‘Eles pareciam preferir que eu fosse magra, mesmo vendo que eu estava me matando’
A auto aceitação é um dilema que muita gente enfrenta diariamente, mas, acredite, você não precisa se enquadrar nos padrões; e a Gabriela Bonfim é a prova disso!
Por Marcela Bonafé
Atualizado em 1 nov 2024, 13h40 - Publicado em 23 mar 2016, 18h04
Por mais que a indústria da moda esteja tentando usar modelos com mais diversidade, os padrões de beleza ainda existem. E eles afetam homens e mulheres de todas as idades, que, por não se encaixarem naquilo que dizem ser “o correto e saudável”, entram em conflito. Foi o que aconteceu com a Gabriela Bonfim, que já sofreu muito ao tentar se adequar aos padrões, mas, hoje, aos 21 anos, sabe que é linda do jeito que é – por mais que algumas pessoas ainda insistam em colocá-la para baixo ao dizer que não.
A Gabi admite que passou por um período bem complicado quando não conseguia aceitar a própria aparência e tinha a auto estima muito baixa. “Esse foi um dos motivos de eu ter desencadeado uma depressão severa na época que engordei“, ela lembra. “Eu tentava justificar para todo mundo o meu peso, tentava me adequar aos padrões de qualquer jeito, até perdia muitas aulas por não querer sequer vestir o uniforme”, completa.
Continua após a publicidade
Continua após a publicidade
Pode parecer extremo, mas, na verdade, é o que muitas pessoas encaram diariamente. E por isso acabam recorrendo a medidas muitas vezes prejudiciais à saúde, como a Gabi, que conta que já tomou muito remédio para tentar emagrecer, além de desenvolver bulimia, pois vomitava tudo o que comia. No caso dela, ainda, o apoio de amigos e da família era nulo. “Eles pareciam preferir que eu fosse magra, mesmo vendo que estava me matando por causa disso”. Quando ela voltava a engordar, as críticas também voltavam.
Mas no fundo ela sabia que aquilo não estava certo e nem fazendo bem para ela. Com o tempo, e com muita luta, a Gabi procurou terapia psicológica e fez algumas pesquisas. “Comecei a perceber como a realidade é cruel exaltando os tais padrões impossíveis de serem alcançados. Vi, com muita ajuda, que aquilo tudo era basteira”.
Continua após a publicidade
Nessa fase, o que mais impactou e ajudou a Gabi foi o feminismo e as amigas que ela fez na internet. Visitando sites e participando de grupos no Facebook, ela acabou conhecendo muitas meninas que se identificavam com o mesmo problema dela. “A internet é muito boa quando a gente encontra pessoas boas“, afirma. E ela destaca uma menina em especial que a inspirou muito chamada Mariana Ferrari: “ela é minha amiga há quase um ano e já fez por mim e pela minha autoestima muito mais do que eu consegui fazer sozinha por anos”, emociona-se.
Continua após a publicidade
O importante é que a Gabi conseguiu enxergar que ela é linda do jeitinho que é. E tudo isso fez muito bem para a autoestima dela. “Não tem como dizer que sou perfeita. Sempre tem aqueles dias que me sinto mal, mas tento deixar esses pensamentos para lá e pensar no meu próprio bem estar, na minha saúde, e não no que os outros vão pensar“, confessa.
Continua após a publicidade
Ela também conta que aprendeu que os outros sempre terão algum comentário negativo para fazer sobre a aparência das pessoas, mas que todos têm que se amar acima de tudo. E para quem ainda está na busca pela autoaceitação, a estudante aconselha: “olhe para o espelho todos os dias, durante várias horas, até encontrar características novas que você ama. Ignore os comentários negativos e seja feliz com sua própria imagem“.
Se ela continua recebendo críticas? Sim, é claro. Mas o que realmente importa é como ela lida com isso. Conseguir se colocar em primeiro lugar e ser capaz de ignorar comentários e padrões nada constutivos – muito pelo contrário – faz toda a diferença. “Eles sempre vão falar, mas eu já deixei de me importar“.