Conheça sete mulheres brasileiras que revolucionaram a história do país

Figuras históricas na música, política, literatura, ciências e na vida de todas as mulheres

Por Blog da Galera Atualizado em 30 out 2024, 16h52 - Publicado em 23 dez 2021, 12h42
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Barbara Marcantonio/CAPRICHO

Olá, queridos leitores! Como vocês estão? Quem fala aqui é a Antonela e a Beca. Neste final de ano, queremos relembrar que todo dia é um dia de luta para nós mulheres. Seguiremos até que todas sejamos livres! Até porque nossa liberdade é a nossa própria substância. Por isso, precisamos revisitar o passado e saber quem foram as mulheres incríveis que já lutaram por nós e fizeram história no Brasil.

Nesta seleção, escolhemos falar sobre algumas feministas brasileiras que não se limitaram aos papéis que a sociedade ainda impõe, pois é fácil citar nomes internacionais como Frida Kahlo, Angela Davis ou até mesmo Simone de Beauvoir, mas precisamos conhecer nossa história, como povo brasileiro. Vamos lá?

1. Maria Firmina dos Reis

Mulher, negra, maranhense, primeira romancista do Brasil, poeta, escritora, professora, compositora: todas as definições se encaixariam na Maria Firmina dos Reis. Seu romance de estreia, Úrsula, é o primeiro do gênero na América latina escrito por uma mulher. Mesmo em uma sociedade do século XIX, opressora e machista, ela conseguiu publicar em 1859 sua obra que se posiciona com os ideais antiescravistas. Quando movimentos abolicionistas começaram no Brasil, ela continuou sua luta por meio da escrita, publicando o conto A Escrava, no auge do movimento no Maranhão. Apesar de sua luta, é pouco que se fala sobre ela nos dias atuais. Maria contribuiu na literatura Nacional com uma perspectiva pouco explorada da época

Ilustração de Maria Firmina dos Reis. Ela é negra e tem o cabelo preso em um penteado de época
André Valente/BBC/Reprodução

2. Chiquinha Gonzaga

Educada para ser uma dama modelo da sociedade patriarcal do Século XIX, Francisca Gonzaga surpreendeu a todos quando se tornou uma grande musicista, quebrando os padrões da época por querer sua liberdade, principalmente de escolhas, mas foi rejeitada pela família e condenada pelas pessoas que seguiam os padrões. Por causa dela, temos algumas das primeiras músicas populares do Brasil, como Corta Jaca e a marchinha de Carnaval Ô, Abre Alas!. Contra a escravidão, Chiquinha doou rendimentos para causa e chegou a vender uma de suas composições para José Flauta, um músico negro.

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3. Mietta Santiago

Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira era o seu verdadeiro nome. Ela foi a primeira mulher no Brasil a exercer os seus direitos políticos, tais como votar e ser votada. Após uma viagem para a Europa, onde teve contato com a ideias do movimento sufragista, percebeu que a constituição brasileira de 1928 não vetava o voto feminino. Ela então entrou com um Mandado de Segurança e conseguiu o direito de votar e de concorrer ao cargo de deputada federal. Influenciando outras mulheres a fazerem o mesmo.

Foto de Mietta Santiago. Ela é branca, tem o cabelo curto, num corte de época, veste uma blusa preta e colares
Em 2017, a Câmara dos Deputados criou o prêmio Mietta Santiago, para pessoas, instituições e campanhas por iniciativas relevantes a nação Arquivo Pessoal/Reprodução

4. Bertha Lutz

Considerada uma das primeiras feministas do Brasil, Bertha foi a maior representante do movimento sufragista no país. Para ela, as mulheres precisavam, além de participação na política, ter direito à educação e trabalho, para não depender dos homens. Ela mesmo seguia seus ideais, sendo financeiramente independente e nunca ter se casado, algo raro na época.

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Fotos de Bertha Lutz. Ela é branca, de meia idade, tem o cabelo chanel, liso e castanho
Arquivo/ONU/Reprodução

5. Leila Diniz

Considerada uma mulher à frente do seu tempo, suas ideias e opiniões a fizeram ser criticada tanto pela porção conservadora da sociedade, quanto pelo movimento que se delineava no período. Leila também acabou sendo perseguida pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) por ter ajudado militantes de esquerda. Protestava por meio de roupas, causando um grande alvoroço com seus biquínis e suas roupas, ainda mais quando as usava quando estava grávida, pois, na época não era comum exibir a barriga.

6. Sônia Guajajara

“Não posso, não devo, não quero desistir. Preciso mostrar para todos que vou vencer. Sou uma guerreira”. Com essa ideologia, Sônia lutou para manter sua identidade e a de seu povo, os guajajara-tenetehara, batalhando pelo espaço, sendo a líder mais expressiva do movimento indígena brasileiro no século XXI. Não se deixando abater pelas condições precárias em que se encontrava, Sônia trabalhou como empregada doméstica e babá para pagar o Ensino Fundamental no Maranhão, tornando-se uma excelente estudante. Inclusive, ela foi convidada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) para fazer magistério em Minas Gerais. Já com seu diploma, voltou para sua aldeia para dar aulas, transmitindo todo seu conhecimento, inclusive sobre ISTs, drogas e álcool. A ativista seguiu com a profissão de educadora, se esforçando para mostrar que ideias preconcebidas têm implicações negativas. Certíssima, ne gente?!

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Foto da ativista Sônia Guajajara. Ela é uma mulher indígena, aparece com cocar e pinturas faciais de sua tribo
Arquivo Pessoal/Reprodução

7. Erica Malunguinho

Primeira mulher trans eleita como deputada no estado de São Paulo, é artista do movimento negro e fundadora do Quilombo Urbano Aparelha Luzia, um espaço cultural que celebra a arte de pessoas negras e também atua como uma área de resistência e acolhimento.

Essas são algumas das muitas mulheres revolucionárias brasileiras que nos ajudaram a chegar até aqui com mais direitos e mais representatividade! Devemos ser gratas a elas por podermos ter o direito de voto, por podermos andar com a roupa que quisermos, por podermos escolher  o curso que quisermos na faculdade e entre tantas outras coisas!

Ame você por você, sempre!

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