Cobrar para ser amigo e ter amigos é ultrajante? Assustador? É real.
Um novo negócio surge no Instagram: cobrar assinaturas para se tornar "Melhor Amigo" de alguém e ver os Stories que a pessoa posta. É sério.
Na última semana, a YouTuber Virgínia Fonseca, que tem mais de 4 milhões de seguidores no Instagram e um canal com quase a mesma marca de inscritos, foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter ao lançar uma nova moda: vender assinaturas para seus seguidores poderem ver alguns de seus Stories.
De acordo com a influenciadora, ela não estava postando tanta coisa temporária porque não queria “floodar” as pessoas e também porque achava que muita gente só a acompanhava para desejar-lhe mal. Logo, ela teve a ideia de usar a ferramenta “Melhores Amigos”, em que você seleciona quem pode ver suas publicações nos Stories, para filtrar aqueles que a acompanham – e para lucrar.
“Você vai pagar por mês só R$ 14,90, mas isso é só para os 500 primeiros melhores amigos, até o final do ano(…) Já fala com seu pai, com sua mãe, pede o cartão de crédito de alguém emprestado(…) Vocês não vão se arrepender“, disse a YouTuber no Instagram ao vender o seu produto.
Virgínia promete que seus assinantes terão acesso a conteúdos exclusivos como: bastidores de gravações, detalhes de sua rotina, cuidados com alimentação, dicas de como bombar nas redes sociais e conselhos para crescer no YouTube. Não demorou muito para a influenciadora virar meme nas redes e ser alvo de críticas. Apesar de tudo, ela não pareceu se abalar, postou um Story zoando o fato de ter ido parar nos Trending Topics do Twitter e até usou a polêmica a seu favor, repassando, na sequência, os detalhes de como fazer a assinatura mensal.
Bobo é quem paga? Muitas pessoas entendem por esse lado. Contudo, vale lembrar que Virgínia Fonseca tem muitos seguidores crianças, e essa aproximação com o “ídolo” pode parecer interessante para o público infantil. A YouTuber ainda direciona bem a propaganda para seu alvo. Isso é ético? Legal? É sempre aconselhável que postagens do tipo sejam sinalizadas como publicidade, mas as leis na internet ainda são muito líquidas. A CH entrou em contato com o CONAR, que disse que “o caso pode ser objeto de exame, sim, mas que uma resposta final só pode ser dada quando o caso é julgado”.
Se parece estranho e um tanto quanto antiético cobrar para alguém ser seu “melhor amigo” na internet, mesmo que isso seja apenas uma função tecnológica do Instagram, soa ainda mais esquisito e bastante solitário pagar para ter amigos na vida real. Não é de hoje que rumores sobre os “parças” do Neymar Jr. receberem salário circulam por aí. Recentemente, o jornal espanhol Mundo Deportivo disse que o jogador paga cerca de R$ 50 mil mensais para cada amigo, sendo que cada um tem uma função: organizar momentos de lazer, tirar fotos e até cuidar da imagem do jogador. Estaria o atacante apenas empregando seus amigos? Um comunicado oficial esclarecendo esses boatos nunca foi dado.
Para encerrar, queremos repetir a pergunta do título, agora que você já sabe que essa história toda é mesmo real: cobrar para ser amigo e ter amigos é ultrajante? Assustador? Lucrativo? Solitário?