Como foi o eclipse solar no Brasil que provou Teoria da Relatividade
Teoria de Einstein foi comprovada em 1919 por meio do eclipse em Sobral, no Ceará
eclipse solar total, como o que aconteceu nesta segunda-feira (8), visto no México, no EUA e no Canadá, não só é um acontecimento raro, mas também proporciona estudos importantes para a ciência. Em 1919, a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein foi comprovada graças ao eclipse solar total observado em Sobral, no interior do Ceará, e na Ilha do Príncipe, no arquipélago de São Tomé e Príncipe, na África.
Proposta em 1915, a Teoria da Relatividade Geral definiu a gravidade, como explica nesta matéria da Superinteressante, como a “distorção que um corpo causa no tecido do espaço-tempo. A força que prende as pessoas ao chão é a curvatura criada pela Terra no espaço ao seu redor. Por tabela, corpos com muita atração gravitacional também fazem o tempo passar muito devagar”.
Ou seja, a gravidade de corpos com muita massa, como o Sol, pode curvar a luz que passa por ele. O eclipse é o momento ideal para analisar o fenômeno porque, caso a Teoria estivesse correta, seria possível observar a posição das estrelas deslocadas em torno do sol, já que a Lua cobre boa parte dele e escurece o dia.
Na época em que Einstein propôs a Teoria, o próximo eclipse solar total seria apenas em 1919, quatro anos depois. Na cidade de Sobral e na Ilha do Príncipe, foram instaladas expedições científicas de brasileiros e britânicos para observar o fenômeno e analisar se Einstein estava correto.
No dia do eclipse, a visualização da Ilha do Príncipe foi afetada por mau tempo e somente seis estrelas foram observadas atrás do Sol, enquanto que, em Sobral, as condições favoráveis permitiram o registro de 12 estrelas.
O resultado obtido após a análise das imagens constatou que as estrelas estavam em posições diferentes antes, durante e depois do eclipse, o que comprovou a interferência do Sol pela sua massa.