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Diário de Intercâmbio: viajar é praticar a arte do desapego

'A partir do momento em que você embarca, percebe que o que estava vivendo era só um pedacinho muito pequeno de um mundão todo a ser explorado!'

Por Da Redação Atualizado em 31 out 2024, 21h15 - Publicado em 5 out 2017, 16h50

Por Marcela Bonafé

Existe uma frase do Albert Einstein que eu levo como lema de vida: “a mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. E quando falamos de intercâmbio, ela não poderia ser mais emblemática. Esse é o tipo de experiência que não apenas abre, mas escancara sua mente para uma nova ideia. Para novas ideias, na verdade.

Recebi algumas mensagens de gente que quer ou vai fazer intercâmbio e está insegura de não curtir, não se adaptar, ou ter algum problema. Acho que tudo gira em torno de uma palavra: desapego. A gente vive muito acostumado com nossa rotina, com nosso quarto, com as pessoas que convivemos, com nossos bens materiais, com os lugares que a gente frequenta – e aí só de pensar em se afastar de tudo isso bate um friozinho na barriga. É normal.

Imagine só: se eu não tivesse me permitido, não teria conhecido este lugar maravilhoso que é Montréal! Arquivo Pessoal/Reprodução

Mas a partir do momento em que você embarca, percebe que o que estava vivendo era só um pedacinho muito, mas muito pequeno de um mundão todo a ser explorado. E não é que você não sente saudade dele, mas você aprende a desapegar e, às vezes, até percebe que certas coisas que pareciam antes importantíssimas já não fazem tanta falta. Porque, afinal, um novo quartinho, novas pessoas e novos lugares também podem te fazer muito bem.

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Eu fiquei duas horas conversando com um amigo esses dias e, entre metáforas e analogias, ele me disse: “você pega todos os dias a mesma rua para ir e vir, certo? Mas se hoje você resolver entrar em outra, pode ser que você veja uma pessoa diferente, uma borboleta ou até encontre um café delicioso que nem sabia que existia“. Não poderia ser mais real! E sabe de uma coisa? Pegar outro caminho de vez em quando não quer dizer que você não poderá mais voltar à sua rua original – ela vai estar lá e, quando você andar por ela de novo, vai vê-la com novos olhos e até querer dar passos diferentes por lá.

Nem teria visto esse pôr do sol incrível. Arquivo Pessoal/Reprodução

Talvez isso tenha sido meio filosófico demais, eu sei. Mas estava pensando nesse lado de mudanças pessoais que rola em intercâmbios e acredito que essa seja minha parte favorita. Então, achei que valeria a pena compartilhar. No fim das contas, meu maior desapego tem sido de mim mesma. A Marcela que se matava de estudar, trabalhar, ter a comida feita quando chegava em casa e dependia muito de outras pessoas, ficou lá no aeroporto de São Paulo. Desapeguei real dela.

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Só sei que estou amando reconhecer uma Marcela mais livre, sorridente, com coragem de fazer coisas que antes ficava só ensaiando, que encara os desafios com mais disposição, que está se sentindo completa e que percebe dia após dia que o mundo é gigante – e quer ver mais e mais dele! Então, se algo te prende, minha dica é: desapegue! Te prometo que, passado o choque inicial, a sensação é incrível e “sua mente jamais voltará ao tamanho original”.

E não teria conhecido pessoas tão legais que estão aí pelo mundo também! Arquivo Pessoal/Reprodução

Ah! E só para relembrar: se você quiser que eu aborde algum assunto específico sobre intercâmbio nos próximos posts, pode deixar aqui nos comentários, viu? <3

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Salut!

Ma Bonafé

 

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