Casal LAT: novo modelo de relacionamento visa manter individualidade
Cada vez mais, jovens têm rejeitado a ideia do casamento tradicional e criado suas próprias dinâmicas de relacionamento
s mudanças de mentalidade da sociedade ao longo das gerações impactam diretamente na forma que as pessoas se relacionam e encaram o amor romântico. Se antes seguir a ordem namoro-noivado-casamento era uma regra bem rígida e tradicional, hoje, os casais criam suas próprias dinâmicas. Prova disso é um novo modelo de relacionamento que tem ganhado mais adeptos, conhecidos como casais LAT (Living Apart Together).
Traduzindo para o português, o termo significa ‘vivendo separado juntos’. Ele se refere aqueles casais que tem um relacionamento sério, no entanto, optam em não dividir o mesmo teto e cada um ter seu espaço. Alguns vivem no mesma rua ou ainda até no mesmo prédio, só em apartamentos diferentes, já outros vivem em lugares mais distantes, cada um perto do seu trabalho, por exemplo – e tudo bem também.
Mas aí você pode estar se perguntando: qual é a diferença de um ‘casal LAT’ para um namoro? É justamente a escolha de não viver junto, ainda que o relacionamento fique mais íntimo e as duas pessoas já tenham conquistado a independência financeira e saído da casa dos país. Eles podem ser ser casados oficialmente ou não.
Uma pesquisa realizada pela Statistics Canada mostrou que esse modelo de relacionamento está sendo adotado, majoritariamente, por jovens de 20 a 24 anos. Essa galera vê o ‘living apart together’ como uma maneira de preservar o individualismo, mantendo seu estilo de vida sem interrupção de outra pessoa, e também uma forma de reduzir atritos e brigas de casal.
A jornalista Vicki Larson, autora do livro “LATitude: How You Can Make a Live Apart Together Relationship Work”, encontrou muitas pesquisas que mostram que a escolha do LAT geralmente beneficia mais as mulheres do que os homens. Em entrevista ao The Mercury News, Larson explica que as esposas relatam mais do que os maridos sobre não tempo ou espaço suficientes para si mesmos.
“Isso ocorre em parte porque as mulheres tendem a cuidar mais dos filhos ou dos pais idosos ou de ambos, mesmo que também trabalhem fora de casa. Outro estudo descobriu que mulheres na faixa dos 60 anos ou mais classificaram sua saúde melhor se morassem sozinhas em vez de com o marido”, explicou ao site.
Por outro lado, especialistas apontam os lados negativos desse modelo de relacionamento. O terapia de casal Dr. Robert Riordan ressaltou, em reportagem sobre o tema no site americano Bride, que “quando estamos profundamente apaixonados, queremos proximidade física com o objeto do nosso desejo”. “A distância do objeto da nossa afeição pode despertar ciúmes, insegurança e solidão. A distância também aumenta compreensivelmente nossos medos sobre a fidelidade do nosso parceiro”, explicou.
A escolha por um relacionamento nos moldes ‘living apart together’ deve ser conversada desde o início do relacionamento e acordada entre ambas as partes. Para alguns casais, pode funcionar, já para outros pode não ser uma boa ideia. Vale avaliar cada caso.