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Erros de português e de estrutura de redação para não cometer no Enem

Nada de cair nestas 11 ciladas gramaticais nem fugir da estrutura proposta na redação, cujo texto é o dissertativo-argumentativo

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 15h23 - Publicado em 9 nov 2022, 10h40
Mão de uma menina escreve em uma folha de caderno. As unhas estão pintadas de amarelo e rosa
Carolyn Ann Ryan/Getty Images

Aquele momento fatídico do ano chegou: o Enem! No próximo domingo (13), rola o primeiro dia de prova, com a aplicação dos cadernos de Linguagens e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, mais a redação. O candidato tem 5h30 para entregar a avaliação finalizada.

No domingo seguinte (20), rola o segundo dia de prova, com a aplicação dos cadernos de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, e Matemática e suas Tecnologias. O tempo de prova é de 5h no total. E, apesar de temas de exatas assustarem, algumas regrinhas de gramática e detalhes sobre estrutura de texto podem complicar a vida dos candidatos e fazer toda a diferença no final.

Pensando nisso, a CH e o Colégio Mopi juntaram novamente forças para te contar desta vez quais erros de português são mais comuns de serem cometidos no Enem – e que você deve evitar! – e quais equívocos com relação à redação também devem ser evitados. Bora descobrir?

11 ERROS DE PORTUGUÊS PARA NÃO COMETER NO ENEM

Andréa de Luca, Orientadora Educacional e especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira do Colégio Mopi, lista a seguir as principais confusões que o candidato pode acabar fazendo por nervosismo, falta de atenção ou ansiedade.

1. A fim/Afim/Afins

– “A fim” é uma locução prepositiva que indica finalidada e que podemos substituir por “para”.

Ex: Escrevo hoje a fim de demonstrar toda a minha admiração por vocês, queridos.

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– “Afim/Afins” transmitem a ideia de parecido, similar.

Ex: Concordamos na questão, portanto, temos uma opinião afim. / Não concordamos porque nossas opiniões não eram afins.

2. Ao invés de/Em vez de

– “Ao invés de” indica oposição, ideia contrária.

Ex: A pobreza, ao invés de melhorar, só piora.

– “Em vez de” indica uma simples troca, um substituição.

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Ex: Em vez de jantar, fiz um breve lanche.

3. Eu/Mim

– Usamos o “eu” quando a frase tiver verbo.

Ex: Isso é para eu fazer?

– Usamos o “mim” na ausência de verbo. Geralmente, no final de frases.

Ex: Faça isso para mim.

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4. Ah/Há

– “Ah” é uma interjeição que indica admiração, espanto, ironia, desejo, entre outros significados.

Ex: Ah, que bom falar com você de novo!

– “Há” vem do verbo haver, tem o sentido de existir e indica tempo passado.

Ex: Há quanto tempo não nos vemos!

Obs: Tem sido muito comum, verificar na escrita das redes sociais o uso incorreto de “há, tá” no sentido de “entendi”. O correto seria “ah, tá”.

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5. Mais/Mas

– “Mas” é uma conjunção coordenativa, usada com sentido de oposição. Ela pode ser substituída por outras conjunções como porém, contudo, todavia, dentre outras de mesmo valor.

Ex: Foi ao cinema, mas não gostou do filme.

– “Mais” indica ideia de quantidade, aumento de alguma coisa.

Ex: Gostaria de ganhar mais dinheiro no trabalho.

6. Descrição/Discrição

– “Descrição” é o ato de descrever e representar algo ou alguém por palavras.

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Ex: O professor pediu a descrição exata da imagem em exposição.

– “Discrição” é a qualidade de quem é discreto.

Ex: Conto com sua discrição sobre o assunto.

7. Sob/Sobre

– “Sob” é uma preposição e indica posição abaixo.

Ex: Achei o copo sob [embaixo da] a mesa.

– “Sobre” também é uma preposição e indica “acima de” ou “em cima de”.

Ex: Por favor, coloque o vaso de flores sobre a mesa.

8. Meio/Meia

– “Meio” é a expressão empregada no sentido de “um pouco”.

Ex: Ela estava meio triste ontem, não achou?

– “Meia” pode ter o significado de peça de roupa (meia que se coloca no pé) ou numeral.

Ex: Sou friorenta e gosto de usar meias para dormir. / O encontro está marcado para meio-dia e meia. (metade da hora)

9. Onde/Aonde

– Usamos “onde” com verbos que indicam permanência, ou seja, ausência de movimento.

Ex: Conheço o lugar onde você nasceu.

– Usamos “aonde” com verbos que indicam movimento.

Ex: Não vi aonde ele foi.

10 – Vir/Vim

– Usamos “vim” quando a frase se referir ao passado.

Ex: Eu vim aqui ano passado.

– Usamos “vir” quando a frase não estiver no passado.

Ex: Sabe me dizer se ele vai vir hoje?

Obs: “vir” ainda pode ser usado no sentido de ver!

Ex: Quando você vir a professora, diga que estou finalizando o trabalho. (correto) / Quando você ver a professora, diga que estou finalizando o trabalho. (incorreto)

11. Houve/Houveram

O verbo “haver”, no sentido de existir, é conjugado somente na terceira pessoa do singular, ou seja, houve.

Ex: Houve diversas reclamações sobre o novo funcionário.

Obs: Empregamos “houveram” com sentido de ter, não mais com o sentido de existir.

Ex: Eles houveram de ir à reunião em pleno domingo.

Alunos fazem prova em sala de aula
Commercial Eye/Getty Images

ERROS COM RELAÇÃO À ESTRUTURA TEXTUAL PARA NÃO COMETER

Agora chegou a vez da Adriana Gonçalves, professora de Produção Textual e Língua Portuguesa do Colégio Mopi (RJ), falar sobre o tipo de texto exigido pelo Enem, que é o dissertativo-argumentativo. Se o candidato fugir dessa estrutura, a redação é automaticamente zerada.

“A estrutura básica do texto dissertativo-argumentativo do Enem compreende três partes: introdução, desenvolvimento/discussão e conclusão/proposta de intervenção”, explica a docente. Na introdução, é importante apresentar seu ponto de vista e ser bastante articulado, introduzindo uma discussão ao tema. Ah! É interessante fazer referência às palavras-chave da proposta de redação nesta parte, tá?

Depois, vem o desenvolvimento, parte do texto em que o candidato deve desenvolver o ponto de vista apresentado anteriormente em dois parágrafos. “O candidato deve apresentar um repertório próprio que valide a tese. É aconselhável que essa parte do texto seja composta por dois parágrafos que estejam interligados por operador argumentativo. É importante que os repertórios (alusões históricas, literárias, cinematográficas, dados estatísticos, exemplos ou citações) sejam pertinentes, legítimos e desenvolvidos”, pontua a professora.

Por fim, chegamos à conclusão, momento em que se espera que o candidato conclua seu percurso argumentativo retomando a tese e apresentando um fechamento, uma solução, para os argumentos apresentados. “Ou seja, o candidato deve retomar o repertório da introdução e propor uma intervenção que apresente agente, ação, meio, finalidade e detalhamento de um dos elementos anteriores”, conlcui Adriana.

A professora de Produção Textual aproveita ainda para listar alguns temas que podem ser cobrados pela banca avaliadora neste ano:

  • Ensino à distância: garantia de acesso à educação básica no Brasil
  • Desafios do trabalho remoto na sociedade brasileira
  • Caminhos para combater a escassez de água no Brasil
  • A importância do subsídio à produção cultural na sociedade brasileira
  • Investimento em tecnologia na saúde: estratégias de preservação da vida humana

Boa sorte, boa prova! 

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