Guia do Romance: como solucionar questões básicas do amor usando a matemática?

É possível! Pelo menos, de acordo com a pesquisadora Hannah Fry.

Por Isabella Otto Atualizado em 4 nov 2024, 13h38 - Publicado em 28 nov 2015, 11h20

O livro A Matemática do Amor é baseado em uma palestra dada por Hannah Fry no projeto TED Talks . A matemática inglesa, que trabalha no Centro de Análises Espaciais Avançadas, em Londres, na Inglaterra, escreveu o livro após dar a palestra e mostrar como a matemática pode ser bastante divertida e útil para solucionar questões básicas do dia a dia. “Para que eu vou usar isso na vida?”. Bem, talvez para entender alguns dilemas amorosos… Viu só? Quem diria, hein?

1. POR QUE NÃO TENHO NAMORADO?

O matemático Peter Backus usou a equação de Drake para responder essa pergunta. O truque é o mesmo usado em sites de relacionamentos, como o OkCupid . Quanto mais condições você impõe, menor a probabilidade de encontrar o amor. Você tem, pelo menos, 20% de chances de se dar bem com uma pessoa . Logo, se você impor menos obstáculos e implicar menos com os defeitos do pretendente, mais chances de ele estar incluso nessa porcentagem.

2. A BELEZA É REALMENTE TÃO IMPORTANTE?

A matemática Hannah Fry questiona: “estamos cegos pela beleza desde a aurora da civilização. Será mesmo possível que as pessoas de todas as sociedades tenham se iludido ao pensar que alguma coisa tão vã e transitória como a beleza seja o mais importante?”. A beleza é relativa até no mundo da matemática, mas nossas escolhas dizem muito sobre nós. Escolhas implicam probabilidade, e probabilidade significa que tem exatas no meio! A “teoria da escolha qualitativa” explica muitas de nossas escolhas e o fato de não nos empenharmos muito quando o pretendente é muito bonito e disputado – será que vale o trabalho? A teoria usa o que chamamos de “efeito isca”. Se o sorvete pequeno custa R$ 9 e o grande R$ 13, a diferença parece gritante. Mas quando você descobre que o sorvete grande é só R$ 1 mais caro que o médio, as coisas parecem mais vantajosas. É assim com os nossos pretendentes. O problema com essa comparação é que podemos transformar o pretendente “sorvete grande” em “sorvete médio” toda vez que uma opção mais vantajosa surgir. E aí, como saber a horar de parar?

3. POR QUE NINGUÉM CHEGA EM MIM?

Você já deve ter visto um casal e pensado: “pô, eu sou tão bonita quanto ela, mas continuo solteira”. Tudo bem, acontece, não precisa se envergonhar. Esse dilema pode ser matematicamente solucionado usando a “teoria dos jogos”, que basicamente afirma que ” nem sempre o melhor irá atrás da pessoa pelo qual sentimos maior atração “. Ou seja, às vezes é mais fácil ir na opção mais viável. Difícil é convencer o coração disso, né? Aí não há matemática que ajude…

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4. POSSO CHEGAR EM UM MENINO?

Deve. Esse negócio de que apenas garotos devem tomar uma atitude ficou lá na época de Game of Thrones, e até a matemática diz isso. De acordo com o “algorítmo de Gale-Shapley”, a pessoa que se arrisca acaba sempre se saindo melhor do que aquela que ficou com medo de tentar. Parece óbvio, mas é a matemática falando! “Se esperarmos as pessoas nos abordarem, acabaremos na companhia da menos ruim entre as que nos procuraram. Independente do tipo de relacionamento que desejarmos, vale a pena tomar a iniciativa”, afirma a matemática Hannah.

5. APLICATIVOS DE NAMORO FUNCIONAM?

Sim, mas não aqueles do tipo catálogos de fotos, como o Tinder. Sites de relacionamentos como o OkCupid, criado por matemáticos, são matematicamente mais confiáveis. É que esses sites usam algorítmos para gerar uma pontuação de compatibilidade, levando em conta o cadastro dos usuários. Só não vale mentir!

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6. QUAL É A CHANCE DE UM 1º ENCONTRO SER PERFEITO?

Para responder essa questão, é necessário usar a média geométrica, que se baseia na multiplicação: (porcentagem de compatibilidade de VC + CRUSH) X (porcentagem de compatibilidade do CRUSH + VC) elevada a 1/2. Uma verdadeira complicação, não é mesmo? Talvez, nesse caso, seja melhor deixar essa com os astros…

7. O QUE A MINHA FOTO DE PERFIL DIZ SOBRE MIM?

O bacharel em matemática Christian Rudder afirma que, muitas vezes, o fato de algumas pessoas nos acharem feio pode funcionar de um jeito bastante positivo . É aquela questão envolvendo a “teoria dos jogos” (reler item 3). Segundo uma análise realizada por ele, “as pessoas que dividem opiniões acabam sendo muito mais concorrridas que as pessoas que todos consideram bonitas”. Ou seja, para fazer sucesso no mundo online, basta ser você mesmo. Quem diria, não?

Viu só? Agora, se alguém encontrar a fórmula do amor, favor avisar.

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