Fuga da realidade ou autoconhecimento? Entenda o que é Reality Shifting
Essa prática bem antiga bomba no TikTok e ainda gera polêmica; entenda como ela funciona e quais são os prós e contras

ocê já ouviu falar em reality shifting? Esse termo bombou nas redes, principalmente no TikTok e no Reddit. Mas, na real, a ideia por trás dele é bem antiga: mudar o estado de consciência e acessar outras realidades.
A proposta é transferir a mente para um lugar que você deseja estar, usando técnicas como meditação, visualização e afirmações positivas. Mas será que isso é um jeito legal de se conhecer melhor ou só uma forma de fugir da vida real?
Neste texto, a terapeuta vibracional Simone Kobayashi nos conta de onde surgiu o reality shifting, como ele funciona, quais são os possíveis benefícios e também os cuidados que você precisa ter antes de embarcar nessa viagem.
Afinal, o que é reality shifting?
O nome parece coisa de filme de ficção, mas reality shifting significa basicamente “mudar de realidade”. E é isso mesmo que a galera que pratica tenta fazer: focar tanto em uma realidade alternativa que a mente “vai parar” lá.
Essa nova realidade pode ser criada nos mínimos detalhes, com cenários, personagens, situações e até sentimentos específicos. Quem entra nessa costuma relatar que a experiência é super real, como se estivesse mesmo vivendo naquele outro mundo.
Tem gente que diz que consegue ouvir sons, sentir toques e até passar por emoções intensas por lá. A BBC, inclusive, já mostrou vários relatos impressionantes sobre isso.
O que está rolando nas redes
Se tem um lugar onde o reality shifting viralizou foi no TikTok e no Reddit. É lá que jovens do mundo inteiro compartilham vídeos, tutoriais e relatos de suas viagens para outras realidades. E os posts bombam mesmo!
Muitos “shifters” criam verdadeiros roteiros, cheios de detalhes sobre o mundo que querem visitar: quem está lá, como é o lugar, o que vai acontecer…
E tem de tudo! Um exemplo é o de um garoto que “viveu” como um astro da música em sua realidade alternativa. Ele conta que sentiu a vibração do público e ouviu os aplausos como se estivesse num show de verdade.
No fim das contas, o reality shifting virou uma forma de viver experiências quase transcendentes, e muita gente vê nisso um jeito de se conectar com seus desejos mais profundos.
E a ciência, o que diz?
A ciência tradicional ainda não reconhece o reality shifting como uma troca real de consciência entre mundos. Mas os pesquisadores de neurociência estudam há tempos estados parecidos, tipo sonhos lúcidos e meditações profundas.
Com exames de EEG (aquele que mede as ondas cerebrais), já foi visto que o cérebro muda bastante nesses momentos, aumentando ondas theta e gamma, ligadas à criatividade, emoção e memória.
Ou seja, talvez isso ajude a explicar por que as experiências de shifting parecem tão reais para quem vive.
Fuga da realidade ou autoconhecimento?
Mesmo com tanta gente empolgada com o reality shifting, a prática ainda gera várias polêmicas. Uma das maiores críticas é que ele pode virar um jeito de fugir dos problemas da vida real, tipo usar uma realidade alternativa como rota de escape.
Mas, para Simone, terapeuta energética e vibracional há mais de 20 anos, a questão é outra: se a gente quer tanto ir pra outra realidade… o que será que está pegando nesta aqui que a gente quer deixar para trás?
Alguns especialistas acham que o shifting pode ser só uma forma de sonho lúcido ou visualização criativa. Ou seja, algo super vívido, mas que ainda acontece dentro da nossa mente mesmo, sem a consciência ir para outro lugar de verdade.
Vendo por esse lado, o reality shifting seria uma experiência subjetiva, sim, mas muito intensa – e que faz parte do que o nosso cérebro é capaz de viver.
A boa notícia é que vários dos elementos do shifting estão ao nosso alcance e podem, sim, ser usados de forma positiva. Com uma meditação guiada bem feita e práticas consistentes, dá para acessar estados parecidos e até transformar o jeito como a gente se sente no dia a dia.
Quando a gente entende que escolheu estar aqui – nesse corpo, nessa época, nessa realidade – em níveis mais profundos do que imagina, começa a perceber que essa busca por outros estados de consciência é antiga. Bem antiga.
O reality shifting de hoje nada mais é do que uma versão atual dessa vontade de transcender, de se conectar com algo maior. Uma vontade que, aliás, acompanha a humanidade há milênios.
Práticas ancestrais com a essência do reality shifting
Pode até parecer que o reality shifting é algo supernovo, com toda essa linguagem das redes sociais… mas, na real, ele tem tudo a ver com práticas que existem há séculos.
