Combate à meningite: a importância da carteira de vacinação atualizada¹’²

Adolescentes e jovens adultos têm o risco de adoecimento e podem transmitir a doença mesmo sem apresentar sintomas³'⁴

Por Abril Branded Content Atualizado em 29 out 2024, 16h11 - Publicado em 19 fev 2024, 11h06

Aumentar a conscientização sobre a meningite é o primeiro passo para combatê-la.5 De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é considerada endêmica no Brasil, ou seja, são esperados casos ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais.6

Ana Medina, farmacêutica, imunologista e gerente de assuntos médicos de vacinas da biofarmacêutica GSK, explica: “Trata-se de processo inflamatório das meninges, membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal, ou seja, o sistema nervoso central, e, nos casos infecciosos, pode ser provocado por vírus, bactérias, fungos e parasitas”.

O Ministério da Saúde aponta que as meningites virais e bacterianas são as de maior importância para a saúde pública, considerando a magnitude de sua ocorrência e o potencial de produzir surtos.3 A meningite meningocócica, do tipo bacteriana, é causada por Neisseria meningitidis e pode acarretar desfechos graves.3

A importância do diagnóstico precoce 

Foi essa bactéria que mudou a vida de Jessyca Oliveira. Parecia ser apenas um passeio para Angra dos Reis com sua avó, porém, ao chegar ao destino, a jovem de 10 anos de idade começou a se sentir mal. “Estava irritada, com dor de cabeça e enjoo, mas achei que poderia ser reflexo do cansaço da viagem”, conta. 

Os sintomas logo voltaram com mais força, acompanhados de manchas escuras espalhadas pelo corpo. Foi então que sua família chegou à conclusão de que era hora de ir ao hospital. Em pouco tempo, as manchas se juntaram e o tecido começou a necrosar no corpo todo, levando Jessyca a perder 90% de sua pele. 

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Três dias depois ela teve que ser transferida para um hospital no Rio de Janeiro, onde ficou por um ano. Nessa fase, ela precisou amputar as pernas e os braços para que a infecção não chegasse a outros lugares do corpo. Jessyca ficou 22 dias em coma e perdeu a audição, que atualmente foi recuperada graças a um implante coclear, dispositivo tecnológico que estimula o nervo auditivo através de pequenos eletrodos que ajudam a levar os sinais auditivos ao cérebro.

Apesar de todo esse enredo recheado de situações complicadas, o final dessa história é muito diferente do que a maioria das pessoas possa imaginar. Atualmente, ela está próxima de completar 19 anos, é palestrante especializada em Ciência da Felicidade e nadadora da equipe paralímpica do Club Vasco da Gama e já competiu até mesmo no exterior representando o Brasil.

Esse é um relato real de uma paciente acometida pela doença.

O episódio enfrentado por Jessyca mostra como cada um enfrenta as adversidades da vida de uma maneira diferente, mas também chama a atenção para a meningite, em especial a meningocócica, que pode evoluir rapidamente e provocar sequelas graves.3,7

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Por isso, é importante informar sobre a meningite para conscientizar todos sobre a doença, sua gravidade, sintomas e formas de transmissão e prevenção, inclusive entre os adolescentes.5

Fique atento aos sintomas iniciais

Os principais sintomas da doença são mal-estar, dor de cabeça, rigidez de nuca, febre, vômito e, em alguns casos, manchas pelo corpo. Em situações mais graves, podem ocorrer convulsões.7,8 A evolução é rápida: a doença pode ser fatal para 20% a 30% das pessoas que adoecem, enquanto de 10% a 20% dos sobreviventes apresentam sequelas, como surdez, amputação de membros ou comprometimentos neurológicos.7

“Sua transmissão acontece por meio da secreção das vias respiratórias, por isso é essencial que alguns cuidados de higiene sejam tomados para evitar a infecção, como cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar aglomerações, troca de objetos, como copos e batons, e beijos na boca. Esses comportamentos são comuns para adolescentes, o que os torna um grupo de risco importante para a doença”, conta Ana Medina.

