Estes três elementos podem explicar o sucesso do ‘morango do amor’
Já parou para pensar por que um doce simples viralizou nas redes sociais e o que garante o sucesso na internet?
morango do amor tomou conta da internet nas últimas semanas. Para grande parte do público, a combinação saborosa entre o morango e o brigadeiro, além da crocância da casquinha vermelha de açúcar, realmente agrada bastante o paladar. Mas será que só isso justifica o sucesso estrondoso dessa sobremesa?
Apesar do teor de novidade que ele ganhou nas redes sociais, o morango do amor não traz nada tão inédito, uma vez que foi inspirada em um outro doce bastante popular em tempos de festas juninas no país: a maçã do amor. Além disso, doces de morango combinados com outros ingredientes são bem comuns, a exemplo do espeto de morango (mais um clássico junino) e do bombom de morango, que está no cardápio de várias docerias.
Então, qual seria a motivação para tal febre? Paula Sauer, professora de Economia da ESPM e especialista em Economia Comportamental, analisa que a viralização do produto pode ser explicada por aspectos físicos, culturais e emocionais. Eles podem ser descritos em três características presentes em muitas das trends que acompanhamos recentemente: instagramável, nostálgico e escasso.
Instagramável
Paula destaca que a cor e o brilho da calda caramelizada por si só já chamam a atenção para o doce do momento. “A calda remete desde à maça do amor ao vermelho Ferrari, e fica muito bonito em fotos e vídeos, o que gera maior visibilidade”, explica à CAPRICHO. “Essa atração visual talvez tenha sido a chave para tanto sucesso, é muito ‘Instagramável'”, completa.
Nostálgico
A especialista diz que, assim como os Labubus e Bobbie Goods, o morango do amor também aposta não só nas cores e no apelo visual, mas também no design nostálgico. O doce, segundo ela, faz com que muitas pessoas voltem no tempo e se lembrem das festas juninas, da maçã do amor. Outras pessoas são lançadas a lembranças de infância enquanto outras ao dia dos namorados, primeiro beijo, parques de diversão.
Não é à toa, inclusive, que muitas marcas têm usado memórias afetivas para se conectar mais com seus consumidores. Um exemplo são os diferentes tênis dos anos 2000 que foram relançados nos últimos anos e voltaram à moda atual.
“O nome ‘morango do amor’ já se vende também. Para muitas pessoas é romântico, sensual, já vira um mimo ou uma sobremesa em contextos românticos”, acrescenta Paula.
Escasso
Outro aspecto que ajuda a viralizar, de acordo com Paulo, é o efeito escassez, verdadeira ou provocada, que gera o senso de urgência e faz com que as pessoas corram para comprar, para não ficar de fora da moda.
Afinal, “não basta comer o morango do amor, a graça é ser visto comendo o doce – bem característico do FOMO (fear of missing out). Ela explica que a lógica do “medo de ficar de fora” leva pessoas a consumirem algo só porque todos estão consumindo, e aí, ninguém do grupo pode ficar de fora. “Quando influenciadores postam o morango do amor, o doce passa a representar pertencimento a uma tendência”, explica.
Mas até quando vai o sucesso do morango do amor?
Paula responde que, de uma maneira geral, modinhas intensas têm ciclo de vida de 3 a 18 meses. “As que sobrevivem mais tempo se transformam em categorias consolidadas, como 0 copo Stanley que evoluiu para marca símbolo de autocuidado”, exemplifica.
Já outras febres são banalizadas ou mudam de público: o que aconteceu com a câmera “Go Pro”, que era símbolo de status no começo, mas se popularizou demais e perdeu a graça. “Isso depende também da utilidade do produto: se ele não serve pra nada, além da questão o pertencimento, logo será substituído por uma outra trend”, observa
Uma forma de aumentar o prazo de validade de uma trend, segundo a especialista, é dar uma “repaginada” no produto. No caso dos morangos, por exemplo, isso já está acontecendo, com a inclusão de novos sabores, opções com glitter e embalagens diferenciadas. Mas, para Paula, isso não será o necessário para estender o sucesso. “Imagino que com a entressafra do morango, redução de sua oferta e consequente aumento dos preços da matéria prima, a modinha não sobreviva por muito mais tempo”, analisa.
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