Na última quarta-feira, 26, depois de uma contraprova, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso registrado de coronavírus, Covid-19, no Brasil. O paciente é um homem de 61 anos que viajou recentemente a trabalho para a Itália, onde mais de 320 pessoas já contraíram a doença. O ministro da saúde, Henrique Mandetta, afirmou durante coletiva de imprensa que a chegada do vírus ao Brasil era esperada.
Foram diagnosticados no país 132 casos suspeitos do vírus até a última quinta-feira, 27. Dois desses casos já haviam sido testados e dados como negativos para o Covid-19. Apesar da confirmação do primeiro caso do novo vírus no país, de acordo com Thiago Zinsly, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, não existe motivo para pânico. “Temos de estar preparados para uma situação ruim. Entretanto, já sabemos que a maioria das pessoas que contrai o COVID-19 consegue se curar e que a mortalidade dos casos fora da China parece menor do que a ocorrida lá”, disse.
Uma vacina para o novo coronavírus vem sendo desenvolvida e a expectativa é de que ela esteja pronta em três ou quatro meses. Mas, considerando o tempo necessário para a realização de testes, é provável que ela só estará disponível a partir do próximo ano. Assim, é importante redobrar a atenção com as medidas de prevenção.
Além do contágio por contato com animais silvestres contaminados, sabe-se que entre humanos o vírus pode ser transmitido pelo ar, através de gotículas de saliva, catarro e tosse, e por contato pessoal ou com objetos contaminados. Lavar bem as mãos até a altura dos pulsos, carregar e usar o seu próprio álcool em gel 70%, evitar levar as mãos aos olhos, nariz e o boca quando em locais públicos, como metrôs e ônibus, e cobrir a boca e o nariz com a dobra do cotovelo ao espirrar são algumas das medidas preventivas. Segundo a OMS, além de se proteger do coronavírus, ao adotar essas práticas também estamos nos protegendo de outros vírus.
Em relação ao uso da máscara, Zinsly disse que não existe evidência que comprove, no momento, benefício pelo uso de máscaras em áreas públicas para evitar a infecção. “A orientação da Organização Mundial de Saúde é que as pessoas usem máscaras se elas mesmas estiverem doentes ou com sintomas respiratórios”, afirmou o infectologista.
É importante ressaltar que idosos e pessoas que já tenham alguma doença crônica, por exemplo, respiratória, como bronquite, estão no grupo de risco. Por isso, é importante redobrar os cuidados. Nesses casos, especialistas até indicam não cumprimentar os outros com beijo no rosto e estar com vacinas contra gripe em dia. “Pegar uma gripe e o coronavírus ao mesmo tempo pode gerar uma infecção cruzada e potencializar as duas doenças. Isso proporciona a queda do sistema imunológico e consequentemente aumenta os riscos de letalidade. Além do mais, é comum esquecermos de manter o controle sobre outras doenças quando aparece uma epidemia como coronavírus, no entanto, se o organismo estiver forte as chances de uma nova infecção levar o paciente à morte é muito menor“, explica Marcella dos Santos, enfermeira chefe do Grupo DG Sênior.