Jovem é estuprada na cidade em que estava promovendo campanha contra estupro
Não é coincidência. É crime!
Por Isabella Otto
Atualizado em 1 nov 2024, 14h01 - Publicado em 8 jan 2016, 16h30
Faz semanas que aconteceu, mas isso não diminui a importância de se discutir o assunto. Amber Amour é uma ativista de 27 anos que estava na Cidade do Cabo, na África do Sul, para participar da campanha Stop Rape. Educate! (“Parem o estupro. Eduquem!”), que estava sendo disseminada ao redor do mundo, em uma espécie de world tour humanitária.
Durante sua estadia, Amour foi visitar um amigo em um hostel e encontrou um antigo conhecido, com quem já havia ficado. Ele a convidou para tomar uma chuveirada e ela foi, pois estava doente e a água do lugar onde estava hospedada era gelada. ” Eu disse sim porque a água do chuveiro do meu hostel era muito gelada, e, depois de dois dias doente, eu só queria tomar um banho quente “, afirmou a ativista em sua postagem no Instagram, que você confere logo abaixo.
No banho, o cara forçou uma situação que não existia. “Eu só queria tomar banho(…) Ele forçou as minhas pernas, e eu pedi para ele parar. Mas ele só ficou mais violento “, desabafa Amber, que foi abusada sexualmente por esse antigo colega. “Eu pedi para ele parar, de novo, e comecei a chorar(…) Eu desmaiei e acordei alguns minutos depois(…) Eu estou sentindo um monte de coisas ruins no momento… Vergonha, nojo, sofrimento”, relata a jovem na postagem que publicou logo após o caso de estupro, que foi denunciado à polícia africana.
A história voltou à tona na última quarta, 6, quando uma entrevista com a ativista foi publicada na Marie Claire UK . Nela, Amour revive o caso e explica porque decidiu postar o desabafo na rede social. “Eu sabia que tinha que praticar o que pregava. A primeira coisa que fiz foi tirar uma foto minha e escrever um post descrevendo o que havia acontecido “, afirmou.
Amber Amour é uma feminista bastante conhecida no Instagram, que luta ativamente pelos direitos das mulheres serem livres. O caso gerou polêmica, pois muitos internautas alegam que ela não deveria nem sequer ter aceitado o convite do rapaz. A ativista, entretanto, não se arrepende da decisão. ” Não importa se eu o beijei algum dia. Não importa se ele estava bêbado. Não importa se eu disse sim para um banho. Eu nunca disse que ele poderia me violentar . Eu nunca disse que ele poderia me fazer sangrar”.
Recentemente, Amber publicou uma matéria no Huffington Post Women UK, esclarecendo mais uma fez o ocorrido. “Ao mesmo tempo em que quero me sentir forte e feliz neste novo ano, eu venho me sentindo doente desde que voltei da Cidade do Cabo, no dia 1º de janeiro, para ajudar a polícia com as investigações”, escreveu a ativista, que retornou para Nova York, cidade onde mora, e, após todos esses meses, continua buscando por justiça. ” #PareComACulturaDoEstupro porque mesmo que eu esteja nua, eu continuo ‘não pedindo’. Meu corpo é meu! “, salienta Amour.
Compactuar com a cultura do estupro é compactuar com o crime. Isso precisa parar!