pelo coração e pela sua conexão com a floresta, seguiu seu sonho de trabalhar em prol de um mundo melhor. Não preciso nem dizer que foi uma honra sem tamanho entrevistá-la na última quarta-feira (12), durante evento realizado pela Girl Up Brasil com o apoio da CAPRICHO, em São Paulo.

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Montagem com fotos envolvendo o tema mudanças climáticas
Reprodução/CAPRICHO

A Deputada Federal compareceu ao #SuperMeninas22 para particpar de um painel sobre clima e meio ambiente. Uns minutinhos antes de subir ao palco, ela conversou com a “Ecos da Terra” sobre o importante papel da juventude no debate climático. “Como há uma pressão muito grande sobre os recursos naturais, criando situações de completa desarmonia, isso é uma grande ameaça para o futuro da vida na terra, e ninguém melhor do que os jovens para sentir esse risco. É por isso que eles estão se mobilizando, porque eles estão ligados à pulsão de vida, e, neste momento, é quase que orgânico sentir que tem uma pulsão de morte em atividade“, disse.

Nos últimos anos, com a falta de políticas públicas destinadas à pasta do Meio Ambiente, o cenário de destruição se agravou. Além do descaso, o negacionismo também precisa ser combatido, assim como a ideia de que o conservadorismo é incalcançável. “Tem uma bancada ruralista, reacionária e conservadora que o tempo todo tenta bombardear a opinião pública dizendo que meio ambiente e desenvolvimento estão separados, e não estão. Temos que juntar economia com ecologia, ética com política”, explica a deputada, que garante que ainda há solução, mas apenas se a conversa sair do campo das ideias. E, justamente por isso, a ação dos jovens é tão potente! “A juventude está na ponta desse debate, porque ela não está fazendo um debate puramente teórico. Ela busca e exige iniciativas práticas e, neste momento, como temos desmatamento alto, ameaça à legislação, uma situação de violência, principalmente no caso da Amazônia, esse contato com a juventude se dá muito pela capacidade que tivemos de de dar respostas concretas. Conversar sobre isso e agir para que medidas sejam tomadas é fundamental“, afirma.

 

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A urgência se dá porque estamos cada vez mais próximos daquilo que os cientistas chamam de ponto de não retorno. Isto é, quando a humanidade começar a usar mais recursos naturais limitados da Terra do que ela é capaz de fornecer, atingindo um nível insustentável de cooperação e fazendo com que as consequências das mudanças climáticas se tornem irreversíveis. Sendo a natureza o espaço comum de existência coletiva, a luta ambiental é uma questão humana – e também política, é evidente, mas não paridária, como algumas pessoas insistem em defender. “Meio ambiente não é tema de esquerda ou direita. Meio ambiente é tema de ser humano”, declara a congressista, que acredita que todos vamos ter que ser sustentabilistas muito em breve, quer queiramos ou não.

Para Marina Silva, é tempo de trabalhar ação e emoção em conjunto. “Se a gente destruir a floresta [Amazônica], a gente vai prejudicar o regime de chuvas, vai desequilibrar o planeta, prejudicar nosso desenvolvimento e nossa qualidade de vida, e hoje nós estamos no tempo de nos mobilizar pelas duas coisas, juntar razão e coração, porque essas duas coisas é que vão ajudar a fazer a diferença nessa crise civilizatória, econômica, social, ambiental, política e de valores que estamos vivendo“, aposta a Deputada Federal, que é também professora, historiadora e amazônida: “A vivência com a Floresta, o contato quase que orgnanico com a natureza, me fazia achar a floresta linda, acolhedora, misteriosa, divertida, e em alguns casos assustadora. Mas altamente fundamental para a minha sobrevivendo e da minha familia”.

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Nos poucos minutos de aula que tive com a ativista ambiental, e que compartilho aqui com vocês, tive as esperanças renovadas. Apesar da bancada pró-meio ambiente na Câmara ter encolhido 20% nas Eleições 2022, temos no Congresso nomes comprometidos com a humanidade, pois não existe futuro se o foco do hoje – e do sempre – não for a natureza e, consequentemente, a justiça social. “Sempre repito uma frase do psicanalista Erich Fromm, que diz que o amor por uma pessoa que não é acompanhado de um profundo amor pela humanidade, pode ser chamado de tudo, menos de amor. Eu completo dizendo que o amor pela humanidade que não é acompanhado de um profundo respetito pela natureza também não pode ser chamado de amor“, finaliza a entrevista, mas não sua jornada política.

De volta ao Congresso, Marina Silva se propõe nos próximos quatro anos resgatar a agenda socioambiental brasileira perdida. Dentre as principais propostas, estão:

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