De quem é a responsabilidade pela camisinha?

Precisamos falar sobre sexo e proteção entre a nossa galera!

Por Juliana Morales 3 Maio 2025, 20h00
U

m relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a diminuição do uso de preservativo por jovens no mundo. De 2014 a 2022, o percentual de adolescentes que usaram camisinha durante a última relação sexual caiu de 70% para 61% entre os meninos e de 63% para 57% entre as meninas. A entidade destacou o perigo da disseminação de doenças sexualmente transmissíveis e gestações indesejadas.

Já falamos aqui na CAPRICHO que a nossa relação com a camisinha tem tudo a ver com História e educação. Nossa galera não acompanhou o auge da epidemia de AIDS e têm negligenciado o uso do preservativo. Mas precisamos olhar para o hoje e fazer mais um questionamento muito válido e necessário, principalmente quando falamos de relações heterossexuais: de quem é a responsabilidade da camisinha? 

Antes de qualquer resposta, é preciso olhar para o contexto de uma forma ampla. É verdade que existem diversos métodos contraceptivos, como as pílulas anticoncepcionais e injeções. Muitos deles são de longa duração, como é o caso do DIU e do implante anticoncepcional, também conhecido como implanon. Todos esses métodos são voltados exclusivamente às mulheres. A pílula anticoncepcional masculina até já é discutida, mas ainda está em fase de teste, e não há provas concretas de que ela é tão eficaz e segura como as opções femininas.

Continua após a publicidade

Isso, por si só, já joga a maior parte da responsabilidade da contracepção para as mulheres. Já quando falamos de preservativo, a versão masculina é muito acessível, famosa e conhecida do que a feminina. Esse fato contribuiu para a ideia de que, em relações heterossexuais, os homens tinham, portanto, o papel de comprar e carregar a camisinha. Mas, na prática, muitas vezes isso não acontece.

Uma pesquisa de 2017 realizada pelo departamento de ginecologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, juntamente com a farmacêutica Bayer, mostrou que 72% dos homens acreditavam que a responsabilidade por se prevenir é do casal, mas apenas 31% deles faziam algo para se prevenir.

Segundo a pesquisa, a maioria dos homens não usa camisinha porque “estraga a diversão”. Na visão de 16% dos entrevistados, parar para colocar a camisinha atrapalha o momento de intimidade. Outros 12% afirmaram não possuir nenhum preservativo no momento da transa, e 11% disseram ter se esquecido de usar o preservativo.

Continua após a publicidade

Primeiro, vale reforçar que o preservativo é o único método eficaz para evitar infecções sexualmente transmissíveis. Por isso, mesmo que a mulher use outros métodos contraceptivos, continua sendo necessário o uso da camisinha. Ah, e a pílula do dia seguinte não é um método contraceptivo, apenas um recurso emergencial.

É papel de todos se proteger e proteger a pessoa com que está se relacionando!

 

Publicidade