- Meditação e estados de consciência diferentes: Desde sempre, a meditação foi usada para acessar níveis mais profundos da mente. No shifting, ela ajuda a relaxar e focar na realidade que a pessoa quer “visitar”.
- Respiração consciente: Algumas técnicas de respiração também entram nessa vibe. Elas servem para induzir estados alterados de consciência e dar aquela forcinha na hora de fazer a transição para outra realidade.
- Xamanismo e viagens astrais: Em várias culturas indígenas, xamãs realizam viagens astrais para acessar outras dimensões e trazer respostas, cura ou sabedoria. Bem parecido com o que muita gente tenta fazer no shifting.
- Sonhos lúcidos: Quem nunca quis controlar o próprio sonho? Essa prática existe há muito tempo, inclusive no Budismo Tibetano, e tem tudo a ver com o reality shifting, pois a ideia é ficar consciente dentro do sonho e guiar a história como quiser.
Outras formas de mudar a percepção da realidade
O reality shifting é só uma entre várias maneiras de explorar outras percepções da realidade. Dá uma olhada em outras ferramentas que também mexem com a forma como a gente vê e sente o mundo:
- Lei da Atração e Manifestação: Nossos pensamentos e intenções podem influenciar o que acontece na nossa vida. Visualização criativa, afirmações positivas… tudo isso ajuda a “chamar” a realidade que a gente quer viver. No shifting, essa lógica também se aplica. Conheça aqui a Ciência da Lei da Atração
- Neurociência e o poder do cérebro: A neurociência já mostrou que o nosso cérebro pode mudar, sim, num fenômeno chamado neuroplasticidade. Com meditação e visualizações, é possível reprogramar padrões e criar novas conexões.
- Expandindo a consciência: Buscar se conhecer melhor, refletir, ler sobre esses assuntos… tudo isso ajuda a aumentar a consciência. E quanto mais consciência, mais chances de fazer um shifting com propósito e profundidade.
- Psicodélicos (em contextos terapêuticos e religiosos): Substâncias como psilocibina e ayahuasca são usadas há muito tempo por algumas culturas e, mais recentemente, em terapias sérias. Elas ajudam a acessar estados diferentes da mente e ver a realidade com outros olhos.
- Realidade Virtual e Aumentada: Sim, a tecnologia também entrou nesse jogo! Ferramentas como realidade virtual (VR) e aumentada (AR) criam experiências superimersivas, quase como se você estivesse mesmo em outro mundo.
A intenção muda tudo
Mais do que entender como o reality shifting funciona, é superimportante se perguntar por que você quer fazer isso.
Seja com meditação, visualização criativa ou o próprio shifting, o que faz toda a diferença é a intenção. Ela é o que separa uma experiência que pode trazer autoconhecimento e transformação de uma que vira só uma forma de fugir da realidade – e que até pode fazer mal.
Antes de mergulhar em qualquer técnica, vale refletir:
- Por que eu quero ir para outra realidade?
- O que quero entender ou transformar em mim?
Quando a gente busca o shifting com mais consciência, ele pode trazer clareza, aprendizados e até curas emocionais profundas. Mas, se for usado o tempo todo só para escapar, pode acabar afastando ainda mais do que está acontecendo aqui e agora.
Cocriação ou controle demais?
Outro ponto importante é o quanto a gente tenta controlar tudo. Sim, o reality shifting dá a sensação de liberdade total. Afinal, você pode criar o mundo do jeito que quiser.
Mas também é bom pensar se isso não vira uma tentativa de controlar demais a vida, que, na real, é cheia de altos, baixos e imprevistos.
Existe uma diferença sutil entre:
- Cocriação: quando você participa da construção da sua realidade, mas entende que nem tudo está no seu controle.
- Manipulação: quando tenta forçar o mundo a ser exatamente do seu jeito, rejeitando tudo que não te agrada.
Se for praticar reality shifting…
- Faça com propósito: Antes de tudo, entenda por que você quer praticar. Ter clareza faz toda a diferença.
- Traga o que aprender para sua vida real: As experiências nas outras realidades podem ser incríveis, mas o mais importante é usar o que você viveu por lá para melhorar sua vida aqui.
- Aceite o presente: Mesmo nas realidades alternativas, os desafios continuam existindo. Fugir nem sempre é a melhor resposta.
- Procure ajuda se precisar: Se estiver se sentindo perdida ou muito desconectada, conversar com um profissional pode te ajudar a encontrar equilíbrio.
No fim das contas, o reality shifting não é só sobre “ir para outro lugar”, mas sim sobre ampliar a forma como você entende a vida. Quando feito com consciência, ele pode ser uma ferramenta incrível de transformação pessoal.
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