Chico Chico, filho de Cássia Eller, vê o amor como uma escolha

Em entrevista, ele conta que ainda se comove com como o amor de Maria Eugênia, sua segunda mãe, foi uma escolha, já que ela não precisava criá-lo

Por Mavi Faria Atualizado em 11 ago 2025, 16h18 - Publicado em 11 ago 2025, 15h00
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as séries, nas músicas, nos livros e nos filmes, o amor aparece como uma ocasionalidade: um casal que se encontra e, no primeiro momento, já entende que o amor, romântico ou de amizade, já se instalou ali. Entre familiares, também parece não haver muita brecha a não ser amar. Mas Chico Chico, filho da cantora Cássia Eller, é a prova de que o amor também é uma escolha.

Em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, na última terça-feira (5), o cantor compartilhou sobre sua relação com sua segunda mãe, Maria Eugênia, que o criou após a morte de Cássia, e sua interpretação do amor dela por ele. Segundo o cantor, a mãe não tinha obrigatoriedade biológica para cuidar dele e criá-lo, mas escolheu amá-lo e incluí-lo.

“Ela foi minha mãe muito por um amor construído por ela, por uma relação que se construiu. Não era um fator biológico, não era obrigada a fazer nada comigo”, explica Chico Chico, que explica a força da escolha que Maria Eugênia teve. 

“Mas ela escolheu ser minha mãe, escolheu doar e receber de mim, e a família dela também. Meus tios, meus primos são minha família porque se permitiram ser minha família, não está em um papel ali, não é necessariamente o sangue esse amor ou esse compromisso que a gente tem um com o outro”, afirma. 

Aos 31 anos, ele relata que o exemplo de sua mãe ainda o marca profundamente, já que transforma o amor em algo a ser escolhido e lutado por, muito mais do que só algo que acontece. “De alguma maneira, isso ficou impregnado em mim. Acho uma coisa muito bonita: o amor não como uma fatalidade, mas como uma escolha também. Eles não me amam porque não tinha mais o que amar na vida… foi uma opção muito assertiva”, explica.

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Na época do falecimento de Cássia Eller, Maria Eugênia entrou na justiça para conseguir a guarda de Chico Chico e precisou lutar contra o pai da parceria, o sargento aposentado Altair Eller que não concordava com o relacionamento homoafetivo da filha e não queria que o neto fosse criado por Maria Eugênia. 

Após brigas judiciais e pressão popular, eles entraram em um acordo e Chico Chico foi criado pela segunda mãe. A vitória de Maria Eugênia, contudo, foi muito maior que ela própria: na época, relacionamentos homoafetivos não tinham nenhum tipo de segurança judicial por não serem reconhecidos como um relacionamento, mas a vitória da guarda de Chico Chico abriu precedentes para outros casais fazerem o mesmo.

Quase 25 anos depois da morte de Cássia Eller, o entendimento do filho de que o amor é uma escolha, com base no que ele viu a própria mãe fazer, é um ensinamento de que amar não só é uma escolha inicial, mas também a determinação de fazer o outro se sentir amado diariamente, seja um familiar, um amigo, ou seja um par romântico.

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E você, já tinha pensado no amor por esse ponto de vista?

 

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