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7 mitos e verdades sobre o câncer de mama que toda jovem mulher deve saber

Adolescente precisa fazer exame de rotina? Mamografia é só para mulheres mais velhas? Se alguém da sua família teve câncer, você também vai ter?

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 15h29 - Publicado em 9 out 2022, 10h09
Tronco de uma mulher branca segurando delicadamente ambos os seios com as mãos. Ela veste uma blusa de linha vermelha e tem uma fitinha rosa presa à blusa do lado direito do peito
Sakan Piriyapongsak/EyeEm e t_kimura/Getty Images

O câncer de mama é o que mais acomete mulheres no Brasil e, justamente por isso, pode configurar um grande medo. Durante a pandemia de coronavírus, muitas deixaram de realizar seus exames ginecológicos de rotina. O problema é que, com o avanço da vacinação e a retomada da vida, muitas continuaram deixando esses exames para depois – o que é algo extremamente preocupante!

Por exemplo, em 2021, a Secretaria Municipal da Saúde registrou uma queda de 13,1% nos exames de mamografia e ginecológicos no Estado de São Paulo. Uma das principais justificativas para isso é, além da correria do dia a dia, a falta de informação. 54% das brasileiras não entendem de forma clara a importância da mamografia no combate ao câncer de mama, conforme aponta pesquisa Câncer de Mama Hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?, realizada pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria).

Como conhecimento é poder e autocuidado é proteção, e ambos começam desde cedo, conversamos com a Dra. Carolina Curci, especialista em Ginecologia, Reprodução Humana e Obstetrícia, para esclarecer 7 mitos e verdades a respeito do câncer de mama que toda adolescente e jovem adulta pre-ci-sa saber.

1. Adolescente não precisa fazer exame de rotina

Mito. Muito gente relaciona os exames de rotina ao ultrassom transvaginal ou à mamografia, mas vai muito além! A Dra. Carol lembra que é durante a adolescência que nós criamos nossos hábitos e vivemos descobertas ligadas ao nosso corpo, à nossa alimentação, à vida sexual… “Por isso, é essencial que, nessa fase, se faça uma avaliação correta do adolescente: como está o hemograma, o exame de urina, as vitaminas, etc”, explica a médica.

Além disso, é indicado que a garota faça visitas regulares ao ginecologista após a menarca, ou seja, a primeira menstruação. Pelo menos, uma vez por ano, é interessante marcar uma consulta para fazer o acompanhamento dessa avaliação e entender se é necessário ou não pedir novos exames.

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2. Se alguma mulher da sua família teve câncer de mama, você também terá

Mito, mas vale o alerta. “O que a gente sabe é que, se a mãe da adolescente teve câncer de mama depois dos 50 anos, a chance de ser um câncer hereditário é muito pequena. Já no caso do câncer de mama ocorrer numa idade abaixo dos 50, a gente começa a fazer o acompanhamento da adolescente antes, e intensifica ele a partir dos 35“, esclarece a ginecologista.

A probabilidade de um câncer ser hereditário varia de 5 a 10%, mas tem que se levar em consideração fatores externos. Até porque o câncer de mama não tem uma causa única. “Não é porque uma mulher da família teve câncer de mama que todas terão, mas elas terão a predisposição, especialmente se a doença aparecer antes dos 50 anos”, conta.

3. O histórico genético do lado materno é levado mais em conta que o do lado paterno

Mito. No geral, não existe essa incidência. Conforme apontado anteriormente, muitos fatores devem ser avaliados e cada caso é um caso. Mas vale reforçar que, se sua mãe ou alguma de suas avós teve câncer de mama antes dos 50 anos de idade, seus exames de rotina devem ser levados ainda mais a sério.

Ilustração de como fazer o autoexame de mama em casa
Movimentos que você pode fazer usando dois dedos (o indicador e o do meio) para realizar o autoexame de mama em casa DragonTiger/Getty Images

4. O diagnóstico precoce pode aumentar as chances de cura em 95%

Verdade. Conforme ressalta Carolina Curci, o diagnóstico precoce é o mais importante com relação a qualquer tipo de câncer, em especial o de mama. Exatamente por isso, os exames de rotina são essenciais para toda mulher e o acompanhamento médico deve ser feito desde a menarca.

5. Adolescentes e jovens adultas não costumam fazer mamografia

Verdade. Acontece que a mamografia é um exame que avalia a presença do tecido gorduroso de produção de leite, que antes era glandular. “Em casos em que a mãe da paciente teve câncer de mama precoce, ela começa a ser pedida a partir dos 35 anos”, conta a médica. Se não for o caso, e em idades até 35, adolescentes e jovens adultas podem realizar o ultrassom de mama.

6. Apenas o exame de toque já é suficiente para detectar um câncer de mama

Mito. O exame de toque faz a gente diagnosticar lesões nodulares e alterações no tecido da mama, mas não identifica qual é o tipo da alteração. Por exemplo, se ela é benigna ou maligna. “Pra saber, é preciso se consultar com o ginecologista, que, a depender da sua idade, vai pedir um ultrassom ou uma mamografia, e exames complementares. Em nódulos com características malignas é feito uma punção aspirativa com agulha fina para analisar o interior dele. Só assim o diagnostico é dado”, explica a Dra. Carol.

A Sociedade Brasileira de Mastologia também reforça que o autoexame é uma forma de autoconhecimento, mas que não substitui os exames realizados ou prescritos pelo médico, já que muitas lesões podem ser pequenas e não palpáveis. “Às vezes, um pequeno incômodo pode não ser absolutamente nada, ou pode ser sinal de que algo não está bem no nosso organismo. Os exames preventivos existem para essa finalidade: prever diagnósticos com antecedência e realizar um tratamento preciso“, comenta a ginecologista.

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7. Nem todo nódulo é tumor e é maligno

Verdade. Um nódulo ele pode ser um fibroadenoma, por exemplo, que é uma patologia benigna da mama. E também há diferenças entre nódulo e tumor. “Ambos podem ser benignos ou malignos, essa diferença não tem nada a ver com a forma como eles vão se apresentar. O nódulo é qualquer lesão sólida com mais de 1 cm de diâmetro. Até uma picada de mosquito pode dar origem a um nódulo, sabia? Geralmente, ele tem uma forma bem delimitada e os lugares mais comuns de aparecimento são mama, pulmões e tireoide. Esses nódulos podem ser descobertos por apalpação, ou seja, quando a gente apalpa a mama, ou através dos exames de imagem. Agora, para entender um tumor é preciso entender que as células do corpo estão em contínua renovação. Quando a gente tem um tumor que também é chamado de neoplasia, esse tumor é uma massa de tecido formado por células anormais que se multiplicam descontroladamente e, assim como um nódulo, pode ser maligno ou benigno. É preciso levar em conta sua localização e os sintomas do paciente”, explana a especialista.

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