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Crianças sírias seguram fotos de Pokémons na esperança de que o mundo as encontre

Ativistas estão aproveitando o fenômeno do Pokémon Go para chamar atenção à situação no país.

Por Marcela Bonafé Atualizado em 24 ago 2016, 12h10 - Publicado em 26 jul 2016, 13h00

Enquanto milhares de pessoas estão preocupadas em capturar Pokémons pelo mundo, mais de 3,7 milhões de crianças nasceram em zonas de confronto na Síria, que enfrenta guerras há cerca de 5 anos. Diante desse cenário muito contrastante, alguns ativistas do país estão aproveitando a febre do novo jogo para chamar atenção a esse problema.

A página das Forças Revolucionárias da Síria (RFS) começou a publicar no Twitter fotos de várias crianças segurando imagens de Pokémons. Junto dos bichinhos, está escrita a localização deles e frases implorando para que as pessoas as salvem. “Estou em Kafrnabol no interior de #Idlib, venha me achar”, diz um dos papéis, mostrando a esperança do menininho de que o mundo também corra para pegá-lo.
 
 
Essa ação foi pensada em cima de todo o esforço que os jogadores de Pokémon Go têm demonstrado para conseguir encontrar e resgatar os personagens. A intenção é clara: tentar ajudar a salvar crianças do país. De acordo com a organização Save The Children, as guerras na Síria deixaram mais de 250 mil crianças vivendo sob Estado de sítio.
 
 
Um designer gráfico sírio chamado Saif Aldeen Tahhan também aproveitou o embalo do jogo para acender os holofotes sobre a devastação no país. Ele tem criado e postado imagens onde coloca desenhos de objetos do cotidiano diante de um cenário real como, por exemplo, livros em uma escola destruída ou até uma mala de primeiros socorros em um hospital parcialmente derrubado. 
 

https://www.facebook.com/plugins/post.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2Fsaifaldeentahhan%2Fposts%2F1180044058712524&width=500

Esses objetos provavelmente pareçam comuns e façam parte do seu dia a dia, mas muitos sírios não têm sequer acesso a eles. “Todos estão agora procurando por Pokémons, no entanto, os sírios estão procurando pelas necessidades básicas da vida. Honestamente, eu não acho que o mundo sinta por nós”, contou Saif Aldeen Tahhan ao site Al Arabiya

Vale lembrar que os conflitos na Síria começaram em 2011 com raízes em protestos políticos e evoluiram para uma guerra civil. Hoje, ela é reponsável por um grande número de refugiados que tentam fugir dessa realidade diariamente. #AlôVestibular
 
Por um mundo mais humano… 
 
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