Governo faz reunião com grupo intitulado “Movimento Ex-Gays do Brasil”

Formado por psicólogos, grupo se intitula "a minoria das minorias"

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 01h36 - Publicado em 12 ago 2019, 11h45

Na última semana, Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, se encontrou com representantes do “Movimento Ex-Gays do Brasil”, formado por psicólogos que pregam o que ficou conhecido como “cura gay”. Eles se autointitulam “a minoria das minorias” e acreditam que as pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQI+ estejam passando por uma fase que pode ser revertida com tratamento.

Movimento Psicólogos em Ação/Facebook/Reprodução

Rozangela Justino, Deuza Avellar e Eliane Jardim foram algumas das psicoterapeutas que se encontraram com a ministra. A reunião dividiu opiniões. Enquanto alguns defendiam na internet que ações do tipo só estimulam o preconceito e a intolerância, outros diziam que a democracia legitima movimentos do tipo.

O encontro de Damares aconteceu alguns dias antes de Jair Bolsonaro participar de mais uma “Marcha Para Jesus”, desta vez no Distrito Federal. Na ocasião, o Presidente do Brasil disse que ideologia de gênero é uma espécie de “capeta” e deixou claro que considera como família apenas as que se enquadram no padrão de heteronormatividade.

“Se querem que eu acolha isso [referência à famílias fora do padrão heteronormativo], apresente uma Emenda Constitucional e modifique o artigo nº 226, que diz que família é homem e mulher. E mesmo mudando isso, como não dá para emendar a Bíblia, eu vou continuar acreditando na família tradicional“, disse.

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Em 2013, enquanto era ainda deputado pelo Rio de Janeiro, Bolsonaro concedeu uma entrevista ao canal de YouTube TWTV. Apesar de, recentemente, ter desmentido que é homofóbico, no vídeo, o atual Presidente diz que se considera homofóbico para defender a família. Ele ainda dá a entender que acredita que livros que contam histórias de amores homoafetivos, por exemplo, podem influenciar pessoas heterossexuais a se tornarem homossexuais. Jair diz também que o homossexualismo é uma prática que estimula a pedofilia.

Dando continuidade à entrevista, Jair Bolsonaro finaliza dizendo que é homofóbico, sim, e que os gays não querem igualdade, mas privilégio. Veja a entrevista completa a seguir:

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