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Ainda segundo a imunologista, também é muito importante que todos tenham consciência de que podem existir pessoas assintomáticas, ou seja, que estão carregando a bactéria, mas sem sintomas. “Mesmo sem sintomas, elas continuam transmitindo a bactéria, o que acontece com até 23% dos adolescentes e adultos jovens, tornado-os os principais transmissores da doença para todas as idades, incluindo outros adolescentes, que podem adoecer.

Formas de prevenção

A vacina meningocócica ACWY está disponível gratuitamente nos postos de saúde para imunização de rotina dos adolescentes de 11 a 14 anos. Ela previne quatro sorogrupos diferentes que causam a doença.9 Também é oferecida na rede privada para outras faixas etárias e é recomendada nos calendários das sociedades médicas da criança e do adolescente a partir dos 3 meses de idade.10,11

Além disso, está disponível na rede pública, para as crianças menores de 5 anos, a vacina meningocócica C (conjugada), que protege contra a doença causada pelo sorogrupo C.13

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Para crianças e adolescentes a partir dos 3 meses de idade também é recomendada pelas sociedades médicas o imunizante para prevenção da doença causada pelo sorogrupo B, que está disponível nas clínicas privadas.10,11

Outras formas que também podem ajudar na prevenção da meningite meningocócica incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.12

Referências

  1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Família SBIm. Doenças. Meningite meningocócica. Disponível em: <https://familia.sbim.org.br/doencas/meningite-meningococica&gt;. Acesso em: 19 out 2023.
  2. GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Combate à meningite: Saúde reforça importância da vacinação contra a doença. Disponível em: <https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Combate-meningite-Saude-reforca-importancia-da-vacinacao-contra-doenca&gt;. Acesso em: 19 out 2023.
  3. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde de A a Z (Causas). Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/meningite&gt;. Acesso em: 13 set 2023.
  4. CHRISTENSEN, H. et al. Meningococcal carriage by age: a systematic review and meta-analysis. Lancet Infect Dis, 10(12):853-61, 2010.
  5. BRASIL. Ministério da Saúde. Derrotar a meningite: 05/10 – Dia Mundial da Meningite. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/derrotar-a-meningite-05-10-dia-mundial-da-meningite/&gt;. Acesso em: 18 set 2023.
  6. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde de A a Z (Meningite). Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/meningite&gt;. Acesso em: 19 out 2023.
  7. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Família SBIm. Doenças. Meningite meningocócica. Disponível em: <https://familia.sbim.org.br/doencas/meningite-meningococica&gt;. Acesso em: 13 set 2023.
  8. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Meningitis. Disponível em: <www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/meningococcal-meningitis>. Acesso em: 31 ago 2023.
  9. BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação do Adolescente. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2022/anexo-calendario-de-vacinacao-do-adolescente_atualizado_-final-20-09-2022-copia.pdf&gt;. Acesso em: 30 ago 2023.
  10. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de Vacinação do Nascimento à Terceira Idade: recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2023/2024 (atualizado 21/08/2023). Disponível em: <https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-0-100-2023-2024.pdf&gt;. Acesso em: 13 set 2023.
  11. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Calendário de Vacinação da SBP 2023. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24158g-DC_Calendario_Vacinacao_-_Atualizacao_2023.pdf&gt;. Acesso em: 13 set 2023.
  12. BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção de Doenças Infecciosas Respiratórias. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/prevencao_doencas_infecciosas_respiratorias.pdf&gt;. Acesso em: 30 ago 2023.
  13. BRASIL. Ministério da Saúde. Informe Técnico. Orientações técnico-operacionais para a vacinação dos adolescentes com a vacina meningocócica ACWY (conjugada). Disponível em: <https://saude.es.gov.br/Media/sesa/PEI/Informe%20T%C3%A9cnico%20Informe_ACWY___Adolescente_02_03_2020.pdf>. Acesso em: 25 jan 2024.
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Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.

NP-BR-MNU-JRNA-240001– Janeiro/2024

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