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Atriz vítima de racismo tira a roupa em protesto: ‘Meu corpo é político’

Isabel Oliveira voltou ao supermercado em que foi perseguida por segurança e fez compras de lingerie: 'Tô sem nada pra não parecer que vou roubar algo'

Por Isabella Otto Atualizado em 29 out 2024, 18h47 - Publicado em 10 abr 2023, 10h25

Neste final de semana, a professora e atriz Isabel Oliveira publicou um vídeo nas redes sociais denunciando um episódio de racismo em Curitiba, no supermercado Atacadão.

Aos prantos, a mulher disse que foi perseguida por mais de meia hora por um segurança dentro do estabelecimento e tratada como se fosse uma marginal. “Entrei para fazer as minhas compras. Isso não dá para admitir. Hoje eu fui a bola da vez, mas não dá pra gente sempre ser visto como uma ameaça”, disse.

 

Isabel chegou a questionar se ela estava oferecendo algum risco para a loja e o segurança desconversou. A professora então disse que precisou fazer um escândalo na loja para se sentir ouvida. “A gente não pode continuar a ser tratado como marginal. Eu só entrei para fazer as minhas compras”, desabafou.

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Na delegacia, Isabel se sentiu mais uma vez silenciada, pois ouviu que o segurança só estava fazendo o papel dele. “O papel dele é perseguir uma pessoa preta no supermercado?”, questionou.

Confira o relato na íntegra:

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“Muitos de nós pasamos por isso em silêncio e você teve a coragem que eu nunca tive. Obrigada por expor”, escreveu a criadora de conteúdo Leyllah Diva Black nos comentários da publicação.

O desenrolar do caso

Após ser vítima de racismo por ser uma mulher negra, Isabel Oliveira retornou ao supermercado e fez um protesto. Ela tirou as roupas e fez as compras apenas de lingerie. “Última vez que entro nesse estabelecimento(…) Meu corpo é político“, disse.

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A atitude repercurtiu nas redes e muitas pessoas apoiaram a professora e atriz. “Já estamos cansadas de falar sobre o racismo institucional cotidiano”, escreveu a deputada federal pelo RJ Talíria Petrone.

Radicalismo? Sim, é necessário reagir(…) Sofremos racismo a partir do fenótipo. E o corpo que incomoda, seja na universidade, no shopping ou no supermercado”, posicionou-se Andréia de Jesus, deputada estadual por MG.

“Ela não deveria ser tratada como guerreira e nem símbolo de resistência. É o auge da humilhação, da degradação, estamos cansadas!“, lamentou a fashion designer Ivana Lima, no Twitter. Outra usuária, também uma mulher negra, concordou: “A dor é tão grande e o desespero por se achar impotente foi tão mais forte que ela chegou a esse ponto. Foi um protesto, mas foi muito sofrido“.

O que disse o Atacadão?

O supermercado de Curitiba emitiu a seguinte nota oficial sobre o caso: “A empresa informa que apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida“.

O estabelecimento ainda informou que “possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada” e que “realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo”.

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