Jonathan Bailey fala sobre como foi crescer sendo um menino gay

Eleito o 'homem mais sexy do mundo', o ator relatou bullying, preconceito e solidão ao ter aprendido na infância que sua sexualidade não seria celebrada

Por Mavi Faria 17 nov 2025, 18h19
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onathan Bailey parece perfeito para papéis heroicos e românticos, como ao interpretar Fyero em Wicked ou Anthony Bridgerton na série da Netflix. Entretanto, essa nem sempre foi uma verdade para o ator e, da infância à adolescência, ele viu sua sexualidade ser colocada como limite para conquistar seus sonhos.

Em paralelo à divulgação de Wicked: Parte 2, que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas, Bailey contou ao portal Sky News sobre a organização Just Like Us, voltada ao cuidado com jovens LGBTQIAPN+ dentro de escolas, trabalho esse que, segundo o ator, “teria me beneficiado muito quando jovem”.

Na ocasião, o ator desabafou sobre como foi crescer sendo um jovem gay, especialmente dentro do perímetro escolar, onde, segundo ele, “ficou claro desde cedo que algo muito específico e evidente para mim sobre quem eu era, não era seguro e não era celebrado”.

Uma pesquisa recente da Just Like Us no Reino Unido constatou que jovens LGBT+ de 11 a 18 têm o dobro da probabilidade de sofrer ansiedade, depressão e bullying na escola, e que apenas metade se sentia seguro neste espaço diariamente. “Eu vivenciei tudo isso”, afirma Bailey. “Em vários momentos da minha vida, senti medo, solidão e total limitação”.

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Viver um par romântico ou até mesmo conquistar seu espaço profissional na atuação eram objetivos ditos impossíveis pelas pessoas ao redor do ator, que colocavam sua sexualidade como limitante. “Eu pensava que não só não seria capaz de interpretar esse tipo de papel por causa da minha sexualidade, como também não seria capaz de fazer Shakespeare porque não frequentei uma escola de teatro”, conta.

A falta de segurança de ser quem é, de se sentir livre e confortável em sua verdade o aprisionou por muito tempo, o que o motiva agora a ajudar jovens pessoas LGBT+ que possam viver situações como as que ele viveu. “São histórias como essas que precisamos relembrar: o ato de se posicionar e se sentir seguro o suficiente para dizer quem você realmente é, e para ser vulnerável nessa idade… nesses anos de formação, é inspirador para todos na sala de aula.”

Embora a vivência de Bailey como um jovem LGBT+ que sofreu tentativas de limitações e silenciamentos pela sua sexualidade não seja única ou uma novidade, ele já carrega conquistas históricas para a comunidade. No início de novembro, ele foi anunciado pela revista People como o “homem mais sexy do mundo”, o primeiro assumidamente gay a conquistar o título desde sua criação, em 1985. É a partir dessa experiência de superação de anos de bullying e preconceito que o ator espera que, independente da raça, classe social, origem ou sexualidade, ” todos nós recebemos narrativas limitantes das quais precisamos nos libertar”.

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