Lily Allen está certa: ninguém consegue consertar uma outra pessoa
Em 'West End Girl', a cantora expõe comportamento tóxico do ex-marido, as inúmeras traições, mentiras e a realização de que ela não conseguiria mudá-lo
om relatos detalhados de traições, mentiras, inseguranças, corações partidos e manipulações, Lily Allen chocou as redes sociais com o lançamento surpresa do álbum West End Girl, na última sexta-feira (24). Ao longo de 14 músicas, ela desabafou com o público os motivos que levaram seu casamento com o ator David Harbour à ruína e, mais do que isso, mostrou como pode ser difícil entender que o comportamento abusivo do parceiro não é sua culpa e que não é sua responsabilidade curá-lo.
O relacionamento da cantora com o ator de Stranger Things começou em 2019 e foi oficializado em um casamento já em 2020. O que parecia ser um encontro perfeito por meio de publicações nas redes sociais de ambos chegou ao fim publicamente no início deste ano. Em um episódio de seu podcast Miss me?, em janeiro de 2025, Allen chegou a relatar estar sofrendo crises de pânico e que “não consigo me concentrar em nada além da minha dor”.
Na mesma época, o portal Daily Mail compartilhou que a cantora havia se internado em uma clínica para ficar afastada das redes sociais e do já ex-marido para conseguir cuidar de sua saúde mental. Na época, também começou a circular a informação de que o casamento havia chegado ao fim pela descoberta de que Harbour ainda usava aplicativos de namoro.
Contudo, nenhuma informação oficial e detalhada sobre os motivos do término havia sido exposta até West End Girl, em que Allen se abre sobre a descoberta das traições ao ler mensagens no celular dele e o envolvimento romântico com outra mulher, apresentada na música sob o pseudônimo de ‘Madeline’. Na música Pussy Palace, a cantora chega a contar como encontrou uma caixa, no apartamento que o marido mantinha em Nova York, com cartas escritas à mão de inúmeras mulheres que tiveram seus corações partidos pelo ator e que desejavam que ele fosse “um homem melhor”.
“Eu achei uma caixa de sapatos cheia de cartas escritas à mão / Escritas por mulheres com coração partido, desejando que você pudesse ter sido melhor / Lençóis fora da cama, eles estão jogados pelo chão / Um fio longo e preto, provavelmente da noite anterior”, canta. Allen continue detalhando o que encontrou no apartamento do marido: “Sacolas de farmácias com as alças amarradas / Brinquedos sexuais, plugs anais, lubrificante dentro / Centenas de camisinhas, você é tão degenerado / Como acabei me envolvendo na sua vida dupla?“.
Nessa mesma caixa, Allen relata ter encontrado diversos lubrificantes e brinquedos sexuais. O apartamento, que ela considerava um ‘dojo’ — um espaço para Harbour encontrar os amigos e aproveitar sua individualidade — é chamado de ‘palácio da putaria’ pela cantora, já que os encontros com as outras parceiras aconteciam neste espaço.
Embora os detalhes das mentiras, traições, desleixos e até do ciúmes com a carreira de atriz da cantora, é na música Fruityloop que Allen compartilha a principal e mais difícil lição deste relacionamento: ela não consegue salvá-lo ou melhorá-lo, e a culpa do comportamento de Harbour não é dela.
É bem comum que, em comportamentos abusivos, a vítima se sinta responsável pelo que aconteceu e busque formas de se culpar, especialmente pelas mentiras, manipulações e traições. Ao acreditar que o parceiro está ‘quebrado’ — precisando de ajuda até mesmo para tratar do vício em sexo, pontuado por ela em Pussy Palace — Allen se coloca na posição de salvadora, que irá curá-lo de qualquer comportamento tóxico. Ao mesmo tempo, ela se resigna e percebe não ser capaz de “quebrar esse ciclo” ou de “mantê-lo feliz”, e reflete: “Queria poder consertar todas as suas merdas, mas todas as suas merdas são suas para consertar”.
“Pensei que poderíamos quebrar o ciclo, pensei que eu poderia te fazer feliz / É a vida, você é uma bagunça, eu sou uma vadia / Queria poder consertar todas as suas merdas, mas todas as suas merdas são suas para consertar / Porque não sou eu (eu, eu), é você / É o que você sempre fez, é o que você vai fazer”.
Independente de ser uma relação amorosa, familiar ou entre amigos, é importante que você entenda, assim como Allen, que nem a culpa nem a responsabilidade pelo conserto de uma pessoa é sua. O indivíduo só consegue receber ajuda e melhorar se ele estiver disposto a fazer isso, e o máximo que você pode fazer é apoiar e incentivar o outro, se você quiser. Caso contrário, é o que ela escreveu: “E não havia nada que eu pudesse fazer, você está preso no seu loop”.
+ Quer receber as principais notícias da CAPRICHO direto no celular? Faça parte do nosso canal no Whatsapp, clique aqui.
Como conseguir ingresso para a première de Wicked no Brasil?
Crepúsculo ganha coleção de Crocs com modelos inspirados em Edward e Jacob
Teste: Qual linguagem de amor você mais gosta de receber?
2026 terá até 9 feriadões: veja a lista completa e já planeje o descanso