Três estilos de vínculo e como eles interferem no seu relacionamento

Entender esses estilos de relacionamento pode te ajudar a compreender por que você sente a tal da “solidão a dois”

Por Personare 11 abr 2025, 11h00

Às vezes, a gente está namorando, ficando ou até vivendo um relacionamento sério e, mesmo assim, rola aquela sensação de estar sozinha. E aí vem a dúvida: como isso é possível? Esse sentimento tem nome e é mais comum do que parece – é a chamada “solidão a dois”.

Hoje em dia, todo mundo fala sobre ser independente, se amar em primeiro lugar e buscar a própria felicidade, mesmo estando com alguém. Mas, no fundo, dá para sentir quando as coisas não estão bem.

A astróloga e terapeuta Marcia Fervienza explica que existem vários motivos que podem causar essa solidão mesmo estando em um relacionamento. Um deles, e que pesa bastante, tem a ver com o tipo de vínculo que a gente costuma criar nas nossas relações.

Esse jeitinho de se relacionar, que muitas vezes vem lá da nossa história de vida, pode fazer a gente se sentir distante da pessoa, mesmo quando ela tá do nosso lado.

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Estilos de relacionamento: o que isso tem a ver com a solidão a dois?

Desde que a gente nasce, nosso cérebro já vem preparado para se conectar com outras pessoas. A gente é feito para criar laços, trocar carinho e viver em grupo.

Só que o jeito como nos relacionamos com os outros não depende só da nossa personalidade. Muito disso tem a ver com o tipo de relação que tivemos lá atrás, na infância, principalmente com quem cuidou da gente.

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Tem gente que cresce se sentindo segura e à vontade para demonstrar carinho. Outras pessoas já são mais na delas, mais distantes ou menos disponíveis emocionalmente. E tudo bem – cada uma é de um jeito.

Mesmo que a nossa personalidade tenha um peso nisso, o estilo de relacionamento que desenvolvemos começa a ser moldado nos nossos primeiros anos de vida. A forma como fomos acolhidas, ou não, pelos nossos pais ou responsáveis mexe, inclusive, com o nosso cérebro.

Essas experiências influenciam direto no nosso jeito de se relacionar com o mundo quando a gente cresce.

Lá nos anos 1950, o psicólogo britânico John Bowlby, que criou a Teoria do Apego, e a pesquisadora Mary Ainsworth e identificaram três estilos principais de vínculo: âncora, onda e ilha.

Cada estilo tem a ver com a forma como a gente foi criada e, claro, cada um tem seus pontos positivos e negativos. Mas, quando falamos de solidão a dois, quem mais sente isso geralmente está num relacionamento com alguém do tipo “ilha” – que costuma ser mais distante e fechado emocionalmente.

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Estilo âncora

Esse é o tipo de pessoa que teve uma infância mais estável, com pais ou responsáveis presentes, carinhosos e que sabiam demonstrar afeto. Crescer assim faz a gente acreditar que o mundo é um lugar seguro e que somos importantes.

Com essa base mais firme, é mais fácil confiar nos outros e se envolver em relações saudáveis, porque já existe dentro dela um sentimento de segurança e estabilidade. Quem tem esse estilo costuma se conectar com o outro sem tanto drama ou medo.

Estilo onda

Já quem tem o estilo onda viveu uma infância um pouco mais instável. Os cuidadores até eram carinhosos, mas só de vez em quando – às vezes estavam ali, às vezes não. Esse vai e vem emocional acaba deixando uma marca.

Na vida adulta, essas pessoas podem oscilar entre querer ficar bem juntinho e, ao mesmo tempo, ter medo de ser rejeitadas. Essa confusão de sentimentos tende a bagunçar os relacionamentos e pode gerar uma baita sensação de solidão.

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Estilo ilha

Agora vem o estilo que mais se conecta com o tema da solidão a dois: o estilo ilha. Pessoas assim cresceram em ambientes onde o afeto era bem escasso, ou quase inexistente. Pode até ter tido tudo no lado material, mas emocionalmente, ficou faltando bastante coisa.

O resultado? Elas aprenderam que não dá para contar com ninguém. E aí desenvolvem um jeito super independente, onde evitam se abrir ou demonstrar vulnerabilidade. Parece forte por fora, mas por dentro tem uma dificuldade real de criar vínculos profundos.

Quando entram em um relacionamento, é comum que vejam o lado emocional do outro como “exagero” ou “carência”. E por não saberem lidar com isso, acabam se afastando, o que gera aquela solidão – tanto para elas quanto para quem está com elas.

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O lado bom (e o nem tão bom) de se relacionar com alguém do estilo ilha

Nem tudo em um relacionamento com alguém do estilo ilha é complicado – na real, tem sim seus pontos positivos. Essa pessoa costuma ser super independente, criativa e manda bem quando precisa fazer as coisas por conta própria.

Ela cuida de si, não fica criando expectativas nos outros e respeita muito o espaço da pessoa parceira. É do tipo que não vai invadir o seu tempo nem ficar cobrando presença o tempo todo, porque entende como isso é importante.

Só que tem o outro lado da moeda: ela também espera que você seja tão independente quanto. Se precisar de apoio emocional ou quiser mais proximidade, é bem provável que isso seja interpretado como carência – e aí vem a irritação ou o afastamento.

O problema é que quem tem esse estilo nem sempre percebe que essa vontade de “não depender de ninguém” vem lá de trás, de um passado onde não teve muito acolhimento emocional.

Sem perceber, essa pessoa pode repetir o mesmo padrão que viveu na infância: se afastando, se fechando e deixando o outro se sentir sozinho – mesmo estando dentro de um relacionamento.

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Dá pra superar a solidão a dois, sim!

A ideia de que existe uma “alma gêmea” ou aquela “metade da laranja” pode até parecer fofa, mas também pode gerar muita expectativa – e, com ela, vem a frustração. Só que isso não quer dizer que um relacionamento não precise de conexão e troca verdadeira.

Para que a relação funcione de verdade, é preciso conversar, entender a outra pessoa sente e encontrar um meio-termo entre estar junto e manter a individualidade. Se abrir, mostrar o que sente e ser vulnerável também faz parte.

Ser independente é ótimo, mas quando isso vira um muro entre você e outro, aí complica. Sem uma conexão emocional, não dá para falar em relacionamento de verdade.

Se cada um só pensa em si e espera que o outro se vire sozinho, então não tem um casal ali – só duas pessoas ocupando o mesmo espaço.

Para evitar esse tipo de solidão, é essencial que os dois se enxerguem, se escutem e façam da relação uma prioridade.

Não precisa virar um sacrifício diário, mas sabe aqueles gestos simples, tipo uma mensagem carinhosa, um abraço fora de hora ou escutar de verdade quando o outro fala? Eles fazem toda a diferença. É isso que cria a tal da conexão e faz o amor crescer.

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