Faculdade de Medicina da USP adere ao Enem e às cotas raciais

Decisão visa tornar mais inclusivo o curso mais elitista da USP.

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 21h35 - Publicado em 1 jul 2017, 16h05

O curso de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), um dos mais conceituados e concorridos do Brasil, vai, pela primeira vez, após cem anos de história, aderir ao Enem e adotar as cotas raciais. A notícia foi divulgada pelo Centro Acadêmico Oswaldo Cruz através do Facebook.

Faculdade de Medicina da USP adere ao Enem e às cotas raciais
Fachada do prédio da FMUSP. Reprodução/Reprodução

De acordo com as informações, das 175 vagas oferecidas na graduação em 2018, 50 serão exclusivas para o Enem, cuja a seleção serão feita pelo Sisu, e 15 serão para alunos negros, pardos e indígenas de escolas públicas. “O Centro Acadêmico Oswaldo Cruz considera essa vitória extremamente importante, uma vez que representa um primeiro passo para a democratização do acesso a universidade. A Faculdade de Medicina é um dos últimos cursos a aderir ao SISU, mantendo-se um dos mais brancos e elitizados de toda a USP“, afirmou os representantes do CAOC.

A decisão foi aprovada pela Congregação da FMUSP na última sexta-feira, 30. O intuito da iniciativa é tornar a universidade e o curso mais inclusivos. Afinal, apesar de a graduação ser pública, todos sabem que os alunos brancos, que tiveram uma boa oportunidade de ensino em colégios particulares, são beneficiados.

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É claro que, mais uma vez, a discussão sobre cotas gerou polêmica. Muitos, inclusive alguns negros, são contra. Na contramão, muitos defendem as cotas raciais e afirmam que um futuro mais justo para todos na educação (e, consequentemente, no mercado de trabalho e no mundo) só será possível com elas.

O que acharam da novidade?

 

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