Molde de clitóris em 3D e aulas sobre gênero chegam às escolas

Achou polêmico? Não deveria.

Por Isabella Otto Atualizado em 1 nov 2024, 13h11 - Publicado em 21 set 2016, 16h37

Um clitóris impresso em 3D tem chamado a atenção dos internautas e gerado muita discussão online. O modelo anatomicamente correto, desenvolvido pela pesquisadora sociomédica francesa Odile Fillod, está sendo implementado aos poucos em escolas da França e tornando as aulas de educação sexual mais expositivas e igualitárias.

Clitóris em 3D e aulas sobre gênero chegam às escolas

O principal intuito de Odile com o projeto, disponível para todos que tenham uma impressora 3D ao alcance, é mostrar que o órgão sexual feminino, responsável pelo prazer da mulher, precisa ser conhecido, reconhecido e desmistificado. Você sabia, por exemplo, que o clitóris e o pênis são formados pelo mesmo tecido? Que, assim como o órgão sexual masculino, é ele dividido em bulo esponjoso, corpo cavernoso e glande? Acredita ainda que o clitóris possui 8 mil terminações nervosas? “É importante que as mulheres tenham uma imagem mental do que está realmente acontecendo em seu corpo quando elas são estimuladas. Ao entender o papel fundamental do clitóris, uma mulher pode parar de sentir vergonha“, explicou a sociomédica ao jornal The Guardian.

Se o pênis e o clitóris são assim tão semelhantes, por que discutir sobre o órgão feminino ainda causa mais alvoroço que discutir sobre o órgão masculino? Por que ainda é um tabu? É exatamente isso que a francesa quer mudar no mundo. Na França, por exemplo, a educação sexual começa na escola primária, o que corresponde ao Ensino Fundamental aqui no Brasil. Tornar a educação mais igualitária é um intuito mundial.

Clitóris em 3D e aulas sobre gênero chegam às escolas
Molde anatomicamente correto desenvolvido pela francesa já impresso em 3D. Divulgação
Continua após a publicidade

Aliás, a ONU (Organização das Nações Unidas) acaba de lançar, em parceria com a organização O Valente Não É Violento, um modelo de currículo que pode ser utilizado pelas escolas que querem incluir discussões e estudos sobre gênero em sua grade curricular.

O projeto, que foi revisado pela UNESCO, reúne uma séries de aulas sobre sexo, gênero e poder, estereótipos de gênero e esportes, e Violências e suas interfaces. O intuito é que os professores estejam mais bem preparados para trazer discussões como essa para a sala de aula, já que muitos estudantes passam mais tempo nos colégios que em casa e precisam aprender sobre o assunto. Apenas dessa maneira conquistaremos um mundo mais tolerante e com equidade. Assim como a iniciativa da francesa Odile Fillod, o projeto da ONU também está disponível para todos, basta entrar em contato com ovalentenaoeviolento@gmail.com e fazer o download.

Lembrando que as duas opções são facultativas. Ou seja, ainda não são uma obrigatoriedade educacional. Contudo, cada ano mais e mais colégios têm se tornado mais abertos para discussões sobre gênero, feminismo e educação sexual. E você, o que acha das iniciativas?

Publicidade