Medo de se arriscar não deve te impedir de se aventurar e realizar sonhos

Morte da jovem Juliana Marins acendeu uma discussão entre o medo de enfrentar qualquer perigo e a vontade de viver a vida

Por Mavi Faria 25 jun 2025, 17h00
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morte da brasileira Juliana Marins, de 24 anos, confirmada nesta terça-feira (24) pela família da jovem, continua chocando internautas e incitando comoção nas redes. Mas não só isso: desde o anúncio, ainda na última sexta-feira (20), de que Juliana havia caído e estava perdida na trilha do vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, a galera nas redes compartilha empatia, revolta e até medo em se aventurar no futuro.

Logo após a divulgação da queda de Juliana, um balão pegou fogo em Santa Catarina, levando oito pessoas à óbito. A proximidade dos dois acidentes e a fatalidade de ambos foi suficiente para que boa parte dos internautas no X (ex-Twitter), principalmente, declarassem que nunca iriam voar de balão ou fazer trilhas perigosas em vulcões pelo mundo — interpretando os acidentes como um aviso. Uma parcela dessas pessoas chegou a questionar turistas como Juliana que enfrentam atividades tão arriscadas, comentando “por que ela foi fazer essa trilha?”.

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Mas será que o perigo só existe em atividades mais radicais ou até perigosas? Isso é o que outra parcela dos internautas vem questionando e apontando nos últimos dias. Acidentes de trânsito, domésticos, naturais envolvendo mudanças climáticas, com animais no meio ambiente e até dentro de academias também são uma realidade; a verdade é que, em qualquer lugar, até dentro de casa, existem riscos e podem acontecer acidentes imprevisíveis. No clássico da literatura A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, por exemplo, a protagonista Macabéa falece após ser atropelada.

Frente a acidentes trágicos como o das pessoas que faziam o passeio de balão ou o de Juliana, agravado pela demora do auxílio e do resgate, é natural sentir medo — e faz parte! Se você não se sente confortável para encarar a trilha até um vulcão, ou reconhece suas limitações físicas, não tem por que se colocar nessas situações. Contudo, é importante não deixar de viver pelo medo. Em um dos tweets, uma usuária defende: “Viver é um risco. Para morrer, basta estar vivo”.

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Por outro lado, isso não significa ignorar sinais de alerta e se aventurar em situações com potencial claro de serem fatais. Após a repercussão do caso de Juliana, diversas pessoas compartilharam suas experiências pessoais enfrentando trilhas de vulcões na Ásia, incluindo a que Juliana estava participando.

Entre os comentários, uma opinião era unânime: os guias e as empresas de turismo não são transparentes quanto à dificuldade da trilha e ao longo da subida, os guias não costumam parar, ajudar e até ter ferramentas para socorrer um turista. Ou seja, é um passeio que deve ser refletido com seriedade, levando em consideração seu próprio preparo e os relatos de quem já se aventurou por ele.

Um desses relatos é da jornalista Domitila Becker, que fez a mesma trilha na Indonésia onde Juliana caiu. Ela confirma a dificuldade do percurso mas lembra que a jovem fez o que todos devem fazer em qualquer tipo de passeio: procurar uma empresa com um guia para fazer a trilha. O grande problema e o que possibilitou a morte de Juliana, para Domitila, e diversos outros internautas, foi o descaso do próprio guia e a demora do resgate. Quanto a própria Juliana, Domitila não demora a garantir que a culpa não é dela pela fatalidade, ela era uma mulher em busca de realizar um sonho.

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