Coronel Telhada ameaça prender estudante que ocupa a Assembleia Legislativa de São Paulo
"Você está pensando que está falando com algum moleque?", deputado se exalta durante discussão.
Na madrugada do último sábado (30), a escola Fernão Dias, na zona oeste de São Paulo, foi ocupada em protesto principalmente contra os desvios de verbas destinadas à merenda escolar. Durante a semana, ocorreu a ocupação de outras escolas estaduais pelo mesmo motivo, dentre elas 12 Etecs. O que surpreendeu foi que, na terça feira (3), cerca de 70 estudantes do ensino médio e técnico ocuparam, também, a Assembleia Legislativa de São Paulo.
Os jovens estão cobrando a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a questão da merenda. Eles chegaram a subir nas mesas dos deputados, gritando “ocupar e resistir”. Diante dos protestos, o presidente da Casa, Fernando Capez, determinou reintegração de posse e decretou aos servidores ponto facultativo (eles podem escolher se querem ir até lá trabalhar ou não).
Alguns deputados, mesmo assim, preferiram ir à Assembleia. O deputado Coronel Telhada (conhecido por sua agressividade e participação na ROTA) discutiu com uma estudante que participa da ocupação no local. O vídeo está circulando na internet e, nele, o político aparece dizendo “Você está pensando que está falando com um moleque? Eu sou deputado e tenho que ser respeitado neste lugar”. A jovem responde, dizendo que é mulher e estudante e também merece respeito. “Aqui é a casa do povo”, ela completa. Eles continuam discutindo e Telhada até ameaça prender a estudante. Confira:
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No final do ano passado, estudantes também ocuparam diversas escolas de São Paulo contra a reorganização da rede de ensino proposta pelo Governo do Estado. Com os protestos, Alckmin suspendeu a medida. Desta vez, esse tipo de protesto tem tomado proporções nacionais e já até inspiraram estudantes de outras partes do Brasil. Na segunda feira, por exemplo, uma escola estadual de Fortaleza foi ocupada para reivindicar melhorias nas instituições.
O que você acha da ocupação e resistência dos estudantes?