HIV cresce no Brasil: maioria dos jovens ainda não usa camisinha
Cerca de 94% dos brasileiros sabem que usar preservativo é o melhor método de prevenção. Contudo, 45% deles ainda dispensa a camisinha.
O Dia Mundial de Luta Contra a Aids acontece todo 1º de dezembro. Essa data existe desde 1988 e serve para reforçar a necessidade da prevenção e do combate ao vírus HIV e à infecção chamada Aids. Pode ser que você não escute falar tanto sobre isso, mas é um assunto que precisa ser debatido e relembrado todos os dias – não só hoje!
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 36,7 milhões de pessoas no mundo estavam vivendo com HIV em 2016. No Brasil, o número chegava a 850 mil. Dentro desse número, só 715 mil estavam diagnosticadas – ou seja, o restante ainda não sabia que havia contraído o vírus.
De acordo com a infectologista Dra. Fabiane El Far, os casos crescem mais em homens de 15 a 24 anos e, consequentemente, as mulheres acabam infectadas também. Embora os números sejam alarmantes, muitas famílias e até mesmo escolas ainda não falam sobre o assunto com os detalhes necessários. Ela reforça que está na área há 20 anos e sente-se indignada por ainda dar diagnósticos de Aids e sífilis para adolescentes.
Dra. Fabiane também afirma que os pais devem se preocupar mais em conversar com os filhos sobre prevenção. É essencial que as pessoas entendam que usar preservativo não serve somente para evitar uma gravidez. “Tem que negociar a transa. Tem que falar logo no começo: ‘você tem camisinha? Porque comigo é com camisinha do começo ao fim. Se não for, eu não sou a pessoa certa para você'”, afirma. A médica ainda opina que um dos principais problemas para o aumento do vírus nos jovens é o álcool, que faz com que os cuidados sejam esquecidos “na hora H”.
Em 2014, uma pesquisa do Ministério da Saúde revelou que 45% da população brasileira sexualmente ativa não usa camisinha, sendo que 94% dos brasileiros sabem que o preservativo é o melhor método de prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis. Os anos passaram, mas a situação no país se mantém crítica. De acordo com o G1, a Secretaria de Saúde apontou 567 casos detectados e outros 269 pacientes diagnosticados com Aids entre janeiro e setembro de 2017, apenas no Distrito Federal. O relatório equivale a cerca de três pessoas diagnosticadas com HIV por dia.
Segundo a infectologista e diretora médica da Gilead para a América do Sul, Dra. Anita Campos, o vírus demora cerca de 4 semanas para aparecer no exame. “Na história do HIV, descobriram que tratar precocemente diminui 96% a chance de contaminar um parceiro”, afirma.
Caso você tenha tido uma relação sexual de risco, é possível fazer uso da PEP (Profilaxia Pós Exposição), disponível gratuitamente em qualquer posto do SUS. O medicamento é altamente eficaz e funciona se tomado até 72 horas após o sexo desprotegido. No entanto, a PEP é composta por três fortes substâncias químicas que devem ser tomadas durante 28 dias. Por ser considerada uma emergência médica, esse método não deve ser utilizado o tempo todo, como se fosse um método de prevenção.
O ideal e recomendado continua sendo o uso do preservativo, seja o feminino ou o masculino, que te dá quase 100% de segurança contra qualquer vírus e não causa mal algum à saúde. Camisinha? Tem que usar!