Investigar seu próprio corpo é divertido e não é só sobre sexo

A educadora sexual Mari Williams mostra em livro que "as nossas possibilidades de prazer são infinitas"

Por Juliana Morales 4 abr 2025, 13h00
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uando falamos em prazer, é comum que a primeira coisa que venha à cabeça é sexo. A educadora sexual Mari Williams, no entanto, usa sua voz e redes sociais para desmitificar isso e mostrar que vai muito além da parte genital. Para ela, prazer é quase um estilo de vida, faz parte da busca por priorizar seu autocuidado.

“É aproveitar uma sexta-feira à noite com as minhas amigas. É tirar um momento de calma pra tomar banho sem pensar no que tenho que fazer quando sair. É tocar minha própria pele com calma, aproveitando cada curva e dobrinha para explorar”, diz à CAPRICHO. 

Mari lembra que as mulheres já foram muito desincentivadas a explorarem o próprio corpo e terem autonomia com o próprio prazer. Por muito tempo, acreditou-se que explorar o prazer era algo restrito a ser vivido a dois.

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“Entender que podemos nós mesmas, sozinhas, explorar o próprio corpo e conhecer os nossos próprios prazeres e desejos pode parecer pouca coisa, mas diante do nosso cenário histórico, em que por muito tempo fomos desincentivadas a fazer isso, é algo realmente revolucionário”, afirma. 

Prazeres, no plural

Mari ressalta que as nossas possibilidades de prazer são infinitas, e explorar cada uma delas com curiosidade e leveza é resgatar a brincadeira na hora do prazer – algo que foi, para muitas pessoas, substituído pela pressão e pela performance.

Ela lançou recentemente um o livro Her Touch, uma espécie de guia de autoprazer feminino. Nele, a sexóloga apresenta  26 partes do corpo que podem ser tocadas e exploradas, junto com 4 propostas de intensidade (toques diferentes), 4 propostas de sensações diferentes (brincar com texturas e temperaturas, por exemplo), e 5 propostas de variações (como na frente do espelho ou no escuro). “Assim, são 2080 possibilidades de combinações de toques prazerosos, isso por si só já me parece muito divertido”, brinca.

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Mari Williams no dia do lançamento do seu livro, Her Touch.
Mari Williams no dia do lançamento do seu livro, Her Touch. Bruna Bento/Reprodução

Como começar a explorar o próprio corpo

A educadora sexual lembra os jovens leitores da CH que não há idade para começar a explorar o próprio corpo. “Além de ser extremamente importante para seu autoconhecimento, saber o que você gosta na hora do toque é super útil para ter mais confiança quando for começar sua vida sexual”, diz.

“Você vai conseguir comunicar pra pessoas que venham a dividir um momento íntimo com você. Afinal, é difícil esperarmos que o outro saiba nos agradar sexualmente se nem nós mesmas sabemos o que para nós é bom ou ruim, né?”, completa.

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A dúvida de muito jovens é como fazer isso, e Mari responde: “Você pode começar aos poucos, explorando toques leves no couro cabeludo, nas coxas, e no colo do peito, por exemplo. Entenda se você prefere dedos leves, ou se prefere a palma toda da mão e perceba as possibilidades de explorar cada região”. 

Por fim, a educadora sexual deixa uma última dica: “o seu corpo é todo um mapa de prazeres a ser descoberto, divirta-se”

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