Multa para quem ‘canta’ mulheres na rua é aprovada na Argentina
Mas infelizmente a medida é mais paliativa que outra coisa...
Você, com certeza, já deve ter recebido alguma cantada na rua, desde um “Que linda!” até um assobio ou um comentário mais agressivo, que chega a dar medo. Algumas mulheres não ligam e até dizem se divertir com algumas situações. Outras, porém, não gostam e se sentem invadidas. Pensando no espaço individual de cada uma, o Legislativo da cidade de Buenos Aires aprovou nesta semana uma lei que multa homens que cantam mulheres nas ruas.
O parlamentar relator da nova norma foi Pablo Ferreira, que explica que cantada é um tipo de assédio, sim, e que qualquer garota que se sinta ofendida e/ou invadida poderá fazer a denúncia. O assediador será punido com uma multa de até mil pesos (cerca de R$ 210).
A iniciativa visa diminuir os casos de violência contra a mulher na Argentina, um país em que, assim como no Brasil, o machismo está gravemente enraizado. A cada 36 horas, uma mulher é assassinada no país por simplesmente ser do sexo feminino! Em outubro, o movimento #NiUnaMenos gritou pelo fim do feminicídio após Lucía Pérez, uma adolescente de 16 anos, ter sido drogada, estuprada e empalada (perfurada por um objeto que foi introduzido em suas partes íntimas) em Mar del Plata, uma cidade litorânea da Argentina. Desde então, o movimento vem organizando passeatas e intervenções a favor das mulheres e contra o machismo.
O parlamentar Pablo Ferreira, porém, ainda não explicou como a fiscalização será feita nas ruas de Buenos Aires. Ou seja, a ideia é boa, a Lei é importante, mas, na prática, ela não é uma solução tão simples e rápida. Talvez a norma seja mais paliativa que outra coisa. Afinal, agora que tem dinheiro envolvido, quem sabe os assediadores não caiam finalmente na real? É o que todas nós queríamos, mas a verdade é que o mundo seria um lugar muito melhor se nem precisássemos de leis como essa para ensinar as pessoas a respeitarem umas as outras.
E você, acha que a Lei vai ser útil na luta contra o machismo?