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Conheça Maira Gomez, a primeira Barbie indígena do Brasil

A influenciadora Cunhaporanga é uma das homenageadas do projeto Role Models da Barbie e inspira muitas garotas

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 16h07 - Publicado em 7 mar 2024, 17h33

Na semana em que Barbie completa 65 anos e é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a marca prestou uma homenagem a nove mulheres inspiradoras de diferentes lugares do mundo. Cada uma delas ganhou uma boneca única e feita à sua semelhança. A criadora de conteúdo brasileira Maira Gomez, de 25 anos, é a mais jovem das homenageadas e a primeira indígena do país a ser exaltada pela iniciativa.

“Fico muito feliz em representar os povos indígenas, em especial as mulheres e as meninas que, assim como eu, têm muitos sonhos. Eu sempre falo para nunca deixarem de acreditar”, diz em entrevista à CAPRICHO, enquanto exibe a boneca com a pintura, os acessórios e a roupa idênticas ao que ela vestia.

 

Maíra é conhecida nas redes sociais como Cunhaporanga. Só no TikTok ela acumula mais de 6 milhões de seguidores, e, no Instagram, é seguida por mais de 480 mil pessoas. Todo esse público foi atraído pela habilidade da jovem de contar histórias e apresentar os costumes da pequena comunidade indígena em que nasceu, a 35 km de Manaus (AM). “Ao mostrar nosso modo de vida, inspiramos mais pessoas a valorizarem a cultura indígena e outras culturas também”, defende.

A jovem conta que, depois que começou a postar nas redes, muitos parentes também passaram a usar as redes sociais para mostrar suas culturas e contar suas histórias. “Existe esse movimento de quebrar tabus, já que ainda tem muitas pessoas que não têm ideia da nossa realidade na comunidade indígena e com nosso trabalho elas começam a compreender melhor”, diz.

Cunhaporanga destaca o papel de jovens, como ela, de serem porta-vozes da comunidade e assumirem a liderança também. “Só sabe a verdadeira realidade do lugar quem a vivencia e sabe a necessidade de quem vive na aldeia”, defende, ressaltando a importância dessa representatividade verdadeira.

A força das mulheres

Ao mesmo tempo que ela apresenta sua cultura nas redes, Maíra diz que também ganhou uma nova perspectiva ao entrar em contato com suas seguidoras e suas diferentes realidades. “Elas também têm as suas histórias, eu tenho a minha e a gente acaba trocando conhecimento”, diz. E no fim, ela diz que, independente da cultura, todas garotas têm seus sonhos e objetivos e estão correndo atrás deles.

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E isso é um avanço para todas. “Antes, eram os homens que lideravam e davam a voz, e as mulheres só ficavam dentro de casa. Hoje, as mulheres têm a oportunidade de liderarem e serem porta-vozes também – e isso é muito importante”, diz.

Falando em sonhos, Maíra conta que quando era criança não tinha bonecas como muitas garotas hoje têm. Seus brinquedos eram feitos com materiais coletados da natureza, como planta de cuia e sementes. Meninos e meninas se divertiam brincando de pega-pega, subindo em árvores e tomando banho de rio. Maíra ganhou sua primeira Barbie quando tinha 11 anos. “Foi o dia mais feliz da minha vida”, conta, relembrando de como era a boneca: “era tão bonitinha, vinha de brinco, sapatinho, bolsinha”.

Hoje, ela é sua própria Barbie e representa tantas meninas indígenas pelo Brasil.

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