“Dez coisas que eu não sabia antes da gravidez”

"Eu me chamo Vitória Feijó, tenho 18 anos e, provavelmente, estou na mesma etapa de vida que muitas de vocês: a fase pré-vestibular. Quer dizer, eu estava..."

Por Da Redação Atualizado em 4 nov 2024, 17h45 - Publicado em 28 set 2014, 12h50

A gaúcha Vitória Feijó estava no começo do 3º ano do Ensino Médio e tinha acabado de sair do emprego em uma clínica de estética, para se dedicar aos estudos, quando começou a sentir muito sono. De início, achou que era cansaço, coisa boba. Mas depois do sono, vieram os enjôos. ” Fiz quatro testes de gravidez de farmácia. Os três primeiros deram negativo e o último deu indefinido. Resolvi fazer um exame de sangue para tirar a dúvida . Fui sozinha até o laboratório. Estava morrendo de medo! Tirei sangue de manhã e às 18h20 do mesmo dia entrei na internet para ver o resultado. Positivo.”

A primeira atitude da Vi foi ligar para o Mateus, o pai do seu filho. “Ele ficou sem reação, o que me deixou ainda mais perdida. Eu só pensava em chorar”. O casal estava em uma tentativa de retomar o namoro quando a transa aconteceu. ” Foi um acidente. Acabou rolando… Não queria acreditar que daria azar. Também tinha a impressão de que se eu tomasse a pílula do dia seguinte, iria me sentir culpada depois. Quando finalmente me convenci de que o melhor seria mesmo tomar os comprimidos e pronto, as 72h limites já haviam se passado.”

Na última sexta, 26, rolou o Dia Mundial da Prevenção da Gravidez Não Planejada . Hoje, Vitória está grávida de 26 semanas (seis meses e duas semanas) e, apesar da gravidez não ter sido nem um pouquinho planejada, conta que aprendeu algumas lições desde quando leu a palavra “positivo” na tela de seu computador.

1. Reclamar de precisar ir para a escola é errado

“Continuo cursando o 3º ano, mas, além da mochila, preciso levar o Bernardo comigo. E cansa, viu? Meu sonho era cursar Publicidade e Propaganda logo após me formar no colégio, mas agora só vou poder pensar em voltar aos estudos depois dos seis primeiros meses de vida do Bernardo. Os meus planos de vida mudaram completamente.”

2. Não sou uma exceção

“Antes de tudo, não confie no seu parceiro, por mais que ele seja seu namorado. Também não confie em preservativos. Se cuide e use sempre um método contraceptivo com menos chances de dar errado. O fato de eu ter engravidado não contribuiu em nada para o meu relacionamento. Até pensei que poderíamos nos aproximar, por estarmos no mesmo barco, mas não foi bem o que aconteceu.”

Continua após a publicidade

3. Amor de namorado é diferente de amor de mãe e filho

“Com a chegada do Bê, passei a entender o que é amor de verdade. Quando você termina um namoro, sabe que vai sofrer muito, mas, no fundo, também sabe que vai conseguir aprender a viver sem a pessoa. Eu sempre amei muito meu ex, o pai do meu filho, mas o que eu sinto pelo meu bebê não tem explicação!”

4. Nossos pais são os nossos melhores amigos

“Sem o apoio que recebi dos meus pais, eu, com certeza, não estaria aqui. Meu pai recebeu a notícia de uma maneira mais tranquila. Minha mãe, por outro lado, ficou com raiva de mim no início. Mas era pura preocupação. Não gosto nem de pensar o que precisaria fazer caso não tivesse a ajuda deles. Seria realmente impossível.”

5. Não sou a dona da razão

“Com a gravidez, aprendi a ser mais humilde. Nunca fui de aceitar muita ajuda. Sempre quis fazer as coisas sozinha e sempre achei que sabia de tudo. Não é bem assim. Hoje, sei enxergar que todas as pessoas têm algo de bom para oferecer e que eu não preciso nem devo fazer tudo por conta própria.”

Continua após a publicidade

6. Tornamos nossa felicidade algo impossível

“Não preciso de muito para ser feliz. Sentir um chute do meu filho em plena madrugada é algo que já me arranca mil sorrisos. É inexplicável! O mais curioso é que ele mexe sempre quando eu mais preciso. Ele chuta como quem diz: ‘Ei! Eu estou aqui. Não esquece, tá?’.”

7. Consigo abrir mão dos meus sonhos

“Precisei parar de dançar, porque, agora, quem guia os meus passos é o Bernardo. Eu fazia ballet, jazz e dava aula para crianças. A parte mais complicada, além de parar com a dança, é não ter o pai do meu filho por perto. Não só pela falta de suporte, mas porque eu ainda gosto dele. Mas acho que o pior mesmo é pensar que, no futuro, o Bernardo vai ficar longe do pai. Porque, querendo ou não, sempre sonhamos em ter uma família completa e feliz.”

8. É perfeitamente possível viver sem maquiagem

“Nunca havia ficado sem maquiagem antes. Esses dias, minha mãe me deu dinheiro para eu comprar alguns produtinhos, mas, chegando ao shopping, gastei tudo com coisas para o Bernardo. Desde já aprendi a guardar algum dinheirinho para o futuro do meu filho. O foco não sou mais eu, é ele. Amadureci e me tornei mais responsável”

Continua após a publicidade

9. O que chamamos de implicância é pura preocupação

“Sabe aquela coisa que os nossos pais sempre nos dizem: ‘quando tivermos os nossos filhos, vamos compreender o motivo de muitas atitudes que eles tomam hoje?’. Pois eu já comecei a compreender… Nossos pais sempre querem ver o nosso melhor e nos proteger até as últimas das consequências. Agora entendo a preocupação que eles sentem sempre que perguntam se eu vou chegar tarde em casa, por exemplo.”

10. Um segundo pode mesmo mudar toda a sua vida

“É engraçado, todo mundo me pergunta isso, mas eu não me arrependo em nenhum momento de não ter tomado a pílula. Agora que vejo que o resultado é o meu filho, não consigo pensar em outra coisa a não ser planejar meu novo futuro ao lado dele. Mas que muda, muda.”

Publicidade