Nadadora paralímpica teve pernas amputadas após sobreviver a uma bomba
Com um ano de idade, Haven Shepherd, que compete em Tóquio, teve uma bomba amarrada em seu corpo pelos pais biológicos, em tentativa de suicídio coletivo
A atleta vietnamita não lembra, mas, quando tinha um ano e dois meses de idade, Haven Shepherd quase morreu em uma tragédia familiar envolvendo uma bomba, que foi amarrada em suas pernas pelos seus pais.
Fruto de uma relação extraconjugal, Haven contou à Revista People a história que posteriormente revelaram a ela. Por viverem em uma cidade pequena, repleta de julgamentos, os pais da esportista, hoje com 18 anos, ficaram com medo de serem malvistos perante a sociedade e entenderam que a única saída era o suicídio.
+: “Botar o meu bracinho na internet é um ato de resistência”, diz Mariana Torquato
Sendo assim, os pais de Haven amarraram uma bomba caseira no corpo dela, se agarraram ao bebê e ativaram o detonador. Ambos morreram e a vietnamita foi lançada no ar, tendo as duas pernas amputadas devido aos ferimentos. “Eu só perdi minhas pernas, poderia ter perdido a vida”, disse na entrevista.
Ver essa foto no Instagram
Seis meses após a tragédia familiar, Haven foi adotada por Rob (foto acima) e Shelly Shepherd, casal norte-americano que sempre a incentivou nos esportes, assim como seus outros seis irmãos.
+: Saiba o que é capacitismo e por que é tão urgente combatê-lo
Ela começou no atletismo, quando ganhou suas primeiras pernas protéticas, mas foi na natação que se encontrou como atleta. “Se você conta com fatores externos para se sentir confiante, esses fatores podem acabar fazendo você se sentir insegura”, escreveu nas redes sociais. Inclusive, ela usa o Instagram como uma plataforma de promover a autoestima dela e de outras pessoas que possam ser inspiradas por sua trajetória.
Ver essa foto no Instagram
Além de atleta paralímpica, Shepherd é modelo e uma entusiasta do crossfit. Nas redes, ela também faz questão de honrar sua história, que para ela sinônimo de vida, ao dizer que é uma sobrevivente de bomba. “Se eu sair de Tóquio 2020 com a cabeça erguida, para mim vale mais do que uma medalha de ouro. Fé é acreditar sem ver, e eu tenho a convicção que vou me sair bem”, disse a People.