Estes são os meus segredos para conseguir ler 8 livros em um mês
Independente de quantos livros você ler, o importante é tentar abrir espaço na sua rotina para a leitura
ensar como brasileiros leem é relacionar, quase imediatamente, o tópico a baixos índices de leitura e poucos livros lidos por ano, em especial quanto comparados a países europeus ocidentais. A ideia recorrente não é tão exagerada, na verdade.
Durante alguns anos, era comum que pesquisas indicassem que o brasileiro, em média, não lia nenhum ou apenas um livro por ano. Na última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, no entanto, aparece outro cenário: segundo dados mais recentes, os brasileiros leem, em média, de quatro a cinco livros por ano.
Comparar estes dados com o de outros países, como da França, onde uma pessoa lê em média 12 livros por ano, é injusto e equivocado, já que o contexto socioeconômico e cultura são muito distantes para agir como se fossem equiparáveis – não são. Por isso, é importante enxergar estes quatro ou cinco livros como um avanço e refletir sobre o que pode ser feito para cada vez mais pessoas tenham o hábito de ler.
Entre a galera mais jovem, em especial que frequenta o booktok, o índice é bem diferente – o que não faltam são leitores que exibem 30, 50, 100 livros lidos ao ano, em uma corrida desenfreada e muito competitiva por páginas. No meu caso, como alguém que lê compulsivamente desde os 10 anos – fora os gibis que me introduziram neste mundo antes, afirmar que li oito livros completos em um único mês é uma conquista.
Contudo, captar esta única informação é insuficiente para entender, de verdade, o que esse número significa para mim e para você. Tive uma juventude muito literária e já estive lado a lado com alguns destes leitores competitivos do TikTok, mas o cenário mudou com a faculdade e ainda mais com o estágio. Com uma rotina de estudo e trabalho, encontrar espaço e tempo para os livros é uma batalha que exige esforço e abdicação de outras coisas.
E por que isso é importante, mesmo?
Primeiro para lembrar que o seu contexto interfere muito no quanto você consegue ler, mas também que algumas ações podem te ajudar a tentar incluir mais a leitura no seu dia a dia. Na realidade, não existe uma fórmula mágica muito menos uma quantidade ideal de livros para ler em um mês, e enquanto para mim oito é um número muito expressivo e impressionante, para você pode ser pouco. Enquanto para outras pessoas, pode ser uma meta irreal.
A quantidade, no fim, não é nem de perto o mais importante. Conseguir ler e dedicar cada vez mais tempo a isso, na medida do que é possível para você, deve ser a prioridade a todo momento. A leitura deve ser prazerosa, e não uma pressão, tá? Pensando em como te ajudar a introduzir mais a literatura na sua rotina, reuni oito coisas que fiz nos últimos meses e que fizeram a diferença para mim – lembrando que não necessariamente também vão surtir o mesmo efeito para você! Mas vale tentar, né?
1. Tenha livros/gêneros que você goste
Sou contra quem julga livros como ruins só por não serem do seu gosto, como romances de baixa qualidade. É bem provável que eles não ganhem um Nobel, mas qual o problema de aproveitar uma leitura tranquila, gostosa e carismática?
Se este for o seu tipo de livro, ou aquele que você lê com mais facilidade, não pense duas vezes e comece a ler! Quem estará lendo e aproveitando ou não a história é você, então, em especial quando você está há um tempo sem ler, não pense em julgamento alheio e busque curtir a leitura. Com o tempo, é mais do que divertido e excitante buscar por livros mais desafiadores e complexos, mas tudo no seu tempo, tá?
2. Tente ler dois tipos de livros diferentes ao mesmo tempo
Essa é uma dica que funciona muito para mim, mas tenho amigos que não conseguem nem pensar em ler duas coisas ao mesmo tempo, e está tudo bem!
Minha dica é pegar dois livros diferentes, como um romance de baixa qualidade e um livro-reportagem complexo e lê-los juntos. Nos dias em que você está cansado, precisando de uma distração e sem neurônio suficiente para pensar, o romance tranquilo está esperando por você.
Enquanto que naqueles dias que você está com tempo e disposição para ler, o mais complexo também estará ali. Às vezes, um dos dois acaba ficando mais de lado, mas particularmente me sinto mais motivada a ler quando tenho duas boas opções, desde que sejam diferentes – já cheguei a bagunçar as histórias quando li duas obras muito similares.
