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Estudante descobre trombose cerebral após uso de anticoncepcional

Juliana Pinatti Bardella desabafou no Facebook e o relato chocou a internet.

Por Isabella Otto Atualizado em 1 nov 2024, 13h21 - Publicado em 3 ago 2016, 15h04

Não é de hoje que a discussão sobre pílulas anticoncepcionais chama a nossa atenção. A favor ou contra, o cenário divide opiniões. De um lado, mulheres que afirmam que o medicamente rico em hormônios foi um grande passo para a conquista da liberdade sexual feminina. De outro, mulheres que são contra o método contraceptivo – sendo que, muitas delas, têm um motivo para isso: trombose.

Os ginecologistas afirmam que a pílula, se usada de maneira correta, não apresenta riscos. A usuária, antes de começar o tratamento, precisa fazer alguns exames para checar se ela tem risco de desenvolver a doença. O histórico familiar também é investigado. Se os resultados forem negativos, as chances de a mulher ter uma complicação derivadas da pílula são baixas.

Juliana Pinatti Bardella, estudante de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP de Botucatu, entretanto, fez tudo certinho e se surpreendeu ao descobrir uma trombose venosa cerebral depois de usar continuamente anticoncepcionais. “Cinco anos de YAZ, três ginecologistas diferentes, e nenhum me alertou sobre a trombose, mesmo perguntando a respeito, nenhum falou que seria um risco. Não tenho histórico familiar, não sou fumante, e os exames de sangue estavam normais, não tinha predisposição a ter trombose”, afirma em depoimento escrito em sua página do Facebook.

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A universitária, de 22 anos, começou a sentir pequenas dores de cabeça que, com o passar dos dias, foram aumentando, aumentando… Até que ela precisou procurar ajuda médica. “Era sexta-feira, dois dias após ter ido ao hospital. Acordei pela manhã para ir à aula. Quando fui levantar da cama, minha perna direita não respondeu ao meu comando, mas com algum esforço levantei. Escovando os dentes percebi que minha mão direita também não estava normal. Tentei me vestir, sem sucesso. Aquilo estava muito estranho, então não fui a aula e resolvi esperar passar. Não passou. Alguns minutos depois, peguei o celular para fazer uma ligação, mas foi muito difícil. Fiquei muito tempo olhando para a tela sem saber o que fazer, como se tivesse esquecido como manusear um telefone. Deixei o celular de lado e fui ao banheiro; e para o meu maior desespero, não sabia mais usar o banheiro. Fiquei olhando pela porta e não sabia mais por onde começar, como isso era possível?”, conta.

Juliana foi socorrida pelas amigas, com quem mora, e os pais logo foram avisados. “Na ressonância magnética foi diagnosticada trombose venosa cerebral. Foi um choque, não consegui entender bem o que estava acontecendo(…) Foram três dias dentro da UTI e um total de quinze dias de internação. A causa era mesmo o anticoncepcional, um remédio que era pra estar me ajudando, mas que ali poderia ter me causado uma seqüela irreparável ou até mesmo algo pior”.

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A estudante se assustou com a quantidade de mulheres que chegaram até ela contando que tinham enfrentado o mesmo problema. Inclusive, ela acabou conhecendo a história de mulheres jovens que morreram vítimas de trombose cerebral, todas causadas pelo uso contínuo da pílula. “Não sou contra o anticoncepcional, acredito que ele traga benefícios, sim, mas sou contra a negligência de se receitar anticoncepcional indiscriminadamente sem informar adequadamente seus riscos”, justifica.

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Este não é um caso isolado. Nesta mesma semana, também na internet, acompanhamos o relato da Gigi, outra jovem que foi vítima de pílula. Desta vez, a do Dia Seguinte. A garota tomou o medicamente para não engravidar e acabou quase morrendo das complicações da gravidez ectópica (a fecundação, parcialmente interrompida pela Pílula do Dia Seguinte, que não fez efeito, acontece fora do útero). Confira aqui o depoimento completo da Gigi.

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