3. O tempo passado na rede social pode ser o tempo da leitura
Eu sei, o momento de mexer nas redes sociais pode ser o seu momento de lazer principal do dia, mas ele não precisa ser exclusivo das redes. Comecei tentando me vigiar e quando passava um tempo extra rodando o feed sem encontrar sentido, me esforçava para pegar o livro.
Isso não significa que deixei as redes de lado, mas aprendi a equilibrar melhor. Nos dias em que estava entretida na rede, deixava me entreter, mas, com o tempo, comecei a enjoar e a automaticamente buscar o livro em momentos de lazer. Isso sem contar que, quando o enredo está bom, fico tão obcecada que gostaria de fazer mais nada na rotina, somente ler.
4. O foco é em aproveitar a leitura, não em se perder em números
Querer ler dez livros no mês quando você estava lendo, no máximo, dois ou três, é quase torcer pelo seu fracasso. Tenha os pés no chão e mude a meta de número para título. Ao invés de pensar ‘essa semana quero ler um livro inteiro’, por que não mudar o pensamento para ‘essa semana quero começar aquele livro que quero ler’?
5. Kindle, Kindle, meu melhor amigo
Há quatro anos atrás, eu era a maior defensora da exterminação do Kindle; hoje, não vivo sem ele. Claro que livros em papel ainda são uma experiência completamente diferente, mas nem sempre tenho a condição de comprar um livro novo.
Por isso, o Kindle ou até mesmo ler pelo celular foi uma revolução na minha vida. Nos últimos meses, construí o hábito de ler no Kindle todos os dias antes de dormir ao invés de perder no feed das redes sociais e somente isso já me fez ler dois livros a mais do que o normal. A possibilidade de ler no escuro é algo que não abro mão, assim como a praticidade de ler no transporte público, já que o Kindle é leve e não exige duas mãos para segurá-lo.
Também tenho um método de organização que funciona para mim: alguns livros são especiais ou sei que vou gostar muito, então prefiro comprar para poder rabiscar a página e marcar com post-it. Já aqueles mais tranquilos – oi, romances de baixa qualidade – ou que não sei se vou gostar, baixo no Kindle e sou feliz. Quando acontece de amar muito um do Kindle, coloco na lista para comprar quando puder.
6. Não tenha medo de abandonar um livro
Já fui o tipo de leitora que não podia deixar um livro de lado por nada nesse mundo, mas vamos combinar? Não faz o menor sentido forçar algo que não combina com você, e está tudo bem. Se o problema for a escrita, a história, deixe de lado; se for o momento em que você se encontra, pode tentar depois novamente.
7. A leitura quase nunca é constante
Mesmo estando lendo bem mais nos últimos tempos, sei que essa frequência vai cair um pouco daqui um tempo e depois voltar. Nada nessa vida é 100% constante, em especial um hábito que sofre alterações dependendo da sua rotina.
Quando meu trabalho ou a faculdade estão exigindo mais de mim, tenho dificuldade em separar um tempo para ler porque, nos momentos livres, posso só querer dormir, por exemplo. O importante é não deixar de tentar, do jeito que você consegue e no contexto que você está.
8. Comemore suas conquistas
Cada página ou livro lido deve ser comemorado e ter uma rede de apoio para fazer isso é ainda melhor. Se os seus amigos não são muito chegados em livros, você pode se aventurar no booktok ou em redes específicas para livros, como o Skoob. Conversar sobre livros com outros leitores é uma experiência única que você certamente vai gostar e se divertir.
Quer dicas de livros? Te conto quais foram os oito livros que li no último mês. Quem sabe a gente não bate um papo sobre alguns deles nas redes sociais ou por aí. Confira!
1. “Como terminar uma história de amor”, de ;
2. “O peso do pássaro morto”, de Aline Bei;
3. “Os números do amor”, de Helen Hoang;
4.“Assistente do vilão”, de ;
5. “Aprendiz do vilão”, de Hannah Nicole Maehrer;
6. “História da menina perdida”, de Elena Ferrante;
7. “Os 12 signos de Valentina”, de Ray Tavares;
8. “Eu beijei Shara Wheeler”, de Casey McQuiston.
*As compras feitas através destes links podem render algum tipo de remuneração para a Editora Abril.
E aí, já sabe como vai mudar a sua própria rotina para ler